[Resenha] A Última Missão de Gwendy

A Última Missão de Gwendy
Título Original: Gwendy's Final Task
Autor(a):  Stephen King, Richard Chizmar
Editora: Suma                        Páginas: 424
Lançamento: 2023                 Suspense
Tradução: Regiane Winarski
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No terceiro volume da série iniciada por A pequena caixa de Gwendy, os mestres Stephen King e Richard Chizmar conduzem o leitor por uma jornada que vai de Castle Rock até uma estação espacial, onde Gwendy deve cumprir sua missão secreta para salvar o mundo ― e, quem sabe, todos os mundos. Quando Gwendy Peterson tinha doze anos, um estranho homem chamado Richard Farris a encarregou dos cuidados de uma caixa misteriosa, que retribuía com pequenos presentes, mas também trazia perigos; apertar qualquer um de seus oito botões coloridos poderia levar à morte e à destruição. Anos mais tarde, o objeto voltou à vida de Gwendy. Romancista de sucesso e figura política em ascensão, ela se viu novamente obrigada a lidar com as tentações que a caixa representava. Agora, forças malignas querem se apossar da caixa, e cabe à senadora Gwendy Peterson mantê-la a salvo das ameaças a qualquer custo. Mas onde seria possível esconder um objeto desses de entidades tão poderosas? “A cada ano, ela ganha poder. A cada ano, a capacidade de fazer o bem fica mais fraca e a capacidade de fazer o mal fica mais forte.”

E a saga de Gwendy chega ao final no terceiro livro da série A Pequena Caixa de Gwendy, de autoria de Stephen King e Richard Chizmar.

Gwendy e sua jornada com a caixa começou quando ela era apenas uma garota em Castle Rock. Em um belo dia ela encontrou um misterioso homem de chapéu preto que lhe entregou uma estranha caixa com vários botões e alavancas. Uma alavanca liberava moedas antigas e a outra chocolates com propriedades praticamente mágicas. Já os botões, bem, cada um poderia causar um desastre maior que o outro e Gwendy sempre temeu o poder da caixa. 

No primeiro livro acompanhamos a adolescência dela com a caixa. No segundo, já uma mulher adulta e envolvida com política, a caixa retorna para ela e até ajuda na resolução de um crime. Agora, aos sessenta e quatro anos, vivendo os primeiros estágios de Alzheimer, viúva e exercendo o cargo de senadora, Gwendy recebe novamente a caixa e a missão de livrar o mundo deste artefato que dá sempre algo para seu portador, mas cobra um preço alto demais por tais favores. 

Gwendy está se desfazendo, perdendo suas memórias e se tornando apenas uma casca vazia da mulher que um dia foi. Ainda assim, ela não consegue simplesmente ignorar a caixa e suas consequencias. A jornada que começou em Castle Rock, literalmente alça voos maiores e vai ser finalizada no espaço sideral.

A narrativa se passa alguns anos a frente do que estamos hoje, até mesmo se apropria de acontecimentos recentes para fundamentar os efeitos do poder destrutivo da caixa e a importância dela ser eliminada. Os autores afirmam que a pandemia de Covid foi culpa da caixa e isso só reforça a crença de Gwendy em cumprir essa missão, mesmo passando a maior parte do tempo lutando para saber onde está, quem é e o que precisa fazer. 

É triste ver uma personagem tão grandiosa e valente ir sumindo aos poucos, confesso que achei muita maldade dos autores darem um destino tão ingrato para Gwendy.

Ela, finalmente, decide dividir o fardo com pessoas de confiança e segue nessa missão não tão desamparada. Desta vez Gwendy embarca em um viagem espacial para descartar a caixa no espaço. Enquanto está na nave, a narrativa se alterna entre o momento no qual o homem do chapéu preto lhe entrega a caixa de novo e os anos que se seguiram até ela conseguir o momento certo do descarte.

E nesse meio tempo, Gwendy perde o marido em circunstancias suspeitas. A morte de Ryan acontece em Derry, uma velha cidade já conhecida do leitor fiel de King e até mesmo vamos ter partes deste livro relembrando Pennywise e seus feitos macabros (para mais detalhes confira aqui It - A Coisa). 

