[Resenha] Eu Perdi o Rumo

Eu Perdi o Rumo
Título Original: I Have Lost My Way
Autor(a): Gayle Forman 
Editora: Arqueiro                 Páginas: 240
Lançamento: 2018               ISBN: 9788580418835 
 ||Compre||     ||Skoob||  ||Goodreads||
Freya perdeu a voz no meio das gravações de seu álbum de estreia. Harun planeja fugir de casa para encontrar o garoto que ama. Nathaniel acaba de chegar a Nova York com uma mochila, um plano elaborado em meio ao desespero e nada a perder. Os três se esbarram por acaso no Central Park e, ao longo de um único dia, lentamente revelam trechos do passado que não conseguiram enfrentar sozinhos. Juntos, eles começam a entender que a saída do lugar triste e escuro em que se acham pode estar no gesto de ajudar o próximo a descobrir o próprio caminho. Contado a partir de três perspectivas diferentes, o romance inédito de Gayle Forman aborda o poder da amizade e a audácia de ser fiel a si mesmo. Eu Perdi o Rumo marca a volta de Gayle aos livros jovens, que a consagraram internacionalmente, e traz a prosa elegante que seus fãs conhecem e amam.
Eu Perdi o Rumo é a novidade de Gayle Forman no Brasil, publicação da Editora Arqueiro. O título caiu como uma luva para a história aqui apresentada, na verdade, as histórias de Freya, Harun e Nathaniel. A primeira perdeu a voz, o segundo um grande amor e o terceiro o pai. Parecem simples dramas, certo? Errado! As situações que motivaram cada perda são mais complexas do que parecem a princípio.

Freya é uma cantora. Sua jornada para esta carreira começou com algumas brincadeiras entre ela e o pai, seguidas por vídeos caseiros feitos com a irmã e depois ser descoberta. No entanto, o que aparenta ser algo comum, é mesclado com diversos problemas familiares. O pai dela abandonou a família e literalmente esqueceu dela, da mãe e da irmã quando refez sua vida do outro lado do mundo. Aliado à isso vem sua relação turbulenta com a irmã e a falta de afinidade com a mãe. Quando chegou a hora de entrar em estúdio para gravar seu primeiro álbum, os tormentos foram tantos que perdeu a voz.

Harun é gay e rompeu com o namorado que não conseguia aceitar a relutância dele em assumir para todos que se amavam. Harun não conseguia, tinha medo da reação dos pais. Em uma família oriunda do Oriente Médio e com forte apego religioso, ser gay não era bem visto.

E Nathaniel perdeu o pai e seu viu sem teto e sem ninguém. Criado de uma maneira atípica por um homem com sérios problemas psicológicos, o rapaz chegou ao ponto de se sentir tão perturbado quanto aquele que o criou. Nat afastou a mãe e qualquer amigo na tentativa de proteger o pai, mas no final, muito machucado, foi ele quem acabou precisando de alento e proteção.

O três jovens não se conheciam até um encontro peculiar acontecer em um parque. Uma determinada situação os colocou em contato e durante quase todo um dia, transitam pela cidade de Nova Iorque se conhecendo, se ajudando e criando laços numa realidade que o que mais precisavam eram desta âncora para ficar na superfície.

A autora explora de maneira delicada e sensível os dramas que os envolvem e facilmente comove o leitor aos abrir estes três corações e nos mostrar o quanto estão sozinhos, assustados e precisando de ajuda. Dá vontade de entra na história e abraçar forte os três e dizer que tudo vai ficar bem. Claro que não é assim tão simples ou fácil, os problemas deles precisam de muito tato para serem resolvidos e também a derrubada de muitos obstáculos.

Freya, Harun e Nathaniel vão se ajudando mutuamente e dando esperança um ao outro de quem sabe um dia as coisas entrarem nos trilhos. Não são mágicos que tiram um coelho da cartola, mas são a visão de fora um para o outro, aquela visão que pode trazer uma nova perspectiva para aquilo que parecia sem saída e, acima de tudo, podem oferecer suas amizades sinceras. 

Quando estamos sem chão, sem rumo, acredito que mesmo que outra pessoa não possa resolver nosso problema, apenas nos abraçar e nos ouvir, oferecer uma palavra de consolo, acaba sendo o fator definitivo para que não joguemos tudo para o alto e seja possível nos permitir ter esperança.

A história não tem enrolação, a narrativa de Gayle é simples e direta e logo diz a que veio. Ela não dá aquelas voltas enormes para fazer comprar o drama, só desnuda os personagens e fala para nós que: Eles são gente como a gente. Estão muito ferrados. Estão perdidos. Vamos torcer pelo melhor, torcer para que as partes quebradas possam ser coladas. Então segue comigo e vamos ver no que dá. É bem isso. Arrisca e vem! Aposta nestes três."

