[Resenha] Doce Fúria

Doce Fúria
Título Original: Sweet Fury
Autor(a): Sash Bischoff
Editora: Paralela                  Páginas: 320 
Lançamento: 2025               Thriller
Tradução: Lígia Azevedo
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Quando uma jovem atriz em ascensão é escalada para a adaptação feminista de um clássico de F. Scott Fitzgerald, ela se vê no papel de vítima em um perigoso jogo de vingança onde todos, dentro e fora da ficção, estão encenando. Lila Crayne é a queridinha da América: generosa e gentil, linda e magnética. Ela e seu noivo, o cineasta Kurt Royall, dividem um belíssimo apartamento no West Village e parecem viver uma vida dos sonhos. Para compor o papel da protagonista nas filmagens de uma adaptação de Suave é a noite, Lila começa a ser atendida pelo charmoso terapeuta Jonah Gabriel a fim de explorar os traumas de seu passado. Aos poucos, o mundo perfeitamente organizado de Lila começa a ruir, uma sessão após a outra -- e Jonah é o homem responsável por recolher esses caquinhos. Aqui, porém, todos têm segredos e ninguém é o que parece. Contado através das lentes da indústria do cinema, Doce fúria é um romance viciante e recheado de reviravoltas, que tece uma crítica incisiva e corajosa à misoginia que se perpetua nas diferentes esferas da sociedade. Por meio desta obra, Bischoff examina as narrativas que contamos a nós mesmos e o que acontece quando terceiros são cooptados para elas. Este livro explora as linhas turvas entre vítima e perpetrador, e o verdadeiro significado de justiça. "Ambiciosamente engenhoso, surpreendente e imersivo, esse livro envolve você numa história tão atraente que nada te prepara para o golpe da verdade mais profunda escondida em seu interior. É um livro de estreia e tanto!" -- Rebecca Makkai, autora de Os otimistas e de Longe da Terra.

Lila Crayne é uma atriz no auge do sucesso e, ao lado do noivo, o cineasta Kurt Royall, está participando da adaptação cinematográfica do romance Suave é a Noite, de F. Scott Fitzgerald. Devido ao mergulho na obra de Fitzgerald, Lila sente a necessidade de procurar um terapeuta para enfrentar antigos traumas e certas inseguranças.

Essa volta ao passado vai desenterrar velhos segredos, reabrir feridas quase cicatrizadas e nos arrastar para dentro de uma história repleta de mentiras, drama, violência sexual, vingança e ciladas. Coincidência ou não, Suave é a Noite retrata a relação de um psiquiatra com sua paciente. Seria possível que a ficção esteja prestes a se tornar realidade?

O prólogo deste livro já é uma isca para fisgar o leitor, abrindo com uma cena que claramente envolve um assassinato. A leitura flui com facilidade, já que a autora nos transporta para os acontecimentos que antecedem esse momento, despertando nossa curiosidade. Queremos entender o que aquela cena violenta realmente significa: quem morreu, quem matou e, principalmente, qual o motivo.

Me vi completamente imersa nessa história — em uma única sentada, li 210 páginas e só parei por precisar dormir para acordar cedo no dia seguinte. É uma trama envolvente, um bom suspense psicológico, repleto de personagens nada confiáveis. A narrativa alterna múltiplos pontos de vista, intercalados com relatórios e diários de terapia, com foco especial na relação entre Lila e o terapeuta Jonah. E aí está a grande questão: qual dos dois está contando a verdadeira história?

Vamos ter uma abordagem da indústria do cinema e de seus bastidores cheios de jogos de poder, além de trazer reflexões sobre a obra de Fitzgerald e a vida desses personagens de caráter distorcido e altamente reprovável. Ninguém é santo nessa história — praticamente todos carregam pecados e crimes ocultos. Mas, afinal, quem é a verdadeira vítima?

É como uma boa fofoca, eu queria saber tudo. O tempo todo tive a sensação de que uma armadilha estava sendo cuidadosamente montada, e fiquei bem contente de no final ver minha teoria comprovada. Que trama ardilosa! Doce Fúria foi uma leitura excelente e eu recomendo.

A autora dedicou este livro ao legado de Fitzgerald. Ao longo da trama, os personagens comentam frequentemente sobre a presença da misoginia e de outros temas polêmicos em suas obras. Eu fiquei interessada em ler seus livros.



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