Kobane Calling
Título Original: Kobane Calling
Viajando como enviado de um jornal italiano, o quadrinista Zerocalcare atravessa os confins da Turquia, do Iraque e do Curdistão Sírio para chegar à cidade de Kobani ao encontro do exército de mulheres curdas, que luta contra o avanço do Estado Islâmico. A partir dessa viagem, Zerocalcare produz uma reportagem de sinceridade pungente, um testemunho indispensável e perturbador que transmite a complexidade e as contradições de uma guerra muitas vezes simplificada pela mídia internacional e pelos discursos políticos. Tudo isso com um tom inimitável, extremamente bem-humorado e ao mesmo tempo tocante – a linguagem e o universo de um autor que sabe como ninguém representar as pessoas, o cotidiano, os medos e as aspirações de sua geração. Blogueiro e autor de quadrinhos com viés autobiográfico, Zerocalcare é um fenômeno editorial de um sucesso sem precedentes na história dos quadrinhos italianos, pronto para conquistar o mundo.
Kobane
Calling Ou Como Fui Parar No Meio Da
Guerra na Síria, de Zerocalcare, é uma graphic novel de cunho
jornalístico, onde o autor nos relata como foi sua experiência junto a
Resistencia Popular Curda que luta para conter o avanço do Estado
Islâmico.
Acima de tudo é sobre as pessoas na
guerra, não apenas a guerra.
Eu adoro histórias em quadrinhos e nos
últimos dois anos tenho feito ótimas leituras dentro do gênero. Até mesmo
mangás, que achei que não me agradariam, ganharam um lugar na minha estante e no
meu coração. Eu comecei a minha vida de leitora com gibis da Disney e da Turma
da Mônica e hoje, mesmo ainda os lendo, o que mais busco são quadrinhos
diferentes. Tive ótimas experiências com quadrinhos voltados para o público
adulto, desde fantasias até biografias e, mais recentemente, resolvi me
aventurar por temas mais complexos.
Kobane Calling veio bem a calhar nesta
minha jornada, com seu forte conteúdo político, social e real.
Zerocalcare sabe contar uma história, por mais complexa que
seja sua HQ, ele se faz entender e nos permite absorver a grave situação de
Kobane, de seu povo e da guerra que cerca a todos. Não é uma leitura para uma
sentada só, fiquei alguns dias com a obra, lendo aos poucos e absorvendo a
grandeza do que foi abordado. É algo muito interessante e que desperta a vontade
de buscar mais e mais sobre o assunto a cada capítulo.
Tem muita informação, Zerocalcare tenta da melhor forma
explicar para nós o conflito, a situação politica, religiosa e até mesmo
geográfica. Ele sempre se desculpa por estes momentos mais teóricos, mas que são
necessários para nos situar.
Além disso, Zero não toma partido de ninguém. Ela é imparcial
nos relatos. Se tem opinião e preferência, guarda para si. Está ali para nos
contar algo, não nos fazer ficar de um lado ou de outro. Apenas conta a história
pura, sem nos obrigar a engolir o que os políticos e demais desejam. Acima de
tudo busca sentido naquela guerra.
Li outros relatos de guerra, sempre pesados e cheios de dor,
mas Zerocalcare com extremo bom humor, soube dar leveza a sua história sem nunca
perder a seriedade da mesma. Sabemos a importância da situação e da guerra que
ele acompanhou. Sabemos que pessoas morreram nesta luta e a esperança de paz é
quase nula, mas também sabemos que independente do lado que se lute, há seres
humanos ali. Pessoas com sonhos, amores, sentimentos e que são gente como
a gente. A humanidade que a história tem é enorme e a irreverencia do autor é
imprescindível para chegar em nosso coração e mostrar o cotidiano, não apenas as
batalhas, mas a vida de cada pessoa que está ali naquela luta.
O autor até mesmo fala de si e de como foi ir para Kobane e a
forma com a família lidou com isso. De uma forma ou de outra, não foi apenas uma
reportagem para ele, foi uma mudança de perspectiva e uma experiência que o
amadureceu. O Zero que temos na primeira página não é o mesmo da última. A
transformação é evidente.
Eu adorei Kobane
Calling. Não dá para afirmar que a história termina quando
chegamos na última pagina, pois estamos falando de vida real e esta vida segue
mesmo com o fim da reportagem de Zerocalcare. Ele compartilhou conosco um
pouquinho do conhecimento que ganhou, nos mostrou uma porta de entrada para uma
realidade que não é comum para nós no Brasil e com isso expandiu meus horizontes
para o mundo. Não acaba aqui, foi apenas o começo e cabe a cada um que ler,
decidir se segue em frente em busca de mais. Independente da sua opção, ao
terminar esta graphic novel, algo de diferente vai estar com você.
Leiam!
Oi, Cida!
ResponderExcluirEu também não sou muito de ler graphic novels, hqs e afins, mas estou tentando fazer um hábito. Logo eu consigo.
Gostei da temática dessa. Interessante ver esse relato, que é tão atual infelizmente. Bom saber que a história tem uma certa leveza, apesar do assunto.
Beijos
Balaio de Babados
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Oi Cida,
ResponderExcluirSempre gostei de histórias em quadrinhos e essa parece ser interessante, uma pena eu não ter pegado ela com a editora para ler.
Fico feliz que tenha gostado.
Bjs
http://diarioelivros.blogspot.com.br
Oi Cida, sua linda, tudo bem?
ResponderExcluirSaudades de você!!! Eu também cresci com os gibis da Turma da Mônica. E acho incrível que até hoje eles continuem se atualizando, semana passada li um da turminha que envolvia o universo da liga da Justiça e achei o máximo, risos.. Não conhecia esse, mas só pelo cenário da guerra já me interessou.
beijinhos.
cila.
http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/
Oiii Cida
ResponderExcluirLivros inspirados na própria vida são em grande parte das vezes super interessantes. Acho que atualmente a Guerra da Siria e do Iraque é o foco mesmo, e qualquer livro que saiba explorar e relatar bem o tema tende a ganhar o leitor. É um conflito tão cheio de lados e motivacões que quanto mais a gente lê sempre quer saber ainda mais detalhes. Eu desde que soube desse livro coloquei ele na lista e agora coma sua resenha (a primeira que leio dele eu acho) com certeza vai permanecer na lista e espero conferir em breve.
Beijos
De repente, no último livro
Oi Cida,
ResponderExcluirEssas GN da Nemo estão cada vez mais interessantes.
Adorei a premissa dessa e também a capa. Gostei como o autor relata, sabendo dosar humor e seriedade.
tenha uma ótima quarta =D
Nana - Canto Cultzíneo