[Resenha] Feitiço da Sombra

Feitiço da Sombra

Título Original: Shadow Spell (The Cousins O'Dwyer Trilogy #2)

Autor(a): Nora Roberts

Editora: Arqueiro                 Páginas: 288

Lançamento: 2015               ISBN: 9788580414189

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Segundo livro da trilogia Primos O’Dwyer, Feitiço da sombra é uma emocionante história sobre os maiores poderes mágicos que existem: o amor, a amizade e a família. Connor O’Dwyer se orgulha de chamar o Condado de Mayo de seu lar. É lá que Branna, sua irmã, mora e trabalha e onde Iona, sua prima, encontrou o verdadeiro amor. Foi nessa terra que seus parentes e amigos formaram um círculo de proteção que nunca poderá ser rompido... Até que um beijo põe em risco a segurança de todos. Depois de um breve encontro com a morte, Connor e a melhor amiga de sua irmã se entregam um ao outro. Eles se dão bem desde a infância e, depois do tórrido encontro, o rapaz tem esperança de que esse relacionamento evolua. Para frustração dele, no entanto, Meara se contenta apenas com o prazer do momento, temendo se perder – e perder a amizade dele. Essa mudança em sua relação pode abalar o círculo e permitir que uma perigosa ameaça ressurja aos poucos, como uma névoa. Para detê-la, Connor precisará novamente da família e dos amigos para despertar a força e a fúria que correm em seu sangue. Quem sabe pela última vez.

Feitiço da Sombra é o segundo livro da Trilogia Primos O’Dwyer, de Nora Roberts, publicada no Brasil pela Editora Arqueiro. A história gira em torno da luta entre a Bruxa da Noite, Sorcha, e seus descendentes contra o feiticeiro Cabhan.

No inverno de 1263 Cabhan matou o marido de Sorcha e ela acabou se sacrificando em prol dos filhos, dividindo o poder da Bruxa da Noite entre Brannaugh, Teagan e Eamon. Ela acreditava que se eles não conseguissem matar o vilão naquela época, as gerações futuras poderiam conseguir. Desde então, através dos anos, esta disputa foi ficando mais e mais acirrada.

No dias atuais, temos os irmãos Branna e Connor juntamente com a prima Iona, como os descendentes de Sorcha. Em Bruxa da Noite, primeiro livro da trilogia, Iona foi a protagonista ao lado de seu animal guardião, um cavalo. A garota deixou os EUA e encontrou seu destino na Irlanda. Ao lado dos primos, dos amigos Fin e Meara e do namorado Boyle, participou da primeira batalha desde os tempos de Sorcha contra Cabhan. Eles não venceram, mas ganharam algo para pensar e refletir, tentando assim descobrir onde erraram.

Este segundo livro começa com uma viagem ao passado, nos mostrando como os filhos de Sorcha se viraram depois de perder a mãe. Diferente do livro anterior, temos mais sobre cada um deles e podemos compartilhar a dor da perda e sede de vingança. O foco maior é em Eamon, que ao lado de seu falcão consegue uma conexão no futuro com seu descendente Connor. Ambos acreditam que juntos poderão derrotar Cabhan de vez.

Eu gostei bastante de Connor no livro anterior e estava ansiosa para conferir sua parte na trilogia, afinal a protagonista anterior não havia me agradado.  Ele é todo charmoso e destemido, um rapaz que sabe esbanjar bom humor e ser o pacificador entre os amigos, mas no fundo, por trás de um sorriso cativante, esconde a preocupação de cumprir o destino que lhe foi legado. Ele foi um bom bruxo da vez e me cativou mais ainda com seu caráter. É um irmão tão maravilhoso para Branna que dá até vontade de fazer parte da família.

Só que ele não trava relações apenas com ela, e como cada livro além de focar na luta entre o bem e o mal abre espaço para um romance, temos outra mulher de fibra da vida do rapaz, a jovem Meara e sua beleza morena no melhor estilo cigano de ser.  Ela é muito legal e forte para os outros, sempre prestativa com os amigos, mas com feridas profundas na alma. Ambos são amigos que descobrem que no decorrer dos anos que a amizade deixou de ser apenas amizade.

Não há conflitos acirrados para que fiquem juntos e foi algo que senti falta, só há uma pequena insegurança dela em acreditar no amor - já que veio de um lar destruído - , mas nada muito difícil de superar. Eu achei a relação equilibrada e terna, cada um soube como desempenhar bem seu papel, diferente de Iona e Boyle, onde ela ofuscou o rapaz totalmente, mas ainda assim eu queria algo mais forte e conflituoso. Acredito que isso ficou guardado para Branna e Fin, eles sim têm muita coisa para resolver se quiserem um dia ficar juntos.

No tocante a magia, mais uma vez a autora fez questão de ressaltar o quanto os animais de cada um são mais do que companheiros, são na verdade fundamentais no sucesso de Branna, Connor e Iona. O cão, o falcão e o cavalo, são extensões dos personagens, agindo contra Cabhan quando um deles não chega a tempo em algum lugar.

A magia aqui é mais de feitiços e ervas, nada de batalhas épicas e achei o ritmo bem lento boa parte do tempo, somente nos momentos finais há uma luta não muito diferente daquela do livro anterior e praticamente com o mesmo desfecho.

Feitiço da Sombra não trouxe algo muito diferente de seu antecessor. Ressalta os laços de amor e amizade, mostrando que família vai além do sangue, é algo mais voltado para companheirismo e lealdade. Há aquele pano de fundo bem construído que dá uma vida realista para os personagens, embora tenhamos um casal em foco todos têm espaço garantido na história e papel fundamental em cada desdobramento. Contudo nossos amigos ainda não evoluíram em sua luta, Cabhan continua sendo um enigma, sua história não foi toda revelada e isto é o que mais atiça minha curiosidade. Já o casal da vez, mesmo em sua calmaria, foi muito  mais carismático que o anterior. Em suma, acredito que as grandes emoções e reviravoltas ficaram para Blood Magick e que Branna e Fin vão ser os fatores determinantes, o mais forte de cada um dos lados desta batalha de sangue e magia.

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