[Resenha] Sangue na Neve

Sangue na Neve
Título Original: Blood on Snow (Blood on Snow #1)
Autor(a): Jo Nesbø   
Editora: Record                    Páginas: 154
Lançamento: 2015               ISBN: 9788501091536
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O mestre do thriller escandinavo está de volta. Olav tem apenas um talento: matar pessoas a sangue-frio. Não há nada que ele preze mais que ter o poder sobre a vida e a morte. Porém, sua natureza sensível é proporcional às suas habilidades como matador de aluguel. Uma vez tentou roubar bancos, mas não deu certo – ele se sentiu tão culpado que foi visitar uma das vítimas no hospital. Agenciar mulheres para prostituição, idem – Olav se apaixona muito fácil. O assassinato foi tudo que lhe restou. Ele leva uma vida solitária em Oslo até se ver envolvido em um trabalho importante para um dos mais perigosos chefes do crime organizado na cidade, Daniel Hoffman. Ao aceitá-lo, Olav finalmente conhece a mulher da sua vida, mas logo se depara com dois problemas. O primeiro é que ela é a esposa do chefe. E o segundo é que ele foi contratado para matá-la.
Sangue na Neve entrou na lista de desejados por ser do grande Jo Nesbø. Este autor sabe criar enredos cheios de reviravoltas, personagens complexos (especialmente seu famoso detetive Harry Hole), crimes chocantes e finais desconcertantes.

Este livro não faz parte da série de H. Hole e desta vez não temos um serial killer na trama, na verdade os fatos estão descobertos (ou quase) e sabemos quem matou quem. O que se destaca é o criminoso que vem como protagonista da trama.

Olav é um cara que desde cedo mergulhou no mundo do crime, contudo não achou sua “vocação” logo de cara. Ele tentou roubar bancos, ser cafetão e até traficante, mas nada disso deu certo, até o momento que matou alguém e assim conseguiu achar seu "talento". Ele virou um assassino de aluguel para um mafioso muito poderoso. Tudo corria bem até o dia que seu chefe lhe confiou a morte da esposa adúltera.

Olav sabia que o alto pagamento pelo serviço só poderia significar algo ruim, pelo visto seus dias como matador estavam contados, mas o pior ainda estava por vir. Ele acabou se apaixonando pela vítima e na tentativa de dar um jeitinho na situação, ele mesmo acabou virando o alvo.


É um livro fininho, não são nem duzentas páginas, mas eu fiquei muito feliz com a leitura. Deixo claro que se você for ler esperando encontrar uma trama intrincada e detalhista como em Boneco de Neve ou O Leopardo, não vai achar. Como citei a história difere da maioria que já conhecemos, mas ainda assim possui seu valor e vale a pena ser conferida.


Eu fui logo capturada nas primeiras páginas, a narrativa em primeira pessoa na voz de Olav é envolvente e mesmo sabendo o que ele faz e do que é capaz, é impossível não sentir uma estranha afeição por ele. Não me chamem de maluca, mas este assassino de aluguel é simpático. É surpreendente ver como ele encara os aspectos de sua vida como algo comum, como se matar fosse rotina para a maior parte das pessoas. Este jeito peculiar de ser de Olav me divertiu, seria totalmente cômico se não fosse trágico.

O autor mandou bem na construção de seu personagem, um anti-herói que rouba a cena com seu jeito espirituoso e apaixonado. Olav não nega seus sentimentos e esta é uma das razões que o tornam tão inapropriado para ser cafetão, assaltante e traficante.  Então como matar foi o ideal? Bem, em sua torta concepção de certo e errado, ele acreditava que suas vítimas estavam sendo punidas, que ele estava fazendo um tipo de justiça.

Se por um lado a história é bem simples, por outro nem tanto. Logo de cara descobrimos muitas coisas, mas o que o destino reserva para Olav não. Aí reside o segredo da trama, saber como ele vai lidar com a paixão pela mulher do chefe e fugir da ira do mafioso.

Entre um breve resumo de como funciona a rede de tráfico e prostituição na Noruega, Olav monta um plano de fuga e os resultados são não apenas surpreendentes, mas sangrentos.

