[Resenha] A ilha de Bowen

A ilha de Bowen
Título Original: La isla de Bowen
Autor(a): César Mallorquí
Editora: Biruta                     Páginas: 272
Lançamento: 2014               ISBN: 9788578481407
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Tudo começou com o assassinato do marinheiro Jeremiah Perkins, em um pequeno porto norueguês, e com um pequeno pacote, que ele enviou para Lady Elisabeth Faraday. Mas talvez a história tenha começado quando estranhas relíquias foram descobertas em uma antiga cripta medieval. Foi por causa disso que o mal‑humorado professor Ulisses Zarco resolveu embarcar em uma aventura a bordo do Saint Michel, enfrentando inúmeros perigos e o terrível mistério que envolvia a Ilha de Bowen.

A Ilha de Bowen, de César Mallorquí, publicado no Brasil pela Editora Biruta é um livro de ficção científica, um gênero que leio bem pouco e que gostaria de incluir mais em minhas leituras, mas não foi por este motivo que fiz a escolha desta obra, minha motivação foi o autor, li em 2013 um outro livro dele, As Lágrimas de Shiva, e fiquei totalmente encantada com sua escrita, que além de cativar facilmente, consegue nos transportar para dentro da história. Então vamos ao que encontrei aqui.

Um homem assassinado e outro desaparecido. Por qual razão? No quê ambos estavam envolvidos? Ainda temos uma escavação, ao que parece, o começo de tudo. O clima é de mistério e inspira aventura.

Quando o marido de Elisabeth Faraday, John, descobriu a cripta de São Bowen e algumas relíquias de origem e material indeterminado, não só acabou despertando o interesse de um homem perigoso e cheio de ganancia, que não relutava em matar para conseguir o que desejava, como também acabou embarcando na maior expedição arqueológica de sua vida. Dizia a lenda, que Bowen em seus tempos de missionário, foi ao inferno, uma viagem relatada no códice que deixou escrito, e lá viu demônios e riquezas, não que  John acreditasse na parte sobrenatural desta história, mas as referências geográficas precisas e os resquícios dessa viagem que encontrou na cripta, despertaram sua curiosidade e lado de explorador, precisava encontrar este “inferno” ou a Ilha de Bowen e desvendar seus fascinantes segredos. Ali, ao que tudo indicava, existia algo que merecia ser compartilhado com o mundo. No entanto, antes de partir, recomendou à esposa que caso sumisse, ela deveria procurar um conhecido dele, o professor Zarco, só ele poderia trazer John de volta. Bem, ele não voltou, Lisa procurou Zarco e nossa aventura começou.

É a partir daí que o autor nos leva por uma viagem cheia de aventura e muitos fatos curiosos, conhecemos o professor Zarco e sua turma, um pessoal cheio de carisma e ótimo bom humor, excetuando ele é claro, que logo se mostra como uma pessoa teimosa, de gênio forte, machista e muito inteligente, mas não se enganem, essa fachada rústica esconde um homem corajoso, leal e capaz de defender com unhas e dentes quem ama, ou seja, o professor Zarco age assim porque tem motivos bem fortes, precisa se proteger.

Este homem de gênio forte bate de frente com Elisabeth Faraday, uma mulher muito a frente de seu tempo e que não aceitava ser tratada como sexo frágil, vejam bem, a história não se passa nos dias atuais, e sim em meados de 1920, um tempo que a mulher não tinha tanta liberdade como hoje e ela lutava para conquistar seu espaço, assim temos muitas brigas entre os dois personagens, momentos que divertem todos os demais e a nós também, eu confesso que adorei o professor, ele é ranzinza de um jeito bom e me cativou, já ela, haja paciência para suportar, sinceramente foi só nos momentos finais do livro que acabei aceitando-a, isso porque mesmo na luta pelo que queria e achava certo, soou muitas vezes petulante e arrogante, só que conta como ponto positivo a seu favor a mudança gradativa que sofreu no decorrer da história, tornando-se uma pessoa melhor, já a filha de Elisabeth não caiu nas minhas graças em momento algum.  Além destes personagens, temos muitos outros, como o Capitão Verner, o fotógrafo Samuel “Durazno”, Adrian Cairo, cada um desempenhando papel fundamental na expedição em busca de John e da Ilha de Bowen.

É uma viagem recheada de mistério, já que nossos amigos não sabem bem o que vão encontrar e este clima prende facilmente o leitor que também quer respostas, a cada nova etapa da viagem, que é feita de navio, vemos coisas espantosas surgindo, civilizações desconhecidas e uma tecnologia impensável, algo que datava de antes do século X e que ninguém conseguia decifrar.

