[Resenha] Ruína e Ascensão

Ruína e Ascensão

Título Original: Ruin and Rising (The Shadow and Bone Trilogy #3)

Autor(a): Leigh Bardugo 

Editora: Gutenberg               Páginas: 344

Lançamento: 2015               ISBN: 9788582352335

Tradução: Eric Novello

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A capital está em ruínas. O Darkling governa Ravka de seu trono de sombras. O destino da nação parece estar nas mãos de uma Conjuradora do Sol enfraquecida, de um rastreador sem forças e do que resta do que outrora foi um grande exército mágico. Oculta nas profundezas de uma antiga rede de túneis e cavernas, Alina está fragilizada e deve se submeter à duvidosa proteção do Apparat e de fanáticos que a adoram como uma santa. No entanto, sua esperança está em outro lugar e seus planos exigem que ela recupere as forças para sair dali o mais rápido possível. Para isso, terá de forjar novas alianças e deixar de lado as velhas rivalidades como Maly para encontrar o último dos amplificadores de Morozova. Porém, quando começa a desvendar os segredos do Darkling, ela descobrirá um passado que vai alterar para sempre a sua compreensão do vínculo que eles compartilham. O pássaro de fogo é a única coisa que separa Ravka da destruição, mas ele pode custar à Alina o próprio futuro pelo qual ela sempre lutou.

Ruína e Ascensão é o volume final da Trilogia Grisha e vem para encerrar a jornada de Alina Starkov. Vem para colocar um ponto final na luta dela contra o Darkling.

No volume anterior, apesar de o mesmo ter um ritmo mais lento que seu antecessor, tivemos um final alucinante. Alina enfrentando o grande vilão e quase se sacrificando no processo. Ela não morreu, mas ficou extremamente ferida e frágil. Os cabelos de Alina ficaram totalmente brancos e ela sente como se carregasse um século nas costas.

De onde ela menos esperava veio traição e também ajuda. Escondida em uma catedral subterrânea, presa por um antigo sacerdote que já traiu um rei, ela tenta recuperar suas forças e escapar dali com os poucos aliados que restaram.

Ele não percebeu o momento em que a garota deixou de vestir sua fraqueza como um fardo e começou a vesti-la como um disfarce.

Se eu achei o ritmo do livro anterior meio morno, neste eu senti tensão pura e um clima quente como de um vulcão prestes a entrar em erupção. Alina praticamente renasce das cinzas, com marcas visíveis da batalha e outras nem tanto.

Finalmente a protagonista para para pensar e analisa todo o comportamento tolo que vinha tendo. Para ser sincera, percebe como vinha sendo bem cretina. Eu perdi a paciência com ela várias vezes em Sol e Tormenta, mas nesta sequencia eu fiquei admirada com sua nova postura. Nas primeiras páginas, quando ela começou a se corrigir, até fiquei com medo de estar enganada, mas felizmente não foi o caso. Alina cresce, amadurece e segue como uma ótima protagonista até a última página.

Este desenvolvimento da personagem é muito positivo, dá um ânimo maior para quem está lendo e também reflete nos demais personagens. A trama segue para caminhos melhores, nos conduzindo por uma jornada incrível de aventura, magia, intriga e romance.

Eu gostei da escolha da autora para explicar os aspectos misteriosos da mitologia Grisha. Não achei pontas soltas no desfecho,  vi tudo sendo bem costurado e fatos e comportamentos até então meio desconexos se uniram de ótimo jeito.

Eu fui surpreendida em algumas partes, mas o meu maior tombo foi sobre Maly, o amor de Alina. Ele que até então, na minha opinião, parecia não ter tanta importância, foi essencial no final.

Sobre nosso vilão, o Darkling, eu não imaginava que ele conseguisse recuperar o charme depois de toda sensação ruim que deixou em mim no livro anterior, mas o homem conseguiu e sou sincera ao dizer que eu desejei outro final para ele.

Sim! O Darkling é um vilão maravilhoso. Ele fez coisas horríveis, mas me deixou com a impressão que queria deixar de lado a solidão, que queria que seu povo Grisha fosse melhor tratado, embora seus métodos não tenham sido os mais corretos para atingir tal objetivo. Até Alina não o odiava completamente.

Eu achei a trilogia incrível, a mitologia criada pela autora é muito bem elaborada e complexa, mas você se conecta fácil com tudo. Acredito que por ter personagens que mesmo mágicos, mas que no fundo têm muito de um humano comum, desde qualidades até os defeitos, nós acabamos nos sentindo bem próximos deles.

Eu não nego que para o desfecho eu esperava uma batalha mais grandiosa, um negócio bem doido mesmo e até que não foi tão trágico assim. Foi triste, mas a autora não sacrificou tanta gente. Digo até que ela usou bem a magia para resgatar quem não tinha chance de salvação.

A leitura foi bem fluída, fui tomada por uma fome de respostas, tomada por uma tensão enorme pelo que iria acontecer. Tudo isso foi combustível para me mover para virar uma página atrás da outra. 

Em suma, para quem gosta de fantasia bem elaborada, com muita aventura e uma pitada de romance, não pode perder. Tem até um epílogo maravilhoso, que deixou meu coração aquecido e feliz. Recomendo!

Já viram a adaptação? Eu começo assistir hoje. 

Nota: Eu tenho as edições antigas, publicadas pela Gutenberg e por isso usei estas capas nas resenhas. Estas edições estão praticamente esgotadas e atualmente as novas estão sendo lançadas pela Planeta, selo Minotauro. 

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