A mente de Olav era complexa, um grande labirinto de ideias, sonhos e divagações que além de deixá-lo em conflito, acaba enganando nós leitores. Eu me senti mais uma peça na mão do autor, que jogou comigo habilmente e me enganou. Fechei o livro surpresa com a astúcia de Nesbo e com a forma como ele me manipulou. Que brilhantismo destruidor. Adorei!

Seja como for, a neve debaixo dele me lembrava o manto de um rei, todo púrpura e forrado de arminho.

Nota: A capa é um retrato fiel dos pensamentos de Olav que conferimos logo no primeiro capítulo e até mesmo de algo definitivo em sua existência. 



14 comentários:

  1. SEM. OR. Adorei conhecer esse livro. Que capa, que sinopse! Adorei sua resenha e a indicação, de verdade. =O

    Feliz ano novo!!
    Beijos,
    http://postandotrechos.blogspot.com.br/

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  2. Oi, Cida!
    Pelo título e pelo autor, eu jurava que esse livro seria mais grosso.
    Que bom que você gostou do livro porque ele vem divergindo opiniões. Como nunca li nada do Jo, não tenho muito o que falar.
    Quem sabe posso dar uma chance porque ser um livro fino e rápido...
    Feliz 2016!
    Beijos
    Balaio de Babados

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    1. Oi Lu! É por isso que alerto para não esperar algo nos moldes da série mais conhecida dele, é uma empreitada diferente, mas que para mim deu certo.

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  3. Oie Cida =)

    Dificilmente leio thrillers, mas sempre leio boas resenhas dos livros do autor. Confesso que não acham muito a minha atenção, mas acredito que devam ser ótimas leituras para os fãs do gênero.

    Ótima resenha!

    Beijos e Feliz Ano Novo!
    ;***

    Ane Reis.
    mydearlibrary | Livros, divagações e outras histórias...
    @mydearlibrary

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    1. Sim Ane! São livros pesados e românticos de plantão podem se assustar um pouco.

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  4. Por mais incrível que pareça, nunca li livros com tema policial/investigativo. Nunca me interessei pelo gênero, prefiro fantasia, romance e ficção. Também não conhecia o autor. A história parece ser bastante interessante, mas acho que não embarcaria nessa leitura :(

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  5. livro uau, só pela sinopse!
    estarrecida, curiosa e envolvida, acho que é assim que me sinto agora
    um limite tênue entre a sanidade e a loucura!!!!

    http://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/

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  6. Oii Cida, tudo bom?
    Não é o tipo de livro que leio, mas fiquei curiosa com esse narrador simpático. É por isso que gosto quando livros são narrados em primeira pessoas, pois fica mais fácil se conecta com os personagens :)
    Estante de uma Fangirl

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  7. O livro me lembrou um pouco A morte de Sarai. Acho que é um desses dias para se devorar em um dia, até porque não é muito extenso. Adorei esse elemento de surpresa, de pregar uma peça no leitor, acho tão chato quando o livro é muito previsível.
    Tenho vontade de ler também Boneco de neve!

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  8. Como gosto de livros no estilo policial, a obra me chamou a atenção. Mesmo sem um enredo intrincado, vale a leitura. Parece ser uma boa obra para relaxar.

    Desbrava(dores) de livros - Participe do top comentarista de dezembro. Serão dois vencedores!

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  9. Só as capas dos livros desse autor já são impactantes e chamativas. Gostei da premissa de Sangue na neve, é bem diferente ler um livro na perspectiva do vilão né, ocorre todo um dilema de gostar ou não do personagem

    xx Carol
    http://caverna-literaria.blogspot.com.br/

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  10. Adoro livros assim! Bem escritos, com um desfecho e tanto, personagem meio ante-herói cativante e uma narrativa incrível! Adoro! #ListaComTodaCerteza

    Pandora
    O que tem na nossa estante

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  11. AAAAHHHhHH Já foi pra lista!!! Querooooooo!!

    Adorei! Quero muito conhecer Olav!

    Bjks

    Lelê

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  12. Oi Cida!

    Quero muito ler algo deste autor, todos falam muito bem inclusive fiquei encantada pela sua resenha e por Sangue na Neve tanto quanto pelos outros livros.
    Esse tipo de livro geralmente me prende na leitura e é dificil não gostar, ainda mais quando o autor é bom e nos surpreende! Adoro personagens complexos também.

    Já colocando na lista de desejados!!
    Beijo!

    http://livrosontemhojeesempre.blogspot.com.br/

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