[Resenha] A Promessa da Rosa

A Promessa da Rosa
Autor(a): Babi A. Sette
Editora: Novo Século            Páginas: 432
Lançamento: 2015               ISBN: 9788542805550
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Século XIX: status, vestidos pomposos, carruagens, bailes… Kathelyn Stanwell, a irresistível filha de um conde, seria a debutante perfeita, exceto pelo fato de que ela detesta a nobreza; é corajosa, idealista e geniosa. Nutre o sonho de ser livre para escolher o próprio destino, dentre eles inclui o de não casar-se cedo. No entanto, em um baile de máscaras, um homem intrigante entra em cena… Arthur Harold é bonito, rico e obstinado. Supondo, por sua aparência, que ele não pertence ao seu mundo, à impulsiva Kathelyn o convida a entrar no jardim – passeio proibido para jovens damas. Nunca mais se veriam, ela estava segura disso. Entretanto, ele é: o nono duque de Belmont, alguém bem diferente do homem que idealizava, só que, de um instante a outro, o que parecia a aventura de uma noite, se transforma em uma paixão sem limites. Porém, a traição causada pela inveja e uma sucessão de mal-entendidos dão origem ao ciúme e muitas reviravoltas. Kathelyn será desafiada, não mais pelas regras sociais ou pelo direito de trilhar o próprio caminho, e sim, pela a única coisa capaz de vencer até mesmo a sua força de vontade e enorme teimosia: o seu coração.
Amar é fácil, perdoar nem tanto.

Quem acompanha o blog sabe que sou fã declarada de romances de época. Saiu livro novo, pode contar logo com foto no Instagram mostrando a chegada aqui em casa e logo em seguida resenha no blog. Eu curto demais o gênero por trazer não apenas uma história de amor, mas também por se passar em tempos que fascinam muito uma garota: cheios de bailes estilo contos de fadas, belos vestidos, cavalheiros no real sentido da palavra e uma dose sagaz de humor.

A Promessa da Rosa, de Babi A. Sette, publicação da Novo Século, foi meu primeiro nacional neste estilo e também meu primeiro contato com o trabalho da autora. Que grata surpresa foi este livro, não só por ter um romance do jeitinho que citei acima, mas também por apresentar algo mais intenso e marcante. Nesta leitura ri muitas vezes, senti um ódio profundo por pessoas e situações e acabei o livro chorando feito criança, ou seja, é uma história que traz graça, leveza, amor e uma carga dramática forte, um mistura bem dosada de todos estes elementos que resultou em algo lindo.

Londres, maio de 1840

Kathelyn Stanwell foi criada para ser uma dama, mas luta contra os costumes de sua classe e jura que vai se casar por amor. Em uma época onde mulheres deveriam apenas concordar e seguir regras, sem se preocupar com o intelecto, ela vive para criar situações de puro vexame e de vergonha para o pai – um conde austero e rígido -, estuda e se interessa por assuntos reservados apenas para homens e não tem medo de se arriscar na arte do flerte. A junção de todas estas atitudes ousadas acaba despertando o interesse de um homem poderoso e dominador, Arthur, o duque de Belmont, que acostumado a ter o que quer decide possuir Kate de qualquer jeito.

Em um baile de máscaras maravilhoso - cenário mais do que romântico e sedutor para um envolvimento amoroso - , estes dois têm seu primeiro contato cheio de desafios e paixão, o que apenas conduz para um futuro ainda mais intenso.

Geralmente quando começamos um livro destes já sabemos onde vamos chegar, o final é sempre previsível, contudo são os desdobramentos inusitados que sempre nos prendem e fazem vibrar. Posso dizer que comecei a leitura achando que sabia de tudo, no entanto a cada novo capítulo a autora foi provando o quanto eu estava errada e me  fez duvidar da existência de um final feliz.

O começo da relação de Kate e Arthur até segue de maneira simples: com ele fazendo a corte, seduzindo a garota e mostrando que a quer muito. O que ela não imagina é que ele tem um plano bem arquitetado para possui-la, algo que vai contra os princípios de liberdade da mulher que ela acredita. Eu estava certa que a descoberta destes planos de Belmont fosse ser o motivo que complicaria o romance, que teríamos brigas, muita teimosia e um acerto de contas fogoso, mas não, embora isso perturbe Kate de alguma forma, é sua personalidade forte que acaba determinando seu destino e promovendo reviravoltas e mais reviravoltas na  história. Há também a grande teimosia do duque, que cego de ciúmes e prepotência, consegue partir o coração de sua amada em milhões de pedaços inúmeras vezes.

Eu não tenho como enumerar quantos e quantos infortúnios atingiram estes dois no decorrer dos anos, mas garanto que nunca senti tanto desespero ao ler um livro do gênero como senti em A Promessa da Rosa. É uma história que começa com certa leveza, arranca risos com a forma indecorosa que Kate encara a vida dos aristocratas e depois nos leva a suspirar com suas primeiras interações com Belmont. Contudo, quando a mocinha vai literalmente para o fundo do poço e sofre como uma miserável, o nosso coração quebra junto com o dela e sentimos na pele toda a sua dor.

