[#ReadChristie2025] O Cavalo Amarelo

O Cavalo Amarelo
Título Original: The Pale Horse
Autor(a): Agatha Christie 
Editora: Harper Collins          Páginas: 240
Lançamento: 2020                 Crime, mistério
Tradução: Bruna Beber    
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Uma mulher à beira da morte se confessa a um padre, que, na mesma noite, é assassinado. O criminoso o revista tão abruptamente que rasga sua batina. O que ele estava procurando? Há alguma relação entre a morte do padre e a confissão da mulher? Mark Easterbrook está determinado a descobrir, e a única pista que tem é uma lista com nove nomes encontrada no sapato do sacerdote.

No mês de setembro, o #ReadChristie2025 trouxe como tema figuras religiosas, e eu escolhi ler O Cavalo Amarelo, uma obra de Agatha bem diferente de todas as outras que já li.

O padre Gorman é chamado para ouvir as últimas palavras de uma mulher enferma, mas o que ela revela o deixa profundamente abalado. Ele chega a anotar uma lista de nomes com base na confissão, mas não tem tempo de ir muito além disso, pois logo é assassinado. 

Quem teria interesse em calar o religioso?

O escritor Mark Easterbrook está sem muito ânimo no processo de escrita de seu novo livro e, passa a observar tudo ao seu redor, como forma de distração. E é observando que ele percebe uma série de acontecimentos estranhos — mortes aparentemente naturais, mas convenientes demais para serem coincidência. Quando reencontra um velho amigo e fica sabendo do caso do padre Gorman, Mark descobre que aquelas pessoas que morreram estavam justamente na lista encontrada junto ao religioso.

Esta história tem um clima sombrio, e esse foi um dos aspectos de que mais gostei. A sensação era de estar lendo algo muito mais próximo do terror do que de um romance policial. Agatha não nos entrega aqui a clássica trama de gato e rato, com o detetive caçando criminosos e todos os suspeitos reunidos no final para a grande revelação. Pelo contrário: logo de início ela apresenta os possíveis envolvidos nos crimes e os envolve em um pano de fundo de tom sobrenatural.

Então sabemos quem carrega a culpa, mas, assim como Mark, não temos as provas. Não há como afirmar de forma racional que eles assassinaram alguém — a única explicação possível parece estar em métodos místicos. 

Mas será que Agatha se aventuraria a ir tão longe, deixando os crimes sem uma justificativa lógica, ou ainda haveria por trás deles uma explicação simples, fruto apenas da ação humana?

Sim, ela tem! Agatha não escrevia fantasia, e sim bons mistérios para atiçar nossa curiosidade e nos transformar em detetives por algumas horas. Mais uma vez, me surpreendi com sua genialidade: ela entregou tudo e, ao mesmo tempo, não entregou nada. Fez parecer que só faltava descobrir os meios, mas havia muito mais escondido. Quando a verdade veio à tona, fiquei surpresa — fui tapeada da melhor forma e só então percebi como tinha sido ingênua.

Talvez o desfecho seja um pouquinho corrido, mas não tira o brilhantismo ds história. Senti medo, fiquei curiosa e ansiosa ao longo da leitura, e terminei rindo de mim mesma por ter caído direitinho na armadilha da autora

Uma obra excelente! Pode não ser para quem busca um romance policial mais clássico, mas com certeza agrada quem não dispensa um bom mistério e a ousadia da dama do crime. 


Setembro - Religiosos - O Cavalo Amarelo



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