[Resenha] Mestre dos Djinns

Mestre dos Djinns
Título Original: A Master of Djinn
Autor(a): P. Djèlí Clark
Editora: Suma                        Páginas: 352
Lançamento: 2023                 Mistério, Fantasia, Steampunk
Tradução: Solaine Chioro
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Vencedor dos prêmios Nebula e Locus, Mestre dos Djinns narra a história da agente Fatma, que atravessa um Egito repleto de seres fantásticos para desvendar um assassinato. Nesta fantasia steampunk cujo cenário é um mundo árabe jamais colonizado, P. Djèlí Clark discute temas como colonialismo, sexismo e racismo em uma história cheia de suspense e ação. Cairo, 1912. Fatma el-Sha’arawi é a mais jovem mulher a trabalhar para o Ministério de Alquimia, Encantamentos e Entidades Sobrenaturais. Mas ela certamente não é nenhuma novata, ainda mais depois de ter impedido a destruição do universo no último verão. Após um assassinato envolvendo os membros da Sociedade Hermética de Al-Jahiz, irmandade secreta dedicada ao homem mais famoso da história, a agente é convocada para investigar o caso. Quarenta anos antes, al-Jahiz abriu o véu que isolava o mundo mágico ― trazendo os djinns, ou gênios, para a realidade humana ― e desapareceu sem deixar vestígios. Agora, o assassino alega ser o próprio al-Jahiz, que voltou para punir a sociedade moderna por suas injustiças sociais. Na companhia de Hadia, sua nova assistente, e de Siti, sua namorada e devota dos antigos deuses egípcios, Fatma precisará desvendar a identidade do impostor ― se é que ele é mesmo um impostor ― para reestabelecer a paz'.

Mestre dos Djinns, de P. Djèlí Clark, é uma ótima fantasia steampunk publicada pela Suma. Eu fui surpreendida de maneira bastante positiva pela trama, que apresenta um mundo que mistura o antigo e o moderno, com criaturas mágicas fascinantes conhecidas como djinns, boa dose de mistério e uma protagonista feminina forte e destemida. 

Há ainda o bônus de a história ser ambientada no Egito, o que traz um clima bem diferente do que estamos acostumados, visto a Europa e os EUA serem locais que encontramos mais comumente nos livros e filmes. 

Eu me senti muito envolvida pela história, lembrei de tramas como as dos filme A Múmia e Indiana Jones, que são aventuras que já vi e revi muitas vezes. No entanto, diferente destas histórias onde um homem enfrenta seres poderosos de outra espécie (dotados de magia milenar) e vilões bem humanos, nesta obra é uma mulher e suas parceiras que vão brilhar e salvar o mundo. 

Fatma el-Sha’arawi é a mais jovem mulher a trabalhar para o Ministério de Alquimia, Encantamentos e Entidades Sobrenaturais, é uma espécie de policial que caça seres mágicos, desvenda seus mistérios e os pune quando saem dos trilhos. 

Nesta realidade da obra, djinns e humanos vivem juntos em sociedade, embora alguns djinns ainda sejam perigosos demais para ficarem transitando livremente.

Quando um homem rico e todos os membros de sua sociedade são assassinados de maneira bem curiosa (queimados vivos, mas sem as roupas ao menos serem chamuscadas), fica claro que é um serviço para Fatma. 

Ela então envereda pelas lendas e religiões locais para entender o que pode ter motivado tal crime e percebe uma trama maior do que o esperado, uma rede de intrigas que usa a fé das pessoas e suas crenças para manipulá-las e levar o Egito ao caos. 

Ao lado de sua parceira de trabalho Hadia e da namorada Sit, Fatma vai precisar desvendar enigmas, estudar história e religiões antigas para desmascarar um homem que diz ser um profeta muito esperado. Ele é uma ameaça para todos os seres e ninguém parece forte o bastante para capturá-lo.

Só que Fatma não entra em briga para desistir. Em uma época que ela lutou para ser a primeira mulher a enfrentar certos desafios, derrubando as barreiras impostas ao sexo feminino, não é um mascarado assassino que vai deixá-la com medo.  Sempre elegante em seus ternos de alfaiataria, um chapéu estiloso e uma bengala mortal, Fatma utiliza de todos os meios ao seu alcance para cumprir uma missão. 

