[Resenha] Ladrão de Almas

Ladrão de Almas

Título Original: Forbidden (The Demon Trappers #2)

Autor(a): Jana Oliver

Editora: Farol Literário     Páginas: 352

Lançamento: 2013     ISBN:9788562525797

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Após a devastadora batalha no Tabernacle, apanhadores estão mortos e feridos, o namorado de Riley, Simon, está no hospital, e agora o corpo de seu amado pai foi retirado ilegalmente do túmulo por um necromante muito poderoso. Como se isso não bastasse, há Ori, um caçador de demônios freelance que, mesmo contra a vontade de Riley, resolveu ser seu guarda-costas oficial. Há também Beck, seu “amigo” superprotetor que age mais como um velho rabugento. Com todas as dificuldades, Riley está quase pronta para deixar Atlanta para trás. Mas, com a quantidade de demônios crescendo, o Vaticano finalmente envia seus próprios caçadores para controlar a situação e a cidade não virar um pandemônio. Apenas Riley sabe que ela pode ser o centro das atenções do inferno: Um poderoso demônio de Nível Cinco está atrás dela, e sua sorte pode não durar para sempre...

Se não leu o primeiro livro pule o terceiro parágrafo.

Se existe uma pessoa que não tem vida fácil, esta pessoa é Riley Blackthorne, sinceramente, mesmo com a fila de gatinhos maravilhosos disputando seu coração, eu não queria estar em sua pele, que a propósito está sendo disputada pelo céu e pelo inferno.

Ladrão de Almas é o segundo livro da série Apanhadores de Demônios, de Jana Oliver, publicada no Brasil pela Farol Literário. Nesta série, que começou com A Filha do Apanhador de Demônios, conhecemos a jovem Riley Balckthorne, filha de um mestre apanhador de demônios, que cedo ficou totalmente sozinha no mundo. Vivendo em uma sociedade a beira do caos, mais exatamente na cidade de Atlanta, em 2018, ela precisa sobreviver e não é algo fácil, não só por ter sua carreira de futura apanhadora de demônios ameaçada pelo machismo dos companheiros de profissão, mas também por ser o interesse número um dos demônios, e mais recentemente dos anjos.

O livro começa exatamente de onde terminou o anterior (resenha aqui), um dia depois de uma batalha entre apanhadores, demônios e anjos. Tal como Riley, tiramos um cochilo e acordamos para uma situação ainda pior. Ela agora precisa mostrar que é capaz de ser uma apanhadora, provar que o interesse dos demônios nelas não é resultado de ter vendido sua alma, achar quem despertou o pai da morte e achar o corpo andarilho do mesmo. Ah! E ainda precisa lidar com as questões do coração e manter-se viva. Vamos organizar, de acordo com a lista de Riley.

Encontrar meu pai; Acabar com a falsificação de água benta; Salvar o mundo; Comprar comida; Lavar roupa.

Sabem o que mais gosto nesta série? Esta mistura de sobrenatural com o cotidiano, Riley é uma protagonista tão humanizada, tão próxima de nós. Mesmo vivendo uma realidade louca e insana, ainda é alguém que passa pelos mesmos dilemas de qualquer humano comum. Ela precisa lavar roupas, contar moedinhas para pagar contas (e a pilha só aumenta), e ainda tem o dedo mais podre da história da literatura para escolher seus namorados. Estes fatos nos aproximam dela e nasce assim uma simpatia enorme, mesmo que Riley meta os pés pelas mãos, você torce por ela. Riley é forte, uma pessoa que luta e quer fazer o melhor pelos que ama, não importa quanto isso lhe machuque.

Em Ladrão de Almas, a autora conseguiu amadurecer sua trama, fez crescer os personagens que já conhecíamos e inseriu novos para dar um novo tempero. Eu achei excelente conhecer melhor cada um, a preocupação de mostra- los profundamente é visível, desta vez escolhi meus queridos e defini quem não merece nem um pouco de amor.

Posso dizer que os problemas apenas aumentaram, temos respostas para muitas coisas, mas a maior parte do mistério desta revolta de demônios e seu interesse em Riley permanece. Ainda entra em cena um jogo de poder entre céu e inferno, apanhadores e Vaticano, que mostra que todos são apenas peões de algo maior. CONSPIRAÇÃO!

Gente, não consegui descobrir quem está por trás de tudo, há um mandante, mas a autora escondeu isso direitinho, eu terminei a leitura desconfiando de duas pessoas, mas mesmo assim a certeza é ínfima.

No quesito romance as coisas estão mais definidas, como eu disse Riley tem uma fila de pretendentes, mas sempre escolhe o pior, e sofre, Ai, como sofre! Mas alguns aqui perdem muitos pontos, acho que até o final ela acerta. Eu torcia muito pelo misterioso Ori, agora sou #teamBeck, afinal o apanhador metido à durão está muito mais humilde e mostrou uma fragilidade encantadora.

E ação? Tem bastante, mas menos que no livro anterior, embora no final o ritmo seja mais frenético. Mas Ladrão de Almas é para crescer e aprender, e vejo em um próximo volume uma Riley mais endurecida e menos ingênua, parte de sua inocência perdida, pois ela foi machucada demais. Gostei desta escolha que a autora fez para a protagonista, é um caminho de pedras, mas necessário para evoluir. Riley era uma menina, hoje é praticamente uma mulher.

A narrativa em terceira pessoa é ampla, assim podemos ver todos os ângulos desta aventura sobrenatural sem igual, uma fantasia urbana que ganhou lugar cativo na minha estante. Adorei passear pela Atlanta em ruínas, um clima de perigo e caos pungente, que chega a dar arrepios. Os dois livros conseguem manter o ritmo e interesse do leitor.

O final foi outra reviravolta, deixando Riley sem saber se vai trabalhar com o céu ou o inferno, e pior ainda, a revelação de que seu pai não era do jeito que ela imaginava. E com medo e de coração partido, vamos juntos com Riley, aguardar as cenas dos próximos capítulos.

E se você quiser mergulhar nesta loucura deliciosa, aproveite que tem promoção do primeiro livro. Participe.