[Resenha] Conto de Fadas

Conto de Fadas 

Título Original: Fairy Tale

Autor(a):  Stephen King

Editora: Suma                        Páginas: 624

Lançamento: 2022                 Suspense, Fantasia

Tradução: Regiane Winarski

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Romance inédito do mestre do terror e suspense, Stephen King, Conto de fadas é uma história fascinante e assustadora sobre um garoto que descobre um novo mundo, onde Bem e Mal estão em guerra. Aos dezessete anos de idade, Charlie Reade parece ser um garoto comum: pratica esportes, é um filho atencioso e aluno de desempenho razoável. Suas lembranças, entretanto, não são feitas apenas de momentos felizes. Após perder a mãe em um grave acidente quando tinha apenas dez anos, Charlie precisou aprender a cuidar de si e do pai, que, enlutado com a perda da esposa, buscou refúgio na bebida. Certo dia, ao pedalar pela rua de casa, Charlie atende um pedido de socorro vindo do quintal de um dos vizinhos: Howard Bowditch. O homem recluso e rabugento, que amedrontava as crianças do bairro, cai de uma escada e se machuca gravemente. O chamado por ajuda veio de Radar, a fiel pastor alemão, tão idosa quanto seu dono. Enquanto Bowditch se recupera, Charlie passa a ajudar o vizinho com tarefas domésticas e com o cuidado de Radar, e assim o rapaz faz duas grandes amizades. Quando Howard morre, Charlie se depara com uma fita cassete que revela um segredo inimaginável: um portal para outro mundo.

Conto de Fadas é o mais recente livro do mestre King e novamente ele nos leva por uma jornada única, algo que só poderia ter saído de sua astuta e criativa mente. Uma mente que sabe criar ótimos suspenses, histórias de terror de arrepiar, dramas com um pé no sobrenatural e até mesmo uma boa fantasia que pode misturar o suspense e uma pitada de terror. Versátil como só ele sabe ser, esta obra traz mais uma história cheia de surpresas. 

Charlie Reade é um adolescente normal, que perdeu a mãe cedo e viu seu pai afundar no alcoolismo. O tempo que o pai fica mergulhado no vicio levou Charlie a acreditar que aquele drama não teria um fim. 

O jovem, em desespero, fez um pedido, uma oração, para quem estivesse ouvindo, pela recuperação do pai. Ele foi atendido e o pai deu a volta por cima.

Charlie passou a acreditar que deveria retribuir de alguma forma tal milagre e quando um dia viu o vizinho idoso e recluso em necessidade, não relutou em ajudar. 

O velho Bowditch era tido como misterioso, rabugento e intrigante para o bairro todo. Vivia com sua cadela Radar e não se envolvia com ninguém. No entanto, do dia que Charlie lhe ajudou em diante, um laço de confiança e amizade se formou entre os três (incluo Radar aqui) e o garoto herdou a história desse homem, seu passado, presente e um grande segredo. 

A história começa com um toque de drama de um garoto em busca de superar a perda da mãe e que não sabe como ajudar o pai. Passado este momento inicial de drama familiar, é que a verdadeira trama de Conto de Fadas começa, quando Charlie se envolve na vida de Bowditch. 

Eu comecei a ler sem saber bem onde a história ia me levar, não li a sinopse exatamente para ser surpreendida. Quando é livro de um autor que sou muito fã, como sou de King, eu entro de cabeça na leitura sem saber mesmo o que tem ali, não confiro sinopse de jeito nenhum. 

Então a cada página eu fui sendo surpreendida pelos acontecimentos e pelo que estava sendo apresentado. Há um suspense enorme ao redor de Bowditch, sua vida, do ouro que ele tem em um cofre e também sobre o que ele esconde em um barracão no quintal. Este barracão em si garantiu bons momentos de medo para mim durante a leitura e quando eu soube o que havia lá, me vi dentro de uma fantasia meio macabra e que justificava o título da obra. 

Não vou dar detalhes do segredo de Bowditch e nem do que ele deixou nas mãos de Charlie para cuidar, mas garanto que eu não esperava esta viagem surreal e nem toda a aventura vivida por Charlie. 

É um dos calhamaços de King, não tão grande como It - A Coisa (será que há semelhanças?), mas ainda assim é uma obra grande cheia de detalhes, que leva o leitor fiel numa jornada não tão rápida para um mundo único. 

Já aviso que King cria sem pressa a aventura de Charlie e todo o cenário que a cerca. Não adianta ler tendo pressa, esperando ação alucinante. Saibam que é uma leitura de ritmo mais lento, cheia de detalhes que estão ali para formar algo grande. 

O que posso afirmar é que o que King nos mostra nesta história é muito criativo, empolgante e cheio de ótimos segredos para desvendar. Um enorme quebra cabeças que vai ser triste e sangrento em vários momentos. 

Não é um livro de terror, apesar de eu ter achado que o mistério do barracão nos levaria por este caminho, na verdade é algo mais do gênero fantasia, que me lembrou um pouco Rose Madder. 

Charlie é um ótimo protagonista, um garoto maduro, de bom coração e que dedica muito amor ao pai, a Radar e até ao Sr. Bowditch. Quem ganha a amizade de Charlie, pode contar com ele para o que der e vier. 

A história tem vários mistérios, mas todos são esclarecidos e o final é bem conclusivo, ainda que não feche a porta para King. Se o mestre quiser, pode explorar novamente o cenário que nos apresentou. Eu gostei bastante da aventura de Charlie Reade. Recomendo!

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