A autora ao desenvolver uma história de amor conturbada, ressalta como o preconceito social e as divisões de classe causavam injustiça e infelicidade. Os costumes são retratados em detalhes, assim como a maneira de pensar das pessoas. Também vemos com clareza a questão da liberdade da mulher, que simplesmente por desejar ir além de gestos comedidos e servis, era discriminada quando mostrava ser resistente e possuir opinião própria. Adorei esta crítica e mais ainda a forma como ela deu a força necessária para sua mocinha lutar contra o que acreditava ser errado.

A narrativa em terceira pessoa foca em Kate e Belmont, o que nos permite entender como estão sendo afetados um pelo outro e como reagem à isso. Tantas foram as vezes que ambos poderiam ter resolvido as diferenças, apenas ouvindo um ao outro, mas ao passo que enxergamos isso com clareza eles estão cegos pela teimosia, traição e ciúmes.

O cenário é ricamente descrito e viajamos literalmente para Londres e Paris, duas cidades tão belas e contrárias. Uma sempre me dá sensação de tradição e a outra de liberdade, no entanto ambas são românticas e fascinantes. Cada uma, ao seu modo, retratou a divisão clara da transformação de Belmont e Kate, que passaram a primeira parte da história na Inglaterra e depois seguiram para a França.

Eu não gostei de Belmont e por mim ele morreria sozinho. Que homem autoritário, egocêntrico, estúpido e moralmente condenável. Em nenhum momento senti pena dele e desejei que fosse feliz, foi um dos poucos nobres cavalheiros que não me encantou. Faltou humildade em sua personalidade e compaixão.

Já Kate, que no começo pareceu meio infantil para mim, cresceu a cada página. Uma menina idealista deu lugar à uma mulher notável e batalhadora, que ganhou meu respeito e admiração. Eu desejei do fundo do coração que fosse feliz, que conseguisse realizar seus sonhos e só por isso - por gostar tanto dela -, queria que Belmont mudasse e a amasse como ela merecia.

Temos muitos outros personagens na trama, mas sem dúvidas a dama de companhia de Kate e seu amigo Steve, tiveram papel fundamental na obra por estarem sempre ali para ajudar a mocinha. A senhora Taylor foi uma mãe para Kate.

É um livro relativamente grande, mas nenhuma página está ali por estar, tudo o que foi apresentado era necessário para nos conduzir ao clímax, realçando a linha tênue que separa ódio e amor.

Eu amei! A linguagem é poética e delicada, exalando sentimentos de todos os tipos que me tocaram profundamente. Que leitura marcante e emocionante, não dá para por em palavras o quanto me impressionou, por isso peço que leiam e se deixem levar por esta promessa, A Promessa da Rosa.


23 comentários:

  1. Oi Cila!
    Não conhecia este livro, mas a capa e a sinopse encantadora.!
    Ri muito da parte que você deixaria o Belmont morrer sozinho kkkkkkkkkkk
    Amei
    Beijinhos
    Rizia - Livroterapias

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  2. Oi, Cida!
    Eu também sou fã declarada de romances de época, e estou ficando angustiada por ainda não ter este livro na estante rs
    Ouvi falar que a autora desenvolveu bem os preconceitos sociais e os costumes, como você também mencionou. Estou muito curiosa para conhecer essa delicadeza da autora ao escrever. O livro é bem grandinho mesmo, mas acho que vale a pena.

    livrosvamosdevoralos.blogspot.com.br

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    1. Oi Le! Se você curte o gênero leia sem medo, este é dos bons.

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  3. Já li esse livro e concordo com você: os cenários são ricamente descritos. Aliás, acredito que esse seja um dos diferencias da obra. Afinal, dessa forma, a Babi consegue colocar o leitor dentro da cena.
    Ótima resenha.

    Desbrava(dores) de livros - Participe do nosso top comentarista de setembro. Serão dois vencedores.

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  4. Geralmente, eu não costumo ler romances de época. Mas nesse caso, eu daria uma chance para esse livro sim. Ameeei o enredo e a capa é encantadora! ♥
    Mil Beijos!
    http://pensamentosdeumageminiana.blogspot.com.br/

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  5. Ola!
    Amoo romances de época , sou super fã de historias que se passam no passado, estou precisando de tempo pra terminar esse livro , estou amando ele . Espero termina lo em breve.
    Parabéns pela resenha!
    Bjos

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  6. eu estou bem curiosa para ler este livro, Cida, além de um romance de época e de ser nacional quero poder conhecer mais da Babi, ver melhor as potencialidades dela de escrever
    felicidadeemlivros.blogspot.com.br/

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    1. Thaila! Você com certeza vai curtir, é um belo romance.

