[Resenha] Últimas Palavras

Últimas Palavras

Título Original: The Last Word

Autor(a): Taylor Adams

Editora: Faro                                   Páginas: 288

Lançamento: 2023                          Thriller

Tradução: Carolina Itimura Camargo

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Isolada em uma velha casa à beira-mar, Emma Carpenter vive sozinha em companhia de sua cachorra, Laika. O único contato humano que tem é com o vizinho, Deek. Ao perceber que Emma é uma leitora assídua, Deek recomenda a ela um livro de terror de publicação independente. Após a leitura, Emma acha a obra fraca e publica uma crítica com uma estrela, fazendo com que uma discussão on-line se inicie com ninguém menos do que o próprio autor. Logo depois, incidentes perturbadores começam a acontecer ao seu redor. Para ela, isso pode ser apenas uma coincidência. Já foi estranho o suficiente o autor brigar por uma crítica ruim na internet, será que ele poderia estar por trás daqueles eventos? Enquanto investiga a vida e o trabalho do autor, Emma descobre que ele já havia publicado dezesseis outros romances, todos igualmente sádicos, com perseguição e assassinato. Mas quem é esse cara? E do que seria capaz? Exibindo sua marca registrada de ritmo acelerado, Taylor Adams oferece uma trama repleta de detalhes e com uma reviravolta de deixar todos pensando duas vezes antes de publicar uma crítica negativa deste livro.

Emma Carpenter vive com a cadela Laika em uma cabana isolada na praia. Faz algumas semanas que ela abandonou a vida que levava e foi viver longe de tudo e de todos. Os dias de Emma são para caminhar na praia, cuidar da cadela, jogar forca com o vizinho idoso pela janela e ler e-books. 

E é justamente uma leitura e a crítica negativa de Emma sobre um livro, que mudam drasticamente a vida da jovem. Ela que até então gostava de histórias de assassinatos, acaba se tornando a possível próxima vítima de um homem que pode ser um serial killer. 

Este é o terceiro livro de Taylor Adams que leio e em todos o autor traz uma protagonista feminina que precisa lutar com unhas e dentes para sobreviver. Foi assim em Sem Saída e Ponte do Medo e agora ele repete a fórmula em Últimas Palavras. 

Não que os cenários sejam iguais, ao contrário disso, o autor tem uma criatividade bizarra para criar novos cenários angustiantes para suas tramas e histórias que nos deixam cheios de desespero. É incrível como Adams tem a capacidade de contagiar o leitor com a agonia que seu protagonista está vivendo na luta pela vida. 

Não é spoiler, está na sinopse, Emma pode estar sendo perseguida pelo autor do livro que leu e resenhou. O cara tem mais de dezesseis livros de assassinatos publicados e todos são sobre crimes muito realistas, vem aí a desconfiança que ele cometeu todos para ter material de escrita. 

Emma vira prisioneira na própria casa e precisa de muita astúcia para escapar da pessoa que a persegue por dias e depois bate em sua porta dizendo que vai matá-la. Vira um jogo de gato e rato, onde quem se colocar no caminho do criminoso também vai morrer. Emma vai tendo que usar tudo que tem nas mãos para se defender. 

É agoniante! Não há outra forma de descrever o sentimento que nos toma durante a leitura. A cada página eu esperava ver o assassino conseguindo entrar na casa, matando Emma de forma lenta e cruel e pondo fim na vida dela. 

Enquanto ela foge, vai analisando esse criminoso e uma série de perguntas surgem. E também os próprios pensamentos do assassino têm espaço na narrativa e começamos a desconfiar de muita coisa. Não sabemos se ele age só, não sabemos se é mesmo o escritor. 

É para quem tem estômago forte, pois várias cenas são pesadas e sangrentas. Além disso, há uma carga psicológica pesada, tanto em relação ao assassino quanto a Emma.

A própria protagonista se revela um grande mistério. Não sabemos de cara o motivo que a levou a se isolar e posso garantir que embora pareça algo inicialmente, não é bem aquilo que a levou a fugir do mundo. 

E podem esperar por muitas reviravoltas e muitas fugas de Emma, até a última página é impossível saber quem vence esse jogo de gato e rato. Posso garantir que é uma trama engenhosa, mas se você prestar atenção, vai entender como as armadilhas para Emma foram feitas. Um psicopata e tanto temos aqui. 

Em suma, foi uma leitura de arrepiar e bem enganadora, há até um truque com os agradecimentos que me pegou de jeito. Não vou mentir, fiquei até com receio de avaliar um livro na Amazon. 

Taylor Adams consegue bem criar uma história de perseguição e assassinato que sai das páginas e envolve o leitor. Este autor não tem dó dos leitores, de nossos nervos e nem dos personagens. 

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