
Hercule Poirot também tem medo da cadeira do dentista. Depois de algumas obturações, é com alívio que ele deixa o consultório do habilidoso dr. Morley. Para a surpresa de todos, em seguida o dentista é encontrado morto. Teria sido suicídio ou um assassinato premeditado? Ao investigar o caso, Poirot se depara com o desaparecimento de uma das pacientes do dr. Morley - a misteriosa Srta. Sainsbury Seale. O detetive se vê então envolvido com um tumultuoso conflito de ideologias que abala a estabilidade da Inglaterra na sinistra atmosfera de desconfiança do início da Segunda Guerra Mundial.
No mês de agosto, o #ReadChristie2025 teve como tema médicos. Na minha opinião, o melhor livro de Agatha Christie com um médico é O Assassinato de Roger Ackroyd, mas como já lembrava bem dessa história, preferi ler Uma Dose Mortal.
Nesta obra, Poirot está apavorado com a simples ideia de ir ao dentista — e nem imaginava que, entre sua consulta e algumas outras, o Dr. Morley acabaria perdendo a vida. A Scotland Yard o convoca como testemunha e consultor da investigação, mas logo o caso é dado como suicídio. No entanto, Poirot não se deixa convencer e decide investigar por conta própria.
Ao longo do caminho, ninguém parece se importar muito com a morte de um dentista. Mas Poirot valoriza todas as vidas e, como sempre, está determinado a buscar justiça.
Não é spoiler dizer que se trata mesmo de um assassinato — e daqueles cercados por acontecimentos estranhos e nada rotineiros. Cada paciente que Morley atendeu naquele dia, exceto Poirot, pode ter sido o culpado. Mas a lista não para por aí: outros também passaram pelo consultório, sem contar os empregados e ainda algumas figuras que vão surgindo aos poucos. E, como se não bastasse esse crime inicial, outros virão em seguida.
Gosto quando há vários suspeitos e nenhum motivo aparente. Essa é, sem dúvida, uma das histórias mais difíceis da autora para descobrir tanto o culpado quanto a razão do crime — e confesso que falhei totalmente nas minhas deduções. O mais divertido é que, quando Poirot coloca as cartas na mesa, fica tudo tão fácil de entender, que nos sentimos até um pouco tolos. E aí reside a graça: ser enganado pela habilidade da autora.
Diferente dos últimos livros do Poirot que li, nos quais ele conduziu a investigação de forma mais descontraída, desta vez ele está bem comedido e receoso — o que dá à obra um clima tenso do começo ao fim.
Gostei muito da história, com seu mistério complexo, intrigas políticas, dinheiro, segredos e uma trama repleta de personagens nada confiáveis. Um grande quebra-cabeças para montar e armadilhas da autora para nos enganar. Sem dúvida, foi uma ótima leitura.
#ReadChristie2025 - Personagens e Carreiras - Lidos
Janeiro - Artistas - Os Cinco Porquinhos
Fevereiro - Autores - A Morte de Mrs. McGinty
Abril - Mordomos - O Mistério dos Sete Relógios
Junho - Amadores - A Casa Torta
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