Freya, Harun e Nathaniel são cheios de carisma e encanto. Eles vivem nos EUA, mas não são típicos estereótipos do jovem americano. Na verdade exceto por Nathaniel, os outros dois são uma mistura interessante de raças e cores, que dão mais conteúdo para suas personalidades e até mesmo para todo o pano de fundo de suas vidas. Nathaniel foi dos três o que mais mexeu comigo, partiu meu coração ver como sua criação acabou com toda sua segurança, autoestima e perspectiva de futuro. Ele era, com certeza, o mais sem rumo, aquele que não tinha uma família e um lar para poder voltar.

Eu gosto muito dos livros da autora e de como trazem histórias possíveis e realistas. Sempre me emociono, mas consigo também sorrir seja pelos momentos de alivio cômico ou mesmo o fio de esperança que cada trama possui. 

Gayle é uma autora que escreve bem para qualquer tipo de leitor, mas sempre me vejo desejando que o público jovem seja o seu maior leitor. Suas temáticas são tão ligadas com certos dilemas deste grupo, trazendo reflexões tão importantes e incentivos, que acho que podem ajudar muito quem está vivendo uma situação semelhante e sei que muitos estão e nem sempre sabem para onde correr. Eu recomendo todas as histórias dela que já li e torço para que em breve tenhamos mais livros de Gayle por aqui. 








11 comentários:

  1. Oi Cida, tudo bem?
    Tinha visto esse livro sendo divulgado e já ouvi o nome da autora antes, mas nunca li nada dela. Não fazia ideia que o livro trazia os dramas de 3 amigos (achei que fosse romance haha). Bem interessante!
    Beijos,

    Priih
    Infinitas Vidas

    ResponderExcluir
  2. Oie, tudo bem?
    Quero muitooo ler esse livro, adoro a literatura da Gayle Forman, curti todos os livros dela e espero gostar desse também!
    Blog Entrelinhas

    ResponderExcluir
  3. Olá, Cida.
    Eu já li quatro livros da autora e com exceção de Apenas um dia e sua continuação, os outros achei bem medianos. Mas acho que é porque eu particularmente não gosto muito do estilo dramático da autora. Então não sei se lerei esse.

    Prefácio

    ResponderExcluir
  4. Oi, Cida!
    Eu só li um livro da autora e não foi uma boa experiência. Eu anotei esse na listinha para quem sabe um dia tentar tirar essa má impressão dela com ele #oremos
    Beijos
    Balaio de Babados

    ResponderExcluir
  5. O título é muito atrativo, ainda não conhecia a obra, mas vou anotar a dica!

    https://clebereldridge.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  6. Oi Cida,
    Não tive muitas experiências com a autora, mas preciso muda. O pouco que conheço, me fez curtir a abordagem da saúde mental jovem, que também me soa realista e possível.

    P.S.: Fico bem feliz que você curtiu o especial. Obrigada. ♥

    até mais,
    Nana - Canto Cultzíneo

    ResponderExcluir
  7. Oi, Cida, tudo bem?

    Eu não gosto muito da escrita da autora e até cogitei trocar o livro quando ganhei ele, mas estou lendo tanta coisa bacana sobre ele que acho que até vale uma tentativa.
    Que bom que você gostou! <3

    Beijocas
    - Tami
    https://www.meuepilogo.com

    ResponderExcluir
  8. Oi, Cida! Tudo bom?
    Nunca li nada da Gayle, mas nunca senti vontade também. Acho que o estilo das histórias que ela conta meio que já deu pra mim? Não sei, mas ainda não achei um título que me chame a atenção.

    Beijos,
    Denise Flaibam.
    www.queriaestarlendo.com.br

    ResponderExcluir
  9. Oie Cida =)

    Infelizmente não tenho uma boa experiência com a autora, por isso sempre os livros dela nem me chamam muito a atenção.

    Estou lendo muitas resenhas positivas desse livro, mas não sei se ainda é o momento certo de eu tirar a má impressão que os livros da autora me causaram.

    Beijos;***
    Ane Reis | Blog My Dear Library.

    ResponderExcluir
  10. Oi Cida!
    Ta com certeza na minha lista de desejados e confesso que to ansioso. Assim que der vou ler. Eu gosto muito da escrita da autora tambem, mas nao li muito livros dela. So foi um conto e Se Eu Ficar, maw ambos eu curti. Eu acho ela muito poetica em algumas metaforas dos personagens. To muito ansioso pra saber como essa trama se desenrola.

    Abraços
    David
    http://territoriogeeknerd.blogspot.com

    ResponderExcluir
  11. Oi Cida.
    Bah! Eu nunca li nada da Gayle Forman mas a cada resenha que vejo da autora me arrependo. Acho que é um livro que eu gostaria muito, pois mesmo não sendo um gênero que eu goste, a ideia da obra me atrai um bocado.
    Beijos.

    Blog: Fantástica Ficção

    ResponderExcluir

Obrigada por seu comentário.

Sua participação é muito importante.

Um grande beijo!