
Aristide Leonides é um empresário milionário e proprietário de uma mansão conhecida por sua arquitetura peculiar. Nela, reside junto à esposa - cinquenta anos mais nova -, à irmã da falecida ex-esposa, aos netos, aos filhos e às noras - todos sustentados com o dinheiro do octogenário. Mas, diante do suposto assassinato de Leonides por envenenamento, Sofia, a neta mais velha da vítima, e seu pretendente Charles Hayward iniciam investigações paralelas para irem a fundo no caso e descobrirem quem é o verdadeiro assassino, afinal, parece que todos possuíam motivos para o quererem vivo… e morto.
No mês de junho, o #ReadChristie2025 teve como tema “Amadores” — ou seja, aqueles curiosos que tentam desvendar um crime não sendo nem detetives e nem policiais.
Minha escolha foi A Casa Torta, onde Agatha Christie apresenta a família Leonides e nos coloca diante do assassinato de seu patriarca, Aristide Leonides.
O assassinato de um homem rico sempre nos leva a pensar que o motivo foi dinheiro — mas, neste caso, não foi bem assim. Aristide era generoso e já havia distribuído boa parte de seu patrimônio entre os herdeiros. Assim, o motivo mais óbvio é rapidamente descartado, e temos que considerar outras possibilidades.
Charles é um jovem que deseja se casar com a neta da vítima, mas ela se recusa a aceitar o pedido enquanto a tragédia não for esclarecida. É assim que ele assume o papel de nosso “amador”.
No entanto, não posso dizer que A Casa Torta tenha sido um dos meus favoritos da autora, faltou algo para ser marcante.
Charles, como detetive amador, não empolga. Sua personalidade é apagada, e ele se mostra mais como um tolo apaixonado do que um verdadeiro investigador — preocupado apenas em garantir o casamento, enquanto ignora pistas importantes. No fim das contas, ele não desvenda nada; a verdade simplesmente se revela, sem um clímax estilo Poirot. Os outros amadores de Agatha, como Bundle ou Miss Marple, são muito mais sagazes, eficientes e carismáticos — eles nos conquistam com facilidade.
É uma história em que, pela primeira vez, não senti que os personagens estavam mentindo. Pelo contrário, todos pareciam bastante sinceros em seus depoimentos e no afeto demonstrado pelo velho Aristide. Ainda assim, fiquei com a impressão de que, no fundo, todos sabiam quem havia cometido o crime — mas estavam em estado de profunda negação, incapazes de aceitar a verdade.
A pessoa mais “adequada” para se culpar acabou sendo a jovem viúva. Só que, adequado não significa culpado e eu não pude acreditar que a viúva, convenientemente, seria a assassina.
Uma trama intrincada, em que precisamos avaliar a verdade — e não as mentiras — para desvendar o mistério. O assassino se regozija, se mostra orgulhoso de sua astúcia e dá um verdadeiro baile tanto no amador quanto na polícia. Agatha foi ousada, tanto no motivo quanto na escolha do culpado.
Ressentimento, vingança, paixão? Qual teria sido o verdadeiro motivo?
Leia e descubra!
#ReadChristie2025 - Personagens e Carreiras - Lidos
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Fevereiro - Autores - A Morte de Mrs. McGinty
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