[Resenha] Frankie

Frankie

Título Original: Frankie

Autor(a): Jochen Gutsch, Maxim Leo

Editora: Faro                                   Páginas: 160

Lançamento: 2024                          Drama 

Tradução: Saulo Krieger

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Richard Gold havia planejado tudo nos mínimos detalhes. Nada poderia dar errado. Aquele era o dia em que tiraria a própria vida. A corda já estava em seu pescoço quando um gato se senta em frente a uma janela observando-o com interesse ― isso desvia totalmente sua atenção e muda o curso dos acontecimentos. Gold não contava que a partir daquele encontro iria ganhar um novo colega de apartamento chamado Frankie, um gato magro de queixo branco. Frankie não contribui com o aluguel, e os seus interesses se resumem a uma TV gigante, uma cama macia e comida na hora certa. Além disso, mantém o homem acordado a noite toda e explora impiedosamente seus sentimentos, em uma franca conversa entre humano e gato, sobre coisas como amor, confiança e felicidade. Então, uma amizade entre dois estranhos tem início. E, no momento mais delicado de sua vida, Gold percebe que é de um amigo que precisava mais do que qualquer coisa. Neste livro singular, o humor surge da tragédia, enquanto um gato explora o mundo dos humanos e tenta ajudar o companheiro inusitado a encontrar o sentido da vida.

Frankie é um gato de rua que durante uma de suas saídas se depara com um homem tentando se suicidar. Ele, em sua curiosidade gatuna, não entende bem o que vê e acaba atrapalhando Richard Gold em seu momento de tirar a própria vida. Deste dia em diante, uma relação diferente se estabelece entre o homem e o felino. Temos então uma história, contada por um gato, que mostra um ser humano lidando com depressão e a dor da perda. 

Sim, é isso mesmo! A história é narrada por Frankie, que é um gato falante e cheio de pensamentos que nos fazem refletir sobre a vida em geral. 

Ele vê as coisas de maneira simples. Para Frankie, tudo que parece ser complicado para Richard, poderia ser encarado de maneira mais franca e sem tantos floreios. 

De começo, Richard acha que ficou louco, mas então nota que o gato realmente fala e passa então a conversar e viver com Frankie. Os dois têm momentos sérios e outros divertidos juntos, a interação deles é ótima e muitas vezes você só quer apertar Frankie e toda sua fofura. 

Parece que de cara é só o gato que vai ter vantagem nesta relação, mas aos poucos percebemos que a honestidade e maneira direta de Frankie ver o mundo, vai impactando de maneira positiva em Richard. 

O Frankie tem ótimas sacadas. Não chega a ser um sabe tudo, ele simplesmente fala o que pensa e acabamos percebendo que tem razão em toda sua inocência, mesmo sem estar tentando dar lição de moral. 

A depressão de Richard não é tratada de maneira leviana. Ainda que pareça ser uma história meio fantasiosa, em nenhum momento a seriedade da situação dele é deixada de lado. Por isso, o final mesmo sendo positivo, não é algo de contos de fadas e nem todo fofinho. É um final de muita consciência e realista. 

Eu fiquei contente com isso, por termos uma história que mostra temas sérios com responsabilidade. Uma continuação seria bem aceita, pois adoraria ver como a vida de Frankie e Richard se desenrolou. 

Rápido de ler e cativante. 

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