[Resenha] Vivian Contra o Apocalipse

Vivian Contra o Apocalipse
Título Original: Vivian Apple at the End of the World (Vivian Apple #1)
Autor(a): Katie Coyle 
Editora: Agir Now                Páginas: 240
Lançamento: 2015               ISBN: 9788522031115 
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Vivian Apple tem 17 anos e mal pode esperar pelo fatídico “Arrebatamento” — ou melhor, mal pode esperar para que ele não aconteça. Seus devotos pais foram escravizados pela Igreja faz tempo demais, e ela está ansiosa para que voltem ao normal. O problema é que, quando Vivian chega em casa no dia seguinte ao suposto Arrebatamento, seus pais sumiram e tudo o que restou foram dois buracos no teto… Vivian está determinada a seguir vivendo normalmente, mas quando começa a suspeitar que seus pais ainda podem estar vivos, ela percebe que precisa descobrir a verdade. Junto com Harp, sua melhor amiga, Peter, um garoto misterioso que tem os olhos mais azuis do mundo e informações sobre o verdadeiro paradeiros dos seguidores da Igreja (ou é o que ele diz), e Edie, uma Crente que foi “deixada para trás”, os quatro embarcam em uma road trip pelos Estados Unidos. Mas, depois de atravessar quilômetros de eventos climáticos bizarros, gangues de Crentes vingativos e um estranho grupo de adolescentes auto-intitulados os “Novos Órfãos”, Viv logo vai perceber que o Arrebatamento foi só o começo.

Vivian Contra o Apocalipse é primeiro volume da série Vivian Apple, de Katie Coyle, publicada no Brasil pela Agir Now e apresenta a história de uma garota que precisa derrotar o fim dos tempos para ter de volta os pais.

O medo do fim do mundo e do dia do arrebatamento nunca esteve tão presente quanto agora. Nos EUA o povo está se dividindo entre aqueles que acreditam nas palavras do profeta Beaton Frick e obedecem cegamente seu livro e aqueles que se recusam a aceitar uma doutrina tão fatalista, limitadora e intolerável. A jovem Vivian precisa lidar diariamente com esta divisão, visto que seus pais se converteram e não conseguem entender a razão da filha não acreditar nas palavras de Frick, o resultado desta disparidade de ideias é uma rachadura na família, um distanciamento que machuca muito a garota.

Ao voltar de uma festa organizada pela sua melhor amiga, Vivian encontra a casa vazia e um buraco no teto do quarto dos pais. Ela percebe que ambos finalmente foram arrebatados, assim como muitas outras pessoas no país. O caos começa a tomar conta e mais pessoas acabam se convertendo na espera de um segundo arrebatamento. Grandes mudanças climáticas tornam mais convincente a chegada do fim dos tempos e grupos surgem na tentativa de eliminar pecadores. Pessoas matam outras acreditando estar eliminando o pecado. Homossexuais são perseguidos, pessoas de comportamento livre espancadas e se Frick estava enganado, pelo menos a loucura geral pode acabar sendo o próprio apocalipse.

Viv acredita que seus pais ainda podem ser alcançados, que sua família tem uma chance de ser resgatada. Ao lado da amiga Harp e de um garoto que sabe muito sobre a religião de Frick, ela parte em uma viagem pelos EUA para investigar o apocalipse e se possível detê-lo.

A história narrada em primeira pessoa por Vivian é ágil, interessante e gostosa de ler. É evolutiva e nos conduz por uma jornada de intensa transformação e amadurecimento, não só de personagens, mas também do próprio enredo. Eu não curto livros com temática religiosa, sempre fico com receio da história ser uma grande pregação, e estava desconfiada que esta obra pudesse enveredar por este caminho, mas ao notar que a autora optou por questionar o efeito disso nas pessoas, não incentivar, eu gostei, já que abriu precedentes para discussão e reflexão.

Vivian é uma garota que sempre foi a certinha, mas que ao ser confrontada com a perda dos pais e o possível fim do mundo, decidiu mudar e ser a heroína de sua própria história, mal sabia ela o poder que os desejos possuíam e como isso iria se tornar em breve uma grande verdade. Ela começa pequenina e envolta numa aura cinza, mas aos poucos vai adquirindo mais e mais força e ao final temos uma garota que possui uma aura brilhante e cheia de energia. No entanto, sua mudança não ocorre de maneira inesperada, ela passa por uma série de situações traumáticas e espantosas, que moldam sua nova personalidade.

É crível. O leitor fica convencido sobre esta nova garota, pois pode ser ver vivendo algo semelhante. Imaginem como você agiria se a maioria das pessoas ao seu redor sumisse e você ficasse só para encarar o fim? Eu sei que mesmo confusa e assustada a princípio, eu, em algum momento, tentaria ir atrás de uma solução. Senti afinidade com Viv, até porque eu não tenho em mim uma fé cega para seguir as palavras de um pseudoprofeta, assim como ela, não iria me converter de maneira alguma.

Embora tudo indique que o fim está perto, eu não consegui acreditar que estivesse tão perto assim. Fiquei com uma pulguinha atrás da orelha, desconfiando do dedo do homem por trás de tudo. O profeta Freak era sábio demais, soando falso. Algo ali me intrigava muito, e assim fui lendo com uma enorme sede de respostas. Há um claro mistério no ar que prende o leitor com facilidade.

