Uma Mulher Na Escuridão
Ao limpar o escritório de seu pai, falecido há uma semana, a investigadora forense Rory encontra pistas e documentos ocultados da justiça que a fazem mergulhar num caso sem solução ocorrido 40 anos atrás. No verão de 1979, cinco mulheres de Chicago desapareceram. O predador, apelidado de Ladrão, não deixou nenhum corpo ou pista — até que a polícia recebeu um pacote enviado por uma mulher misteriosa chamada Angela Mitchell, cujas habilidades não-ortodoxas de investigação levaram à sua identidade. Mas antes que a polícia pudesse interrogá-la, Angela desapareceu. Agora, Rory descobre que o Ladrão está prestes ser posto em liberdade condicional pelo assassinato de Angela: o único crime pelo qual foi possível prendê-lo. Sendo um ex-cliente de seu pai, Rory reluta em representar o assassino, que continua afirmando não ser o assassino de Angela. Agora o acusado deseja que Rory faça o que seu pai prometeu: provar que Angela ainda está viva. Enquanto Rory começa a reconstruir os últimos dias de Angela, outro assassino emerge das sombras, replicando o mesmo modus operandi daqueles assassinatos. A cada descoberta, Rory se enreda mais no enigma de Angela Mitchell, e na mente atormentada do Ladrão.Traçar conexões entre passado e presente é a única maneira de colocar um ponto final naquele pesadelo, mas até Rory pode não estar preparada para a verdade...
Uma
Mulher Na Escuridão é o mais novo livro de Charlie Donlea que a Faro está publicando no Brasil. Este autor me
conquistou com sua A Garota No Lago em 2017 e desde então virei
fã de seus thrillers.
Esta nova obra começa de maneira intrigante
e até mesmo apavorante, ao mostrar uma pessoa matando mulheres de maneira sádica
e doentia. O prólogo mostra a cidade de Chicago em 1979, justamente na hora em
que um destes assassinatos está sendo finalizado pelo serial killer.
Depois de introdução tão brutal, vem um trecho sobre o doce perfume das rosas e
meio que não conseguimos conectar duas cenas tão ímpares nesta hora.
Então Donlea dá um salto com a narrativa
para o ano de 2019 e conhecemos Rory
Moore, uma investigadora forense com uma sagacidade acima da
média, que é capaz de desvendar os crimes mais complexos. Ela estava afastada
temporariamente do trabalho, mas surge um assassinato de uma garota que requer
sua atenção. No entanto, quando o pai de Rory morre, ela precisa lidar com os
casos que ele tinha em seu escritório de advocacia e acaba se deparando com os
assassinatos de 1979.
Rory descobre que o pai era o advogado do
serial killer de 1979 e não entende o motivo. Quando começa a ler os
documentos do caso, ela observa que apesar de o homem ter sido condenado, o
crime ainda carece de solução. Apesar de terem sido muitas as vítimas, o homem
foi preso apenas pela morte de uma delas e o corpo desta mulher jamais foi
encontrado. Como a mente de Rory consegue ver nas entrelinhas e não se desapegar
até ver tudo preto no branco, ela mergulha na investigação deste caso antigo e
descobre uma trama muito mais densa do que imaginava.
A narrativa de Donlea continua tão
envolvente e intrigante como nas obras anteriores que li e mais uma vez me vi
cativada por sua protagonista. Em todos os livros do autor que li, ele sempre
opta por colocar mulheres admiráveis e fortes na frente dos casos e Uma Mulher
Na Escuridão não foi exceção. A doutora Cutty, de Deixada Para Trás, ainda é a minha personagem preferida do autor, mas Rory vem na
sequencia merecidamente.
Embora Rory surja na história com a missão
de desvendar um crime dos dias atuais, ela acaba assumindo por conta própria a
investigação dos assassinatos do passado. Os capítulos passam a se intercalar
entre 2019 e 1979 e descobrimos que ela não é a única mulher que teve coragem de
tentar descobrir mais sobre estas mortes e sobre este serial killer. No passado,
uma dona de casa autista, conhecida por Angela
Mitchell, desvendou os crimes, mas não conseguiu mostrar para a
justiça suas teorias.
Angela e Rory parecem ser duas metades de
uma mesma mente separadas por décadas. A forma de pensar, de reunir informações
e enxergar por baixo da superfície as liga. Observando ambas investigando dá
vontade de vê-las lado a lado trabalhando juntas. Só que Rory é levada a sério
por sua mente aguçada e, infelizmente, Ângela em sua época foi tida como
louca.
Gostei muito de ambas e Donlea me comoveu
profundamente com a jornada de Angela, uma mulher tão inteligente e
incompreendida desde a infância. A história dela é bem marcante e foi muito
difícil não sentir na pele toda a dor daquela mulher. Rory é muito mais livre
que Angela e teve mais sorte na vida, graças aos céus recebeu amor de família e
não é uma mulher que foi magoada profundamente.
Eu me vi totalmente envolvida na leitura
por conta destas duas personagens, queria saber tudo sobre ambas e a vida de
Angela vem a ser a peça chave para Rory desvendar o que estava oculto nos crimes
cometidos pelo cliente de seu pai.
Engraçado que o autor não segura para a
última página as respostas, ele já vai revelando antes da metade muita coisa,
mas existe muito mais do que simplesmente saber quem era o assassino de mulheres
em 1979. Isso se deve ao fato do que acontece com Angela depois que ela
desvenda os crimes, pois sua vida acaba se tornando o grande mistério da
obra.
