[Resenha] O Garoto do Colorado

O Garoto do Colorado
Título Original: The Colorado Kid
Autor(a): Stephen King
Editora: Suma                        Páginas: 144
Lançamento: 2025                 Suspense, Crime
Tradução: Regiane Winarski
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Em O garoto do Colorado, Stephen King conduz o leitor por um mistério intrigante, explorando de forma provocadora a necessidade humana de encontrar explicações – e os limites do que somos capazes de compreender. Abril de 1980. Em uma ilha na costa do Maine, um homem é encontrado morto por um casal de estudantes. Agora, anos depois do ocorrido, os jornalistas locais Dave e Vince reconstroem o caso ao lado de Stephanie, estagiária do Weekly Islander, e apuram o que pode ter acontecido com o indivíduo que ficou conhecido como o Garoto do Colorado. Contudo, quanto mais eles analisam os desdobramentos e as circunstâncias desconcertantes da morte, menos entendem a conjunção que levou ao fim do sujeito. Foi um crime de caso pensado? Uma fatalidade? Ou há algo mais? Reunindo as teorias dos jornalistas e as de Stephanie, o trio revive cada detalhe da primavera de 1980, tecendo possíveis desfechos que envolvem as pontas soltas do incidente. Em O garoto do Colorado, Stephen King cria uma história que desafia qualquer resposta e tece uma narrativa cujo tema é nada menos que a natureza do próprio mistério. “O autor não é apenas extremamente popular, mas extremamente talentoso, um equivalente moderno de Twain, Hawthorne e Dickens.” – Publishers Weekly.

Em uma ilha na costa do Maine, dois velhos jornalistas, Dave e Vince, contam para sua pupila as peculiaridades da região e seus grandes mistérios. Stephanie, porém, percebe que os dois ainda guardam a maior história que conhecem — e os instiga a revelá-la. Seja por vaidade ou mesmo pela passagem do tempo, que os incentiva a passar o bastão, eles resolvem contar sobre a morte inexplicável do Garoto do Colorado.

Entre 2010 e 2015, foi exibido o seriado Haven, inspirado nesta obra de King. E foi justamente assistindo Haven que descobri a existência desse livro. Posso afirmar com certeza que, entre todos os títulos do mestre, este era o que eu mais desejava ler — e, finalmente, em 2025, a Suma publicou a obra no Brasil.

Embora o seriado seja baseado no livro, as histórias são bastante diferentes, com apenas algumas referências aqui e ali. Enquanto o seriado traz diversos casos misteriosos em uma cidade repleta de segredos e elementos sobrenaturais, com muitos personagens e a agente do FBI Audrey Parker no centro de tudo, o livro é totalmente centrado nos dois jornalistas, que contam a história do Garoto do Colorado para Stephanie, na redação do jornal, em apenas uma tarde.

O caso parece simples: um homem é encontrado morto na praia, e a causa aparente é engasgamento. No entanto, Dave não acredita nisso e, como bom jornalista, tenta descobrir a identidade da vítima e sua história. A partir daí, várias suposições surgem, e o mais intrigante é a impossibilidade de ele estar no Maine quando, poucas horas antes, estava no Colorado. Dave acredita que foi assassinato, mas provar isso não é fácil.

Diferente de outros livros do King, este não é um calhamaço — tem apenas 144 páginas. É uma história instigante do começo ao fim, que nos faz criar mil teorias sobre o que levou à vida desse homem ao fim. São fatos e fotos que constroem um cenário impossível na realidade, nos levando a um desfecho que certamente vai gerar polêmica entre os leitores.

Acredito que, se não fosse um livro do King, o final teria me deixado nervosa. Mas, sendo uma obra dele, só consegui, mais uma vez, ficar admirada com seu trabalho de escrita e seu talento inegável como contador de histórias.

Essa mensagem de King no posfácio é sua definição da obra e do final. Recomendo!

É loucura poder viver com isso e manter a sanidade, mas também é lindo. Eu escrevo para descobrir o que eu penso, e o que eu descobri ao escrever O Garoto do Colorado foi que talvez, eu digo talvez, seja a beleza do mistério o que nos permite viver sãos enquanto pilotamos nossos corpos frágeis por esse festival de demolição que é o mundo. Nós sempre queremos alcançar as luzes no céu e sempre queremos saber de onde veio o Garoto do Colorado (o mundo é cheio de Garotos do Colorado). Querer saber pode ser melhor do que saber. Não digo isso com certeza; só sugiro. Mas se disserem que eu fracassei e não contei toda a história que havia para contar, eu digo que vocês todos erraram. 

Disso eu tenho certeza.


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