[Resenha] Está No Meu Sangue

Está No Meu Sangue
Título Original: Because It Is My Blood (Birthright #2)
Autor(a): Gabrielle Zevin    
Editora: Rocco Jovens Leitores            Páginas: 384
Lançamento: 2013                               ISBN: 9788579801617
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Continuação do elogiado Todas as coisas que eu já fiz, eleito melhor livro juvenil em 2011 pelo site BookPage, Está no meu sangue traz de volta a jovem Anya Balanchine frente a situações que vão testar sua coragem e seu coração, na Nova York do futuro, empobrecida e perigosa, criada pela autora Gabielle Zevin. Filha de um dos grandes chefões do crime organizado, responsável pela venda ilegal de chocolate e outros itens proibidos, Anya queria apenas levar uma vida normal. Mas o destino parece ter outros planos para ela, nesta trama de distopia repleta de ação que traz profundas reflexões sobre amor, família, ética e amizade.
 
Crescimento evidente, trama crível, história criativa e uma personagem real.


Está No Meu Sangue é o segundo volume da trilogia Birthright, de Gabrielle Zevin, publicada no Brasil pela Editora Rocco (selo Jovens Leitores).

Em Todas As Coisas Que Eu Já Fiz, conhecemos um mundo onde há escassez de quase tudo e o chocolate e o café são proibidos. A protagonista Anya Balanchine é filha de um chefão da máfia do chocolate e mesmo com o seu pai morto e ela e os irmãos vivendo longe dos negócios da família, é vista como um elemento importante dentro deste cenário de "negócios". Assim, acaba sendo envolvida em disputas politicas e  de poder, sem nem mesmo ter direito de opinar.

Anya acaba sujando as mãos e tem que ser punida pela lei. Faz inimigos, angaria aliados e sela acordos para poder manter os irmãos em segurança e neste segundo volume vamos vê-la lidando com as consequencias destes atos.

Embora essa realidade criada por Zevin seja bem envolvente, o que me fascina na série é a protagonista e sua vida. Anya enfrenta muitos desafios, perde mais do que ganha e ainda assim está ali na luta pra cuidar dos que ama. Ela sente medo pelos outros, não por ela e, situações onde achamos que não vai sobreviver, sempre surgem.

Anya nesta fase se dá conta que sacrificou-se bastante pelos outros e enquanto a vida deles seguiu em frente, ela mesma está sem um futuro garantido. Anya não pode ter a vida de uma adolescente normal devido a sua ficha maculada. Nenhuma escola a aceita e antigos favores são cobrados, contribuindo para mais turbulência e sangue. O peso do mundo parece cair em seus ombros e vemos com isso um amadurecimento precoce na jovem,  o que torna sua personagem mais forte e marcante. Ela cresce a olhos vistos e a cada página a trama fica mais envolvente, pois é impossível não querer sabe o que acontecerá com a protagonista.

As reviravoltas continuam e a história mantem o clima tenso e ágil. Há pequenos mistérios para serem solucionados e um excelente trabalho ao redor das relações pessoais. Gosto do jeito que a autora tece sua rede, não deixando de lado a abordagem distópica e ainda assim evidenciando ao máximo o lado humano. O equilíbrio dos dois aspectos funciona bem e deixa a trama mais viva. Nada de infantilidade. É um mundo de gente grande. De matar, morrer, subornar e sobreviver. Problemas reais, diálogos inteligentes e que não subestimam a nossa inteligência.

E voltando para nossa Anya, achei que ela ficou bem solitária neste volume e felizmente conseguiu lidar com esta jornada individual com inteligência. Ela é uma pessoa que há muito tempo se vira só e tem muita dificuldade em compartilhar medos, planos e sonhos com os outros. Quando resolve confiar em alguém é com aquela desconfiança e até lembrei bastante de mim em algumas de suas atitudes.

O lado romântico ficou bem em segundo plano, mas não comprometeu a trama. O que importa aqui é ver se Anya vai ou não assumir o legado de sua família, já que o mundo do chocolate está em seu sangue e ela precisa aceitar-se e conviver em paz com o que é e de onde veio. Acho que ela está começando a assumir sua identidade e parando de lutar contra o inevitável, assim tirando proveito do que tem e fazendo bom uso disso.

As alianças forjadas são um elemento surpresa, já que de uma hora para outra amigos viram inimigos e vice-versa. Nada é imutável na vida de Anya Balanchine  o final me deixou bem curiosa sobre o resultado de mais uma decisão ousada da personagem.

Eu torço para que Anya consiga ser feliz um dia, encontre paz e mude a história de Nova Iorque. Quem sabe do mundo, com suas iniciativas, coragem e determinação. Adorando a série. 



10 comentários:

  1. Oiii Cida

    Fico feliz por saber que vc está curtindo a trilogia. Confesso que apesar de amar distopia e fantasia esse é um dos livros que menos me chama a atenção, não sei algo na premissa ainda não me convence... Mas não descarto completamente, quem sabe eu acabo mudando de idéia com o tempo.

    Beijos

    aliceandthebooks.blogspot.com

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  2. Meu Deus, um mundo sem chocolate e café, cruzes! Mas já quero fazer parte da máfia hehehehe Brincadeiras a parte, curti a trama de Anya e que bom que vc gostou do segundo volume <3

    Bjs, Mi

    O que tem na nossa estante

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  3. é bom quando a sequencia agrada, que deixa esse gosto de quero mais no ar

    http://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/

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  4. Oie Cida =)

    Da autora eu li A Vida do Livreiro e amei! Série se você ainda não leu esse livro leia *-*

    Não conhecia essa trilogia dela, mas como gostei muito da escrita dela, vou dar uma procurada, para saber mais sobre a história.

    Beijos;***
    Ane Reis | Blog My Dear Library.

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  5. Oi, Cida!
    Lembro vagamente dessa série, mas acho que li algo sobre ela aqui no teu blog. Pelo que li, o livro foi bem satisfatório pra você.
    Beijos
    Balaio de Babados
    Participe das promoções em andamento e ganhe prêmios maravilhosos

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  6. Olá, Cida.
    Não sei se leria esse livro. Apesar da premissa da história ser interessante, não teve algo assim que me chamasse tanto a atenção. E não gostei da capa do segundo ser diferente da do primeiro, deveriam ter seguido o padrão hehe.

    Prefácio

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  7. Oi, Cida

    Eu semore rio quando vejo esse negócio de máfia do chocolate, eu não consigo levar isso a sério, de verdade! Hahahaha
    Que bom que você gosta tanto da personagem, ela parece bem determinada mesmo. Mas esse lance do chocolate aí... não rola! Rsss

    Beijos
    - Tami
    http://www.meuepilogo.com

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    Respostas
    1. Oi Tami! Eu não também acho engraçado a máfia do chocolate, mas é mesmo a jornada da menina que me deixa impressionada.

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  8. Oi Cida!
    Acabei de comer chocolate agora, passei vontade o dia inteiro esperando chegar em casa para comer... Realmente eu não ia conseguir viver num mundo sem ele. :(

    Beijos,
    Sora | Meu Jardim de Livros

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