[Resenha] Como Fazer Amigos e Enfrentar Fantasmas

Como Fazer Amigos e Enfrentar Fantasmas 
Autor(a): Gustavo Borges e Eric Peleias
Editora: JBC (selo Start!)                           Páginas: 88
Lançamento: 2024                                     Quadrinhos, Aventura

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Estamos na década de 1990, em cada casa há uma televisão ligada e a internet ainda é desconhecida. Duas crianças são obrigadas a passar um dia juntas e decidem desvendar se fantasmas são reais ou não. Um dia cheio de aventuras e descobertas pode mudar a vida de ambos e ajudar a definir a personalidade deles para o futuro? É possível preservar o senso de magia diante das decepções da vida? Ao mesmo tempo, é possível amadurecer sem perder o otimismo da infância? Esta é uma história sobre os fantasmas que nos definem ao longo da vida e quais significados diferentes um “fantasma” pode ter. É também uma história sobre memórias, família, amizade, diferenças, semelhanças e, principalmente, amadurecimento.

Venham conhecer a cidade de Neblina!

Publicado de maneira independente em 2019, o quadrinho nacional Como Fazer Amigos e Enfrentar Fantasmas, com história de Eric Peleias e arte de Gustavo Borges, foi relançado agora em 2024 pelo selo Start! da JBC. A ideia da história surgiu a partir de uma viagem que Eric e Gustavo fizeram, quando no caminho, precisaram desviar por uma estrada secundária.

Essa é uma história de aventuras e nostalgia, que diverte o leitor mais jovem e faz o leitor mais maduro lembrar da infância e como é divertido das asas à imaginação. A ambientação nos anos 90 é um algo a mais, um aspecto da obra que nos leva para uma época onde crianças não viviam na internet, nem grudadas no celular. O maior evento do dia era ver um bom desenho animado na TV ou mesmo correr por aí ao ar livre, descobrindo magia no mundo real. 

Leo é um garoto da cidade introvertido e que passa boa parte do tempo vendo TV (detalhe, com antena e seletor, sem controle remoto), não tem amigos próximos e prefere ficar sozinho. Quando o pai arranja um nova namorada, ele leva Leo para conhecê-la. Os dois viajam para a cidade da Neblina, onde Leo  conhece Olivia, uma menina de espírito livre, que fala pelos cotovelos com todo mundo que encontra e é muito carinhosa. 

Olivia arrasta Leo para brincar pelo campos da cidade. No começo ele mostra resistência, mas logo cede e se vê imerso no mundo mágico que Olivia vê, fruto de sua grande imaginação. Ele acaba se divertindo como nunca antes na vida. As crianças embarcam na missão de caçar um dragão, que logo vira um desafio de enfrentar fantasmas. 

Um parque de trens abandonado, um túnel interditado, um árvore cheia de garrafas, uma velha ponte... Tudo é palco para momentos emocionantes, onde Olivia mostra ao Leo como é divertido ser criança e soltar a imaginação. 

Essa viagem, que é contada para nós pelo Leo, mostra como a vida do garoto mudou naquele dia e como ele passou a se abrir mais para o mundo e para as pessoas. A energia contagiante de Olivia o envolveu e ambos se tornaram grandes amigos. Naquele dia não só brincaram, mas falaram sobre a falta que sentiam dos pais - ele perdeu a mãe e ela viu o pai formar outra família. A tristeza, solidão e saudade que os envolve é trazida de maneira delicada para a trama, mostrando que criança pode brincar, mas também tem sentimentos profundos e pode sofrer. Ambos, com essa amizade, aliviam bastante o peso que tinham no coração. 

Para mim foi uma leitura nostálgica e muito realista. Quando criança, minha casa e meu quintal, tinham muitos lugares mágicos para mim e eu sei como é brincar como Leo e Olivia brincaram. A história trouxe para mim memórias que guardo com carinho, de uma infância bem curtida, um lugar de conforto ao qual fui transportada ao ler essa história. 

A história é cativante e a arte de Gustavo de tirar o chapéu, me vi parada observando as ilustrações por muito tempo, pois são uma obra prima. 

E será que tinha fantasmas em Neblina? Só lendo para saber.




5 comentários:

  1. Eu tô muito curiosa para conhecer essa obra! Fiquei muito feliz em ver editoras publicando quadrinhos nacionais, e a sensibilidade da história deixa ainda maior esse misto de consumir algo nacional e se identificar com a história. Amei a sua resenha <3

    Garota do 330

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  2. Olá, Cida!
    Ahh que livro fofinho! Eu confesso que há muito tempo eu quase não leio mais livros assim (acho que só um que era nessa vibe o ano passado) :/ Eu sinto falta dessa magia da infância em livros. É uma ótima recomendação.
    Beijos

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  3. Oi Cida, só de falar anos 90 meu radar nostálgico ativou! Fiquei muito curiosa para conhecer a história, apesar de me aventurar pouco no mundo dos quadrinhos. Turma da Mônica é o mais longe que eu vou. Mas, vou deixar a dica anotada e tentar conferir!

    Até breve;
    Helaina (Escritora || Blogueira)
    https://hipercriativa.blogspot.com (Livros, filmes e séries)
    https://universo-invisivel.blogspot.com (Contos, crônicas e afins)

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  4. Ownt, que história mais gracinha, S2. Eu amei a premissa dela, Cida! E sim, eu também tinha diversos lugares mágicos no meu quintal, que me renderam lembranças muito boas da minha infância, e até hoje guardo com carinho, =).
    Bjks!

    Mundinho da Hanna
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  5. Oi Cida, tudo bem?
    A trama parece ser cativante. Fiquei curiosa para acompanhar as aventuras de Leo e Olivia, com certeza será uma volta a infância.

    *bye*
    https://loucaporromances.blogspot.com

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