[Resenha] Pequenos Segredos

Pequenos Segredos

Título Original: Little Secrets

Autor(a): Jennifer Hillier

Editora: Faro                                   Páginas: 288

Lançamento: 2023                          Suspense

Tradução: Maria José Silveira e Felipe Lindoso

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TUDO O QUE É PRECISO PARA MUDAR UMA VIDA É UMA VERDADE ÍNTIMA. Quatro minutos. Foi o tempo que um menino de quatro anos levou para desaparecer. Desde então, Marin Machado tem como único foco na vida descobrir o que aconteceu e reencontrar o filho. Passado o tempo normal da investigação, e o FBI arquivando o caso, ela contrata uma detetive particular. Então Marin descobre que seu marido, Derek, está tendo um caso e que sua amante pode ter informações cruciais sobre o que realmente aconteceu naquele fatídico dia. E quanto mais descobre sobre a jovem amante do marido ― uma estudante endividada e influenciadora nas redes sociais ―, mais ela se vê diante de revelações de segredos sombrios que precisa esclarecer. Mas nada é tão simples. Sem poder confrontar todas as partes, sem poder confiar em todas as informações que recebe, Marin embarca numa corrida contra o tempo em que a vida do filho pode depender disso. Prepare-se para mergulhar em uma trama cheia de reviravoltas, na qual o perigo está à espreita em cada página e a busca pela verdade pode ter consequências devastadoras.

Pequenos Segredos, de Jennifer Hillier, lançado pela Faro, traz a história de uma mulher que teve seu filho levado na época do Natal. Enquanto ela soltou a mão dele por alguns instantes para contatar o marido pelo celular, Sebastian sumiu. Um momento que poderia ser como qualquer outro em sua vida, mas que lhe tirou seu maior tesouro. 

Marin Machado não se perdoa pelo que aconteceu. Após dezesseis meses sem novidades sobre a busca, ela tenta voltar a vida normal, mas não é fácil. Não saber onde o filho está e se ainda está vivo a destrói pouco a pouco. 

Nesses meses Mari tentou se matar, deixou nas mãos de terceiros a administração de seus negócios e se distanciou muito do marido. A única constante na sua vida é o melhor amigo Sal, que desde sua juventude está ao seu lado. 

Ela e Sal já foram namorados, mas hoje ele apenas nutre um amor platônico por Mari. Os dois já dividiram muitos segredos e é isso que os mantêm próximos após tantos anos. 

Quando a detetive que Mari contratou para encontrar o filho acaba descobrindo que o marido dela está tendo um caso, a vida dessa mulher entra em outra descida. Mari se vê perto de perder a última parte de sua família e acaba tomando uma péssima decisão. 

No começo desse ano li Nada Fica no Passado desta mesma autora e foi um dos thrillers  mais bacanas que encontrei, assim estava bem empolgada para conferir outros livros de Hillier e saber se seria, outra vez, pega de surpresa por um final com uma boa reviravolta. 

Posso dizer que a autora me surpreendeu durante toda a leitura, especialmente pela forma que a história foi conduzida. Eu esperava que tudo fosse girar, em cem por cento do tempo, ao redor do desaparecimento do filho de Marin e quando o foco é direcionado para o marido e a amante dele, eu fiquei sem entender bem o que a autora pretendia. 

Ainda assim, esse lado da história é bem interessante, pois mostra algo que percebi que  autora gosta de inserir em suas tramas, que são personagens totalmente imperfeitos e que tomam atitudes totalmente reprováveis para salvar a pele e conseguir o que querem. Tanto Marin, quando Kenzie  (a amante), são duas mulheres que não medem esforços para atingir objetivos e nem sempre fazem coisas honrosas. 

No caso de Kenzie, para mim ela era uma pilantra de marca maior, um mulher descarada e desprezível. Já Mari, mesmo suas ações sendo muito erradas, ela estava desesperada e acho que não totalmente em seu juízo perfeito. Assim como aconteceu com a protagonista do outro livro da autora, não consegui condenar essa personagem e julgá-la. Eu senti pena e quis que conseguisse sair da lama que estava afundada. 

Mas voltando ao caso central do sequestro da criança, a autora não o esqueceu ou perdeu o foco, o desvio que ela faz para a situação de adultério é essencial para que certas verdades sejam reveladas e determinada pessoa seja desmascarada. Só assim é possível entender as razões que levaram Marin a ter seu filho levado e como a situação era bem pior do que o esperado. Tudo ia além do desaparecimento do garoto. 

O final veio como um atropelamento e eu nem desconfiei de quem estava por trás de tudo. Eu nem percebi suas artimanhas e dissimulação. 

A autora amarra todas as pontas soltas e nos leva para o depois, mostrando como Marin seguiu sua vida e até tentou se redimir das más escolhas. 

Esse ponto soou realista, mostrando que na vida real não há finais bonitinhos de contos de fadas e sim recomeços onde levamos cicatrizes, o peso de nossos erros e a oportunidade de aprender e fazer melhores escolhas. Eu recomendo!

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