[Resenha] Enfim, Capivaras

Enfim, Capivaras
Autor(a): Luisa Geisler  
Editora: Seguinte                 Páginas: 176
Lançamento: 2019             ISBN: 9788555340857
 ||Compre||     ||Skoob||  ||Goodreads||
Em seu primeiro livro para o público jovem adulto, a premiada autora Luisa Geisler narra uma aventura inusitada de cinco jovens em busca de uma capivara perdida. A cidade no interior de Minas Gerais para onde Vanessa se mudou é o tipo de lugar onde anunciam os horários do cinema e os obituários com o mesmo carro de som. Nada de muito interessante acontece por lá, a não ser para Binho, que, segundo ele mesmo, tem várias namoradas e conhece um monte de cantores sertanejos famosos. A verdade é que Binho é um mentiroso contumaz e agora passou dos limites: inventou que tem uma capivara de estimação. Cansados das histórias cada vez mais mirabolantes do garoto, Vanessa se junta aos amigos ― Léo, Nick e Zé Luís ― para desmascará-lo. E eles estão decididos a ir até as últimas consequências. Narrado durante as doze horas de uma noite regada a álcool, salgadinhos, segredos e romances mal resolvidos,Enfim, capivaras explora, através de diferentes pontos de vista, os relacionamentos entre um grupo de adolescentes em busca de uma capivara ― ou muito mais do que isso.
Enfim, Capivaras é o primeiro livro de Luisa Geisler voltado para o público jovem adulto e este foi mais um livro que peguei para dar e uma espiadinha e me apeguei logo nas primeiras páginas. O que me levou a ficar curiosa sobre a obra foi o título, fiquei imaginando como seria uma história com capivaras.

Dois fatores foram essenciais para o meu apego com a história. O primeiro foi o clima, já que a história se passa numa pequena cidade do interior e eu não resisto uma ambientação nesse estilo. Tudo é tão acolhedor, aconchegante e diferente do que estou acostumada. O maravilhoso reside na simplicidade. Eu moro em São Paulo, vivo correndo, fico presa no trânsito e cercada de excesso de movimentos e informações. Eu amo essa loucura, mas de vez em quando desejo mesmo é um lugar calmo e tranquilo, onde eu abra a janela e ouça o canto dos pássaros, veja campos a perder de vista, sinta o sol e o ar sem poluição no rosto e possa simplesmente admirar o amanhecer e o entardecer tomando um sorvete na praça…

Enfim, Capivaras tem esse clima e um grupo de amigos carismático que bola um plano para desmascarar o mentiroso da cidade. O grupo de jovens foi o segundo fator que me fez me apegar, não resisto a histórias  protagonizadas por adolescentes.

O mentiroso em questão é o Denis, que inventa mil histórias para ser melhor que os demais. Não vi suas atitudes como algo maldoso, mas sim uma forma de insegurança que se escondia atrás de grandes feitos nunca realizados, mas que na mente dele impressionariam os outros e lhe daria destaque. A última do Dênis era ter como bicho de estimação, uma Capivara. 

Os amigos Léo, Nick, Zé Luís e Vanessa resolveram pagar para ver e desmascarar o Denis. Foram na casa dele visitar a Capi e, chegando lá, o Denis afirmou que o bicho tinha fugido. Só que não colou. Fugiu, é? O grupo resolveu ir procurar a Capi fujona e aí a aventura começou.

Eles passam no mercadinho da cidade, compram guloseimas e bebidas para a expedição e se embrenham no mato para procurar e… Bem, eles acabam passando a noite fora em busca de mais do que uma capivara.

A questão em destaque não é encontrar a capivara, mas sim nesta jornada eles discutirem entre si e com eles mesmos. Desabafar, dizer o que incomoda e enfrentar os conflitos no grupo e pessoais. Nesta noite sob o céu coberto de estrelas eles se revelam, dizem o que pensam e de alguma forma se enfrentam.

O grupo, exceto por Vanessa que mora ali há poucos meses, se conhece desde criança e tem uma série de experiências vividas juntos. Mas por mais que se conheça alguém, nem sempre somos sinceros com esta pessoa e nem essa pessoa é sincera com a gente. A obra explora o grupo se perdendo na busca, chegando no limite e deixando os disfarces de lado. No geral é uma narrativa simples, sem muitas voltas, mas que vai direto ao ponto e nos faz conhecer um pouco mais de cada um deles.

Eu achei tudo muito realista e vivo. As doze horas que a turma passa em busca da Capi são muito boas de acompanhar, de fazer pensar e de se apegar aos personagens. Eu fechei o livro querendo que fossem pessoas de verdade, pessoas que eu adoraria conhecer e bater um papo.

Os dilemas de cada um são os de muitos jovens por aí, tenho certeza que leitores na faixa etária dos personagens vão se identificar. Quem já passou dessa idade, vai lembrar de algo semelhante que viveu.

A personagem que mais gostei foi Vanessa, quietinha, mas cheia de pensamentos interessantes. Por ser de fora, a sua ótica para enxergar o local me ajudou bastante a compreender o que se passava ali, a sentir melhor o ambiente. Nick, ao contrário da amiga, falava tudo o que pensava, estourava sempre e ao meu ver era a que mais tinha conflitos para resolver, em especial na busca de saber sua própria identidade.

A leitura flui fácil e dá para se perder analisando cada um destes jovens. Eu gostei da leitura, me senti transportada para outro lugar e consegui me conectar e sentir as emoções que a autora tentou nos passar. É uma leitura gostosa e acolhedora. Eu recomendo.

E a Capi? Ela existia?
Isso só lendo você vai descobrir…









6 comentários:

  1. Oi Cida, achei a premissa bem interessante! E nada como se conectar com os personagens, parece mesmo uma ótima leitura!

    Bjs, Mi

    O que tem na nossa estante

    ResponderExcluir
  2. Oi, Cida

    Eu vi esse livro disponível para solicitação na NetGalley e ele me chamou a atenção pelo nome curioso também. Hahahah
    Porém, como se trata de uma história mais juvenil, acabei preferindo não solicitar. Adoro essa ambientação interiorana também, e a trama parece ser bem bolada, mas por enquanto vou deixar de stand by.

    Beijos
    - Tami
    https://www.meuepilogo.com

    ResponderExcluir
  3. Olá, Cida.
    Quer me matar de curiosidade por um acaso? Agora preciso saber se a capivara existia hehe. Eu moro em cidade grande mas não como SP e por isso não sinto falta de ar puro e também não gosto de mato hehe. mas achei o enredo do livro bem gostosinho e se der vou ler ele.

    Prefácio

    ResponderExcluir
  4. Oi, Cida!
    Parece ser um livro bem fofo, mas acho que não combina comigo por agora...
    Beijos
    Balaio de Babados

    ResponderExcluir
  5. Oi Cida,
    Fiquei surpresa com o quanto me diverti com esse livro e como a leitura flui bem. Acaba num dia fácil. Queria comer aquelas comidas toda tb.

    até mais,
    Canto Cultzíneo

    ResponderExcluir
  6. Oi Cida,
    Este é um lançamento que fiquei curiosa, mas ainda não o adquiri.
    A leitura parece fluída e gostosinha, bem jovem. Vou anotar aqui para não esquecer dele!
    beeeeijos
    http://estante-da-ale.blogspot.com

    ResponderExcluir

Obrigada por seu comentário.

Sua participação é muito importante.

Um grande beijo!