Eu amo este universo de King que sempre usa a fictícia Castle Rock e arredores. Não é a primeira vez que vemos sendo citado em suas histórias outros de seus livros, personagens e locais. Amo muito, mesmo!

Voltando a Gwendy, fora se livrar da caixa, não acontece nada paralelo como nos livros anteriores. O foco é mesmo na missão e na conspiração que cerca Gwendy e aqueles que desejam tirar dela o objeto. 

Não esperem que muitas explicações sejam dadas, os autores não respondem exatamente o que é a caixa, quem a fez, quem é o homem do chapéu e outros pormenores. A mensagem central que a caixa está ali para ilustrar, é que com grandes poderes vem grandes responsabilidades e que nem todo homem está apto a ter tanto poder  em mãos. Eventualmente será tentado, poderá cometer erros e com isso até dizimar a humanidade. 

Gwendy representa a bondade, a honestidade e uma pureza de coração sem igual. Ela nos faz lembrar o que é certo e o que devemos fazer. Há até mesmo um momento que menciona uma lição ensinada pelo pai que ela aprendeu na infância e isso a tornou a mulher que se tornou na vida adulta.

"Muito tempo atrás, quando eu era uma garotinha de marias-chiquinhas correndo pelo parquinho de Castle View, você me disse uma coisa que nunca esqueci: quando tiver que escolher entre fazer o certo ou não fazer nada, faça o que é certo."

Gwendy não é uma santa, é humana e cheia de falhas como nós, mas escolheu fazer o certo. 

Se você gosta de uma história com um toque fantasioso, alguns mistérios, boa reviravoltas e uma personagem forte, vai gostar de ler a trilogia A Pequena Caixa de Gwendy. Eu curti bastante a jornada ao lado desta personagem de língua afiada, ótimo humor e grande coração. 

Queria um desfecho diferente para ela? Sim, eu queria. Ainda assim a viagem foi boa demais de se fazer. Recomendo! 

Confira também as resenhas de A Pequena Caixa de Gwendy #1 e A Pena Mágica de Gwendy #2

8 comentários:

  1. Que pena que o final da Gwendy não foi exatamente o que você queria para ela.
    Gosto de livros assim com mensagens claras sobre fazer a coisa certa mesmo que seja difícil.
    Aaaah eu queria saber o que era caixa e quem era o homem hahshhs

    Beijos

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  2. Gosto de personagens que são mais humanos. Que erram e acertam como a gente. Nunca li esse livro e nem os anteriores. Mas o enredo seja envolvente, apesar de meio triste ver a personagem "se apagando"...

    www.vivendosentimentos.com.br

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  3. Oi Cida, tudo bem?
    Menina do céu, eu que nem li a trilogia fiquei de coração partido pela Gwendy. Achei super pesado o final dela, e imagino a sensação de melancolia de ver a personagem ir se apagando. Mas também achei admirável que ela tenha tomado decisões difíceis, mas corretas.
    Beijos,

    Priih
    Infinitas Vidas

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  4. Já atenta a esse final de Gwendy. Espero que eu não fique com raiva kkkkk
    https://www.balaiodebabados.com.br/

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  5. Que pena por esse final aí hein?!
    Tenho vontade de ler algum do Stephen King, mas ainda não sei qual.
    Beijos!
    www.pamlepletier.com

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  6. Oi Cida, que mistério essa caixa em. Sou fã do King e gostaria com certeza de ler esse livro também, seria meio que uma distopia né? já que acontece no tempo a frente do nosso.

    Até mais!
     www.relatosdalih.com.br 💜

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  7. Oi Cida, já vi a capa desse livro muitas vezes sem saber do que se tratava. Confesso que não achei muito legal o final da personagem. Gosto quando são mais alegres, mesmo que o personagem envelheça. De qualquer forma, fiquei tentada a ler a trilogia.

    Abraço!
    Helaina (Escritora || Blogueira)
    https://hipercriativa.blogspot.com

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  8. Eu nunca li nada de King, então não saberia nem por onde começar. Mas lendo a resenha agora, concordo que seria um desfecho trágico e ingrato para a protagonista. =/
    Bjks!

    Mundinho da Hanna
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