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  7. Oi Cida!
    Que ótima resenha amiga, realmente esse livro é perfeito e impactante! Kate sofre duramente as consequências por ser ela mesma, numa sociedade hipócrita, preconceituosa e limitadora, mas mesmo assim consegue dar a volta por cima, sua tragetória é linda. Assim como você, só torci para que o casal ficasse junto porque era importante para a felicidade dela, acho que se fosse comigo não haveria perdão depois de tudo o que aconteceu.
    Beijos... Elis Culceag. * Arquivo Passional *

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    1. Oi Elis! Eu também não perdoaria não, ele foi bem injusto e por conta disso ela sofreu muito. Bjos!!!

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  8. Oi Cida !
    Eu também sou APAIXONADA por romances de época, Adorei a sua resenha e estou super ansiosa pra ler esse livro.
    Beijos

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  9. Oi Cida,
    Super concordo com sua introdução e nossa romances históricos são apaixonantes mesmo!
    Adorei a proposta e as ressalvas que a autora fez na narrativa...
    Eu solicitei esse livro em Agosto, mas os correios não entregam nada aqui há tempos HAHA ainda tenho esperança que lerei.
    Bom do livro ser grosso que se a leitura estiver boa...

    bjs e tenha uma ótima quarta.
    Nana - Obsession Valley

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  10. Só tenho visto comentários super positivos sobre esse livro, adorei sua resenha.
    Estou super ansiosa para começar a ler este livro, acho que vou me encantar com a história, parece ser super envolvente.

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  11. Ownnn!!!! ♥♥
    Vou começar a ler semana que vem (eu acho) e já estou in love depois dessa resenha!
    Já sei que vai ganhar meu coração de novo!!
    Amei!!!

    Bjks

    Lelê - http://topensandoemler.blogspot.com.br/

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  12. Estou começando a ler Entre o Amor e o Silêncio, da Babi e já estou amando a escrita dela. Realmente é muito talentosa! Dá pra ver que ela teve todo o cuidado em pesquisar e estudar antes de escrever.
    Quero ler A Promessa da Rosa também!

    Beijos
    www.ooutroladodaraposa.com.br

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  13. Oi Cida!
    Adorei a resenha, deu pra ver o quanto você gostou.
    Não conhecia a obra e a autora, mas gostei da dica.
    Só achei triste você ter detestado o par romântico da protagonista. Deve ser difícil shippar assim. :(
    Beijos,

    Priscilla
    http://infinitasvidas.wordpress.com

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  14. Oi, Cida!

    Quero ler este livro desde que foi lançado - e depois que eu conheci a Babi, fiquei ainda mais curiosa para lê-lo. Amo romances de época, assim como você, e acho que irei gostar da história, mesmo que o Arthur tenha sido odioso. A autora parece ter uma escrita adorável e envolvente, assim como suas reviravoltas e seus personagens.
    Ótima resenha!

    Beijocas.
    http://artesaliteraria.blogspot.com.br

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  15. Oi Cida!
    Sou super fã de romances de época também, pelos menos motivos!
    Aliás, esse é o único tipo de romance que me atrai, aquele que eu pego pra ler com gosto, sem preconceitos, rs.
    Mas nunca li um nacional, e adorei o que foi dito sobre a Promessa da Rosa.
    Sem dúvida ele está em minha lista de leitura!
    Adorei a sua resenha!
    Beijos!

    Fabíola Carvalhais
    http://pausaparapitacos.blogspot.com.br

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  16. olá
    a capa de "promessa da rosa" tá muito linda! também gostei da sinopse. não sou fã de romance, mas senti muita vontade de ler o livro. nem entendi o por quê. haha. gostei de saber que o livro é nacional, pois ultimamente não tenho lido muitos livros nacionais.
    inicialmente fiquei bem assustada com Arthur pelo modo como foi descrito o interesse dele por Kathelyn. parece aqueles homens/meninos mimadinhos que se quer alguma coisa, quer agora e pronto. hahah e não estava de todo errada.
    livros que nos faz sentir o que o personagem sente é muito bom. quando tem seu lado dramático é melhor ainda. não por nos deixar tristes, mas por fazer a gente entrar "de cabeça" na obra.
    fiquei interessada em saber o que aconteceu entre Kath e Belmont para saber de que lado eu ficaria... pq tem umas mocinhas que me tiram do sério. tem mocinhos tbm que não vale nada.
    tomara q minha experiencia com o livro seja tão boa quanto a sua.

    bjs

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  17. Cida!
    Amo os livros de época, ainda mais ambientados no século XIX, meu favorito.
    E aqui temos um baile de máscaras, simplesmente encantador.
    É o livro mais desejado por mim no momento e fico ainda mais feliz por ser um livro de autora nacional, o que mostra que não ficamos atrás aos estrangeiros.
    “O pior dos problemas da gente é que ninguém tem nada com isso.”(Mario Quintana)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
    Participem do nosso Top Comentarista, serão 3 ganhadores!

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  18. Adoro ler romances de época e esse me parece muito bom pelo que li em sua resenha. Anotado para leitura posterior.

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  19. Eu já tinha visto a capa desse livro e eu a achei muito linda.Eu adoro romances de época e quero muito ler esse livro. Já ouvi falar do outro livro da autora também (entre o amor e o silêncio),mas nunca o li.

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