[Resenha] Bethânia e a Fera

Bethânia e a Fera

Título Original: The Beast and the Bethany

Autor(a): Jack Meggitt-Phillips, Isabelle Follath (Illustrator)

Editora: Seguinte                 Páginas: 256

Lançamento: 2021               ISBN: 9788555341830

Tradução: Bruna Beber

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Atenção! Aproxime-se desse livro com cuidado: perigo de virar lanche de uma fera enorme e gosmenta e morrer… de rir! Ebenézer Pinça é um jovem de 511 anos que tem uma fera morando no sótão de sua mansão. Ele alimenta essa bolota grande, gorda e cinzenta com as iguarias mais estapafúrdias, e em troca recebe presentes valiosíssimos, como a poção que mantém sua juventude. Parece um acordo perfeito, mas conforme o tempo passa, a fera fica cada vez mais gulosa. Já basta dessa dieta sem graça de estátuas empoeiradas, colares de pérolas e papagaios raros. Agora ela quer uma refeição especial: não é algo incomum, mas dificilmente será servido no jantar; pode ser encontrado em formas e tamanhos diversos em todos os países do mundo. O que a fera quer experimentar dessa vez… é uma criança! Ebenézer vai ao orfanato e encontra o quitute ideal: Bethânia, a garota mais mal-educada e encrenqueira do lugar. Acostumada a pregar peças em todo mundo, agora Bethânia terá de usar toda a sua esperteza para escapar desse destino terrível. Indicado para leitores a partir de 8 anos.

Olá! Aqui é a Jô! Esta é uma história com pessoas todas erradas, que no final deu muito certo. 

Ebenézer Pinça é um lindo e elegante jovem que aparenta não ter nem chegado na casa dos trinta, mas na verdade ele está prestes a completar quinhentos e doze anos. O segredo da juventude eterna de Ebenézer e, também de toda a riqueza que guarda em uma mansão de quinze andares, é a Fera.

No último andar de sua mansão, ele abriga uma bolota gigante, gosmenta, cheia de braços, olhos e um odor repugnante. A Fera é uma criatura que concede favores em troca de outros favores. No caso, ela gosta de comer coisas estranhas e se Ebenézer realiza seus desejos gastronômicos, ela lhe dá o que ele desejar, inclusive uma poção de juventude.

Ao que tudo indica, ele bebe a poção sempre que vai fazer aniversário e está precisando se renovar imediatamente. No entanto, desta vez, o pedido da Fera é o mais absurdo de todos. Ela quer devorar uma criança.

De começo Ebenézer não concorda, mas quando pensa que vai ficar velho e enrugado, ele corre em busca do tal lanchinho da Fera. E então entra na história a criança mais terrível de todas, Bethânia.

Ebenézer, na busca de satisfazer a Fera, vai em um orfanato adotar criança mais perigosa que se possa imaginar. Ele acha que se a criança for ruim, não tem problema virar o lanche da Fera.

Bethânia é escolhida e desde o começo ela se mostra traquinas e maldosa. Na casa de Ebenézer, ela apronta de tudo, mas aos poucos vamos vendo que ela é apenas uma garota que queria ter os pais e ser amada.

A relação dela com Ebenézer se desenvolve de maneira progressiva em meio de uma guerra de quem á mais teimoso. Ele pode ter séculos de idade, mas é muito sem noção da realidade e um pouco infantil também. Junto com Bethânia descobre como é ter companhia na vida, desfrutar de conversas legais, fazer uma refeição para outra pessoa, passear e até mesmo passar a tarde lendo história em quadrinhos. É claro que isso resulta em afeição e ele passa a não desejar mais se livrar da menina.

E ela acaba se apegando à ele também, pois ninguém nunca lhe ouviu verdadeiramente, perguntou o que desejava ou o que a incomodava. Ela nunca recebeu amizade e carinho, assim como ele. Ambos percebem que se importar com outras pessoas, não é tão ruim assim.

Esta história é voltada para o publico infantojuvenil e tem todos os aspectos necessários para prender a atenção do jovem leitor. A narrativa é de fácil compreensão, o ambiente atiça a imaginação e os personagens são divertidos demais em suas atitudes excêntricas. Há ilustrações que complementam a experiência de leitura, deixando tudo mais fácil de enxergar.

E não é só este tipo de leitor que vai apreciar a obra, eu que já sou mais velha achei a história excelente e cativante.

Eu me vi encantada pela forma como Ebenézer e Bethânia foram se tornando amigos. É algo bonito de se ver e apesar de ambos serem pessoas de atitudes muito questionáveis, me vi torcendo para que ambos tivessem um final feliz.

A Fera, por outro lado, é o ser mais repugnante do universo e não deu para gostar dela. Eu queria mesmo é ver Bethânia e Ebenézer dando um fim na criatura.

A história é daquelas que mostram personagens evoluindo e se tornando pessoas melhores. Ebenézer e Bethânia eram terríveis, mas vivendo juntos aprenderam um com o outro a ser mais gentis, menos egoístas e amáveis. A transformação e amadurecimento que se opera em ambos é o ponto alto da história.

A trama é divertida do começo ao fim, cheia de situações e personagens excêntricos. Sinceramente, não dá vontade de largar o livro.

O desfecho é conclusivo, mas deixa um gancho para a continuação. Tomara que o segundo volume não demore para ser lançado aqui.

Resumindo, Bethânia e a Fera, de Jack Meggitt-Phillips, é uma história que diverte e ensina. É uma aventura cheia de momentos para rir e se emocionar. É altamente recomendada para leitores de todas as idades.

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