[Resenha] O Melhor Que Podíamos Fazer

O Melhor Que Podíamos Fazer
Título Original: The Best We Could Do
Autor(a): Thi Bui 
Editora: Nemo                      Páginas: 336
Lançamento: 2017               ISBN: 9788582864135
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Esta é uma história sobre a busca por um futuro melhor e saudosismo pelo passado. Explorando a angústia da imigração e os efeitos duradouros que o deslocamento tem sobre uma criança, Bui documenta a difícil fuga de sua família após a queda do Vietnã do Sul, na década de 1970, e as dificuldades que enfrentaram para construir uma nova realidade. O melhor que podíamos fazer traz à vida a jornada de Thi Bui em busca de compreensão e fornece inspiração a todos aqueles que anseiam por um futuro melhor enquanto recordam o passado de privações.
Thi Bui nasceu no Vietnã e imigrou para os EUA ainda criança e em O Melhor Que Podíamos Fazer ela nos relata como foi sua vida e da família. Esta é uma graphic novel autobiográfica, temos aqui uma história real que se mostra também uma aula de História.

Logo no começo temos Thi no hospital dando a luz ao seu primeiro filho. Ali ela sente o que é ser mãe, mas também o que é ser filha. Entende a mãe como jamais entendeu. A primeira noite na maternidade é emblemática.  Apenas ela e o bebê. Thi precisa aprender a ser mãe.  É possível sentir a transformação dela. O sentimentos que fazem parte do momento saltam das páginas, assim como em cada relato apresentado deste momento em diante.

Quando se vê como mãe, Thi passa a ver os pais com outros olhos e assim vai falando sobre os dois individualmente e como antes não os entendia ou mesmo suas atitudes. Agora vê como as coisas que a revoltavam, eram gestos de proteção e, mesmo sem serem explícitos, de muito amor.

Ela apresenta o pai e seus fantasmas. A mãe com suas frustrações e dores. Ambos tão sofridos e ainda assim lutadores. A família e o dever de cuidar dos filhos os movia dentro de uma realidade caótica, marcada pela guerra e pela liberdade de um povo sendo ceifada.

Sim! É acima de tudo uma história de família, uma história de amor demonstrado não com  declarações, mas com sutileza e no cotidiano. É bela, delicada a sensível a forma como cada quadro dessa história mostra a união da família Bui e o amor que os unia como uma cola quando um membro estava se despedaçando. Eles passam por dramas comuns de qualquer família, em qualquer parte do mundo e também por outros que são estranhos para nós que não vivemos em uma país em guerra e sendo destituído de sua personalidade por estrangeiros.

E é neste aspecto que O Melhor Que Podíamos Fazer se torna uma aula de História em forma de quadrinhos. Seguir a saga de Thi e sua família é seguir o que aconteceu no Vietnã em um dos períodos mais críticos de sua história. As imagens da obra dispensam palavras em boa parte do tempo com sua expressividade e objetividade, você simplesmente olha e se perde nos rostos dos personagens e em suas faces que dizem muito seja com lágrimas, um franzir de testa ou aquele olhar profundo.

E após o período no Vietnã, temos uma fuga perigosa e então a adaptação nos EUA. Eu não sei o que mais me comoveu, se foi a época no Vietnã, se foi o recomeço e crescimento nos EUA ou mesmo quando ela fala do pai e da mãe individualmente. É, acho que foi mesmo quando temos os pais dela mais idosos. Eu senti algo mais ali, já que também sou filha e consegui me colocar na pele de Thi naquele instante. Até mesmo reavalie minhas atitudes e minha vida com meus pais. Não dá para deixar de se envolver nesta parte e ao finalizar a leitura senti algo mudado dentro de mim. 

Eu acho que nossos pais sempre serão um pouco desconhecidos para nós, não é possível conhecê-los de verdade. Não dá para perguntar certas coisas como faríamos com um amigo. E acho que nós filhos, também somos um pouco desconhecidos para eles. Não sei se certas fronteiras podem ser ultrapassadas, mas certos gesto podem, sim, ser melhor compreendidos com a maturidade que vem com a idade e com nossas próprias experiências de vida. Senti uma leveza, um passar a limpo, ainda que a história em boa parte não seja assim tão leve.

O Melhor Que Podíamos Fazer traz uma excelente história real. Se você quer ler um relato biográfico, mas não está afim de encarar um livro longo, leia esta graphic novel.  Será uma leitura ágil e ainda assim cheia de detalhes e força narrativa.  



11 comentários:

  1. Oi Cida!
    Que lindo esse livro! Nunca li uma biografia em formato de graphic novel... Gostei da dica!

    Beijos,
    Sora | Meu Jardim de Livros

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  2. Oi, Cida!
    Geralmente não curto biografias, mas por ser graphic novel eu me arrisco a ler sim.
    Eu sei pouco sobre Vietnã e tals, então seria uma boa pra conhecer melhor a história do país, nem que seja só um pouco.
    Beijos
    Balaio de Babados
    Participe das promoções em andamento e ganhe prêmios maravilhosos

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  3. Oi Cida,
    Essas graphics biográficas estão se tornando obsessão.
    Essa eu não conhecia, achei a premissa muito bacana, anotada!

    bjs
    Nana - Canto Cultzíneo

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  4. Eu adoro Graphic Novels assim!! Não conhecia esta e babei muito aqui!
    Claro que eu quero pra ontem!!!

    Amei!

    Bjks

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  5. Oi Cida,
    Não costumo ler graphic novel, mas gostei da proposta e fiquei curiosa para conhecer a história de Thi.

    *bye*
    Marla
    https://loucaporromances.blogspot.com.br/

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  6. Olá, Cida.
    Acho que nunca vi uma biografia na forma de GN. Não sou muito fã de biografias, mas fiquei interessada por poder acompanhar essa parte da história. E achei a capa muito bonita. Se der eu vou ler ele.

    Prefácio

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  7. Oi Cida,

    Estou com esse livro para ler e espero gostar da história, o enredo me chamou muito a atenção.
    Bjs
    http://diarioelivros.blogspot.com.br

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  8. Não conhecia o livro, mas parece-me uma história interessante, não leio muito livros biográficos, mas os que li gostei muito =)

    MRS. MARGOT

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  9. Oi Cida! Tudo bem?
    Não costumo ler biografia, mas achei muito legal essa forma de construi-la em uma graphic novel, fiquei até interessada!! só deve ser bem triste né..
    beeijo

    https://lecaferouge.blogspot.com.br/

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  10. Oi, Cida, tudo bem?

    Eu não gosto do gênero, nem biografias e nem autobiografias. Mas curti essa pegada mais familiar que a história tem. Se eu gostasse do gênero daria uma chance, pois parece bem interessante essa jornada.


    Beijos
    - Tami
    http://www.meuepilogo.com

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  11. Nossa!!! Que tocante foram seus últimos parágrafos! Eu amo HQs então "O melhor que podíamos fazer" já estava em minha lista, depois dessa resenha periga que eu vá ali no site da loja e pegue ele agora! É maravilhoso quando uma história nos emociona e nos torna pessoas melhores.
    Jaci
    Pandora e Sua Caixa

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