Viv não é uma heroína que vai salvar o mundo, não possui superpoderes que vão evitar o fim, ela é apenas uma garota que precisa lidar com a forma como seu mundo foi transformado e seus pais a deixaram de lado.

Não vamos ver meteoros caindo, nem os sete selos sendo arrebentados, mas sim como quem ficou está encarando o pós-arrebatamento. De uma maneira delicada e direta, Coyle questiona valores, levanta a questão da intolerância, das diferenças entre as pessoas e destaca a linha tênue que separa a fé do fanatismo. Acima de tudo, este livro fala sobre respeito ao próximo, escolhas, decepções e amadurecimento. Não é um tema fácil de abordar, mas a autora conseguiu trazer questões polêmicas a baila de maneira politicamente correta, sem dar preferência para nenhum lado, cada um vai se sentir próximo daquilo que mais acredita e com certeza a leitura vai trazer diferentes percepções para cada um de nós.

O desfecho é esclarecedor em muitos aspectos e serve como guia para Vivian decidir que rumo seguir. Não foi exatamente feliz, visto que ela teve que encarar fatos que desconhecia e estes a decepcionaram profundamente, fazendo com que entendesse como seus pais eram falhos e ela nunca os conheceu de verdade.

Aguardo ansiosa pelo próximo volume, torcendo para que o mundo ainda não vá acabar. E vou dizer uma coisa, acredito que daria um excelente seriado de TV.







9 comentários:

  1. Oi Cida, não conhecia o livro, mas com certeza depois de ler sua resenha, este é mais um que vai pra lista de desejados. A única coisa que me incomodou um pouco foi o fato de ser série. Ando fugindo delas ultimamente. Mesmo assim a dica está anotada, e assim que puder darei uma conferida.
    Bjus
    Lia Christo
    www.docesletras.com.br

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  2. Olá! Já tinha visto comentários sobre o livro, que parece bem interessante, e acho que Viv parece uma boa personagem de se acompanhar :D

    Blog Entretanto

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  3. Cida!
    Acho esse tema do arrebentamento muito questionável, cada um tem uma forma de pensar como ele será.
    Fato é que a meu ver, temos de fazer o melhor possível para viver de forma correta e observar todos os sinais que estão vindo. Agora mesmo estamos vivenciando vários resgates coletivos, com muita gente morta ao mesmo tempo, por tanto, um dos sinais do final dos tempos...
    Gostaria de ler o livro.
    “Como são admiráveis as pessoas que nós não conhecemos bem.”(Millôr Fernandes)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
    Participem do nosso Top Comentarista, serão 3 ganhadores!

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  4. Oi Cida, sua linda, tudo bem
    Nossa, que trama. Cida, enquanto eu estava lendo a sua resenha, eu tive a mesma impressão, que tem algo errado nessa história e que não necessariamente o mundo esteja acabando. Eu sempre desconfio desses discursos, e o fato da família dela ter sumido e ela não, me sou muito suspeito. Eu sempre me choco quando vejo a reação do ser humano em situações extremas, infelizmente todo o mal que alguns contêm durante a vida, nessa hora é libertado. Adorei a sua resenha, gosto muito das sua reflexões. Dica mais do que anotada.
    beijinhos.
    cila.
    http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/

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  5. Oie Cida =)

    Já li algumas resenhas desse livro e confesso que apesar da premissa me chamar bastante a atenção, não é um livro que tenho aquela curiosidade em ler no momento.

    Ótima resenha!

    Beijos;***

    Ane Reis.
    mydearlibrary | Livros, divagações e outras histórias...
    @mydearlibrary

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  6. Eu tenho muita curiosidade com esse livro, principalmente por causa dessa capa e da premissa apocalíptica. E não sabia que era uma série. Achei que era livro único :D

    Beeijo
    Resenhando Sonhos

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  7. Oi, Cida!
    Eu tinha uma visão totalmente diferente desse livro. Ele até me lembrou um pouco a série Unbreakable Kimmy Schmidt.
    Também não curto muito livros com temáticas religiosas. Acho que os únicos no estilo que li foram os de Dan Brown.
    Eu acho que já estamos vivendo no fim do mundo, com tanta coisa ruim acontecendo por aí. E tolo aquele que acha que não é culpa do homem.
    Beijos
    Balaio de Babados | Participe da promoção Natal do Babado

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  8. Não sabia que era uma série... Achei que fosse um livro único... Tá percebendo que tô aqui pensando nisso, né.... Que coisa.
    Gostei do que disse sobre o livro e tal, mas não sei se encaro... Ai que saco. Vou pensar mais um pouco, rsrsrs


    Bjkssss

    Lelê

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  9. UAU, Cida. Nunca li nada que abordasse esse tema e fiquei curiosa para saber essa sensação de olhar para um lado e não ter nada, ninguém e ver que foram arrebatados. Deve ser uma sensação muito sinistra e um livro de tirar o fôlego. Pelo menos eu fiquei com essa sensação. Quero muito ler

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