Como a narrativa se divide entre passado e
presente, o leitor acaba tendo conhecimento de mais fatos do que Rory e mesmo não
acreditando no que pensei ser a resposta final logo antes da metade da obra, eu
acabei vendo que estava certa. É um solução muito insana, mas que se encaixa
perfeitamente na sequência de fatos que se desenrolaram desde 1979 até os dias
atuais. Eu adorei ver cada peça sendo colocada no lugar e, apesar de trágico, o
quadro final é fascinante.
Com muito cuidado e delicadeza, o autor vai
criando uma história intrincada, que precisa ter suas peças bem coladas para se
revelar. Como temos um visão mais ampla, para nós é mais fácil, só que Rory
precisa cavar fundo para descobrir as peças e sua investigação minuciosa é
brilhante.
Charlie Donlea cria nesta obra uma trama
emocionante. Um mistério que apesar de parecer simples, carrega em si uma carga
psicológica pesada, uma gama de sentimentos fortes e uma quantidade de segredos
que ligam passado e presente de forma extraordinária.
Eu fiquei arrepiada com certas passagens.
Há momentos na história que me senti muito apreensiva, como se estivesse na pele
do personagem vivendo o perigo. As cenas são muito vívidas, a história soa muito
real e o clima tenso é maravilhoso para quem curte este tipo de obra.
O final foi ótimo. Se no livro Não Confie Em Ninguém eu achei que o autor foi cruel no final, neste aqui
eu achei que ele foi perfeito. A justiça foi feita, mesmo que de maneira nada
ortodoxa.
Eu gostei demais! Já acabei sentindo falta
dos personagens e torcendo para que no futuro Rory Moore volte em novos livros
de Donlea. Esta personagem merece muitas novas histórias. Eu
recomendo!
Oi Cida,
ResponderExcluirEu quero muito esse livro, não vejo a hora de devorá-lo.
Até agora, só li 1 livro do Charlie, porém tenho toda a coleção aqui a minha espera.
E acho que vou passar este na frente, rs.
beijos
http://estante-da-ale.blogspot.com/
Amei demais sua resenha, ainda não li nenhum livro desse autor, mas depois da sua resenha é impossível não querer conhecer essa!
ResponderExcluirhttps://www.kailagarcia.com
Olá, Cida.
ResponderExcluirLogo no começo do livro já matei a relação entre as duas por conta do ponto em comum, mas não consegui descobrir quem era o Ladrão hehe. Eu amei a Rory e queria muito que o autor escrevesse outros livros com ela.
Prefácio
Oi Cida, tudo bem?
ResponderExcluirVocê super me convenceu a dar uma chance à obra quando tiver a chance de tê-la. Adorei a trama e essa divisão entre passado e presente. Fiquei suuuper curiosa (e amo thrillers, o que já me incentiva rs).
Beijos,
Priih
Infinitas Vidas
Oi Cida,
ResponderExcluirCom essa capa e premissa eu estou bem curiosa com esse livro, pois até agora só vi elogios sobre ele.
Já quero ler!
Bjs e uma boa semana!
Diário dos Livros
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Oi Cida,
ResponderExcluirEu gostei bastante desse livro, a Rory é ótima, espero que tenha mais livros dela. Mas ainda prefiro o anterior pela ousadia.
até mais,
Canto Cultzíneo
to querendo mt ler mais thrillers, gostei mt da resenha desse livro
ResponderExcluirwww.tofucolorido.com.br
www.facebook.com/blogtofucolorido
Oi, Cida!
ResponderExcluirEu tenho que ler algo desse homem, gente... Me sinto uma et por nunca ter conferido nada dele.
Gostei de saber que a história das duas mulheres são contadas paralelamente e que o final não foi ruim.
Beijos
Balaio de Babados
Oi, Cida
ResponderExcluirEu adoro quando tem essa alternância entre passado e presente nos thrillers. Eu ainda não li nada do autor, mas tenho Deixada Para Trás Aqui. Só não curti muito essa capa, não consigo olhar para outra coisa que não seja o batom! hhahah Curiosa para saber pq não houve justiça de forma ortodoxa...
Beijo
- Tami
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Oi, Cida!
ResponderExcluirEu amo romance policial, então logo, logo comprarei este livro. Gostei muito de saber que é uma protagonista, porque isso foge do comum nesse gênero, e que os mistérios são resolvidos ao longo da história.
Ótima dica!
Beijocas.
https://artesaliteraria.blogspot.com/
Oi Cida, todo mundo adora os livros desse homem! Impressionante! E que bom que vc curtiu o final!
ResponderExcluirBjs, Mi
O que tem na nossa estante
Oi Cida!
ResponderExcluirNao li nada da autora mas confesso que apesar da resenha positiva, a obra nao me chama atenção. Nao curto muito o gênero.
Abraços
David
http://territoriogeeknerd.blogspot.com/
Oiii Cida
ResponderExcluirEu adoro livros que se dividem entre passado e presente, estou mega curiosa pra conferir esse novo do Donlea porque assim como vc eu tb gosto muito do autor e das histórias que ele cria. É sempre ótimo quando as personagens conseguem envolver a gente, a leitura flui super bem, nossa, quero demais conhecer essa trama, a capa ficou tão linda também.
Beijos, Ivy
www.derepentenoultimolivro.com