A ação vem desde a primeira página e a protagonista vive escapando da morte e passando por muitas aventuras. É emoção do começo ao fim. Eu lia querendo respostas, ao mesmo tempo que estava com pena de chegar ao final. Queria passar mais tempo no Cairo com Fatma e os djinns.

Amei a exploração de uma mitologia única. Esse mundo mágico criado pelo autor é muito bem fundamentado e envolvente, nos parece totalmente real.  Além disso, ele aborda temas relevantes como colonialismo, sexismo e racismo. E, mesmo sendo um mundo de fantasia, a discussão que gera não está longe do que vemos por aí. Esses elementos acabam se entrelaçando com o mistério central e acabam explicando muito sobre o que conduzia a mente do vilão. 

É uma leitura divertida, pois apesar de temas sérios sendo tratados, o autor não abre mão de ter personagens que dialogam com o leitor de maneira inteligente e bem humorada. Temos personagens super positivos, outros rabugentos, aqueles que equilibram um pouco dos dois  e ainda aqueles que não são bem o que parecem mostrar a primeira vista. Um rol de pessoas que vale a pena conhecer. 

Em suma, foi um livro que me encantou e fez viajar para outra realidade. Só matei a charada principal quase no final e achei que a escolha do autor para esclarecer tudo se encaixou bem em tudo que ele mostrou no decorrer na história. Não é um final corrido, é tudo conduzido com calma e ainda nos deixa querendo viver novas aventuras ao lado da agente Fatma. Recomendo!




8 comentários:

  1. Que legal e interessante. Não conheço esse livro, mas adorei o quanto ele parece ser envolvente e interessante. Já quero ler!!

    www.vivendosentimentos.com.br

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  2. Oi!
    Li bem por cima a resenha para evitar spoilers, já que estou no comecinho da história, adorei saber que curtiu e que a história também consegue ser divertida!

    Beijão
    https://deiumjeito.blogspot.com/

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  3. Oi Cida, tudo bom?
    Não conhecia o livro, não sou uma das maiores fãs do sobrenatural, mas seus elogios me deixaram curiosa! Além da capa ser linda! rs
    beeeijos
    https://estante-da-ale.blogspot.com/

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  4. Oi Cida, tudo bem?
    Adorei saber que a autora consegue manter o ritmo e, ainda assim, concluir sem pressa, de forma satisfatória, o que nem sempre os autores conseguem (normalmente acaba sendo minha crítica). Ótima dica e super fora do óbvio!
    Beijos,

    Priih
    Infinitas Vidas

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  5. Oi, Cida! Tudo bem?
    Não conhecia o livro nem o autor, mas já amei saber que ele soube construir bem a história e concluir igualmente bem!
    Espero ter a oportunidade de ler!
    beijos

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  6. Oi Cida, então podemos dizer que o livro é completíssimo. Só li elogios 😀
    Acho que eu gostaria de ler esse livro, só pra fugir um pouco dos romances e fantasia que leio, nunca li nada que se passa no Egito. Essa questão de tudo ser revelado com clama que agrada. Estou tomando ranço de autores que deixa toda a emoção para o final.

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  7. Oi Cida, tudo bem?
    Não conhecia o livro, mas o fato da trama se passar no Egito, já me deixou curiosa. Que bom que curtiu a leitura!!

    *bye*
    Marla
    https://loucaporromances.blogspot.com/

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  8. Acabei de ler a resenha de 'Mestre dos Djinns' no Moonlight Books e achei bastante informativa. O autor parece ter criado um mundo envolvente com elementos de fantasia e mistério, o que é sempre intrigante. Fiquei especialmente interessado na maneira como os djinns são retratados e como eles se entrelaçam na narrativa. A resenha faz um bom trabalho ao destacar os pontos fortes do livro, bem como as áreas que podem não agradar a todos os leitores. Isso ajuda a ter uma ideia mais equilibrada do que esperar da leitura. Estou curioso para ver como o autor equilibra os elementos míticos com o enredo e o desenvolvimento dos personagens. Obrigado por compartilhar esta resenha!

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