É intrigante, complexo e muito interessante, eu gosto de livros de ficção cientifica, mas sempre fico com receio de encontrar nos mesmos muitos termos específicos e uma narrativa lenta, já passei por isso e não curti, eu gosto quando o autor mescla isso com algo mais humano e dinâmico, e para minha alegria foi o que aconteceu nesta obra, a ciência acabou sendo mais leve e divertida ao ser equilibrada com o desvendar de cada personagem, e a forma como foi abordada foi instigante, se eu fosse uma estudante iria correndo mergulhar na tabela periódica e em mapas, como alguém que passou desta fase, foi ótimo recordar o prazer de ir em busca de conhecimento.

O autor cita vários de seus autores preferidos na trama, inclusive muitos deles estão vivos na época que acontece a história e são conhecidos dos nosso personagens, César Mallorquí presta uma homenagem aos seus ídolos da infância, Julio Verne, Arthur C.Doyle, H.G.Wells e sua obras, ele cita no posfácio, que escreveu este livro não para copiar aqueles que o encantaram quando menino, mas para si mesmo, na tentativa de ter em mãos uma história que ele adoraria ler, seja qual fosse sua idade. 

Saber que tudo reflete as emoções de um menino descobrindo o prazer de ler, torna a obra ainda mais valiosa e brilhante, eu simplesmente amei cada minuto que passei nesta expedição. É inteligente e bem pesquisada, os personagens me conquistaram, o bom humor presente em cada linha me divertiu, as relações pessoais me deixaram emocionada e a ficção entrelaçada com a realidade deu um toque final para tornar a Ilha de Bowen uma das melhores leituras que já fiz. Eu recomendo ambos os livros do autor que li, As Lágrimas de Shiva apresenta algo mais juvenil, já este traz personagens mais maduros, são para leitores de todas as idades e adoraria vê-los sendo trabalhados em escolas, não só pela diversão, mas pelos valores agregados em cada história. Amei.



10 comentários:

  1. olha flor, o enredo em si não me atraiu, mas as sensações que você sentiu ao ler sim, eu bem que gostaria de tentar a leitura só pra ver se acontece esse mesmo envolvimento comigo

    http://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/

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  2. Eu estava suuuuper de olho neste livro. Já ouvi falar muito bem do livro e do autor. Mas principalmente do autor e de como ele escreve... Enfim, sua resenha só colocou um ponto final na minha lista.

    Este será o próximo que lerei da editora. Que aliás só vejo elogios também.

    Amei demais Cida!!!!! Linda.

    Ah! E leia sim mais ficção científica. Eu apoio essa ideia.

    Bjkssssssss

    Lelê

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  3. Esse livro parece ser repleto de aventura, algo que eu admiro demais nos livros e que me prende com muita facilidade. Sem falar que Ficção Científica é um dos meus gêneros favoritos.
    Excelente dica. Anotadíssima!

    Desbrava(dores) de livros - Participe do nosso top comentarista de junho. Você escolhe o livro que quer ganhar!

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  4. É um gênero bem interessante mesmo.
    Ainda não li tanta coisa assim de aventura. Mas baseado nos livros desse gênero, já pude perceber que gosto bastante.
    A estória me pareceu bem legal mesmo.

    O Outro Lado da Raposa

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  5. Premissa muito boa. Adoro ficção científica - quando também não me irritam com tantas palavras técnicas, específicas da área - e fiquei com muita vontade de ler este livro, que eu não conhecia. Histórias de aventura é tudo bom.

    ^^

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  6. nao é mt meu estilo de livro para ler mas a leitura e historia me parecem ser bem interessantes mas nada que eu fosse ler
    tonsdeleitura.blogspot.com

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  7. Oi, Cida!

    Não conhecia o livro nem o autor, mas achei a premissa interessante. Assim como você, gosto de ficção cientifica, mas li pouquíssimos. Fiquei curiosa para conhecer a escrita do César Mallorquí.

    Beijocas.
    http://artesaliteraria.blogspot.com.br

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  8. Cida! Livros bem escritos e que mostram uma pesquisa mais apurada, são mais críveis.
    Saber que a protagonista é forte e além do seu tempo o torna ainda mais atrativo.
    Ter a visão infantil de uma leitura é encorajador e divertido.
    “A sabedoria começa na reflexão.”(Sócrates)
    Cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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  9. Não conhecia o autor e nem o livro, e também não é um gênero que costumo ler muito, mas que me agrada quando o faço. Levando em conta o que você resenhou, tem tudo para ser mais um dos meus queridinhos. Adoro obras bem humoradas. Fiquei muito tentada a conhecer mais esse.
    Beijos!

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  10. Oi Cida, tudo bem?

    Eu não sou muito fã desse gênero, na verdade eu acho que quase não li nenhum livro desse gênero, mas A Ilha de Bowen tem um premissa bem interessante e me deixou com vontade de ler.

    Beijos.

    http://livrosleituraseafins.blogspot.com.br/

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