Após ser misteriosamente lançada ao mar, Vei é resgatada por um barco Viking e retorna à sua terra, Jotunheim, onde ela se torna a peça principal de um jogo sangrento entre humanos, gigantes e os deuses de Asgard, que irá determinar quem terá o direito de reinar sobre Midgard. Tendo a seu lado o valente humano Dal, Vei e as outras campeãs de sua terra disputam o Meistarileikir contra os escolhidos de Odin, lutando pelas próprias vidas, em uma batalha épica entre guerreiros, valquírias e monstros. No entanto, nada poderia preparar Vei para o maior inimigo de todos: o Trezeno. O segredo mais bem guardado de Odin que pode destruir todo o mundo.
O volume dois de A Saga de Vei começa exatamente de onde o anterior parou, com a protagonista, Vei, representando seu povo em um torneio de vida ou morte contra Odin e seus asseclas pelo direito de governar Midgard.
Se o primeiro volume trouxe uma ótima história, este segundo entrega uma narrativa ainda melhor. O torneio continua empolgante, e a trajetória da protagonista é muito bem desenvolvida. Vei começou essa missão inocente e cheia de princípios, mas, através de Loki, descobriu que Odin e os seus trapaceiam descaradamente e assim sempre vencem
Vei vai se transformando a cada luta — a cada nova morte que causa, parece perder mais uma parte de si. Afoga suas frustrações na bebida e no sexo, e aos poucos percebemos que ela já não sabe mais pelo que está lutando.
Essa mudança é intensa: o desespero de Vei transborda das páginas e alcança o leitor. O que ela fará no desafio final contra a arma mais poderosa e secreta de Odin, o Trezeno, é impossível de prever.
Vei conta com alguns aliados, e com certeza Loki é o mais improvável deles. Embora venha do lado de Odin e seja o deus da trapaça, até agora tem se mostrado confiável e cada vez mais Vei está envolvida em seus planos e com sua pessoa.
Loki cativa facilmente tanto os personagens ao seu redor quanto nós, leitores. Para mim, é o destaque da obra: melhor personagem e quem traz para a história o maior toque emocional, com seu passado doloroso e antigos conflitos. O que move Loki talvez não possa ser classificado como certo ou errado, mas certamente como justo.
Ágil e bem conduzida, a história é cheia de surpresas — da revelação da identidade do Trezeno até as escolhas de Vei. O desfecho é incrível!
As lutas são sangrentas, e a HQ, com suas belas ilustrações, transmite com intensidade o clima da narrativa e a emoção de cada momento. Grandes perdas e sacrifícios nos esperam nessas páginas e até amores que não imaginaríamos.
Mesmo sem ser muito familiarizada com a mitologia nórdica, me senti imersa na trama e me conectei bem com este universo de deuses e reis com egos inflados e sedentos por poder. O mundo dos deuses é complexo, mas A Saga de Vei consegue apresentá-lo de forma acessível e envolvente. É uma leitura que deixa aquele gostinho de quero mais. Recomendo!
Confira também a resenha de: Fantasia Nórdica - A Saga De VEI # 1
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