[Resenha] A Segunda Morte das Irmãs Bond

A Segunda Morte das Irmãs Bond

Título Original: The Second Death of Edie and Violet Bond

Autor(a): Amanda Glaze

Editora: Faro                                   Páginas: 256

Lançamento: 2023                          Mistério, Suspense, Sobrenatural

Tradução: Luciana Dias

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"“Uma emocionante história carregada de mistérios inspirada na vida de gêmeas médiuns do século XIX” As irmãs Bond sabem a verdade sobre a morte. As gêmeas de dezessete anos são médiuns poderosas assim como a mãe. Violet tem o poder de servir de ponte para espíritos e Edie pode atravessar as fronteiras do mundo espiritual. Só que essas habilidades não puderam salvá-las quando a mãe morreu e o pai, assustado com esses poderes, ameaçou interná-las. Após fugirem de casa, Edie e Violet passam a integrar um show de talentos e todas as noites realizam contatos com o além. Porém, certa noite a apresentação foge do controle e Edie descobre que o espírito responsável pela morte da mãe cruzou a terra dos vivos. Enquanto tentam encontrar uma forma de neutralizar o espírito assassino, elas percebem que alguém está matando médiuns e, pior, podem ser as próximas vítimas.

A Segunda Morte das Irmãs Bond, de Amanda Glaze, lançado no Brasil pela Faro, traz a história de duas irmãs gêmeas médiuns, que após a morte de mãe, fugiram de casa por medo de serem internadas pelo pai em um sanatório. 

Elas e mãe dividiam o mesmo dom e, para o pai religioso, interagir com espíritos era uma aberração, uma doença. 

A história começa já com Edie e Violet  vivendo por conta própria e viajando pelos EUA com um show itinerante de teatro, que reúne várias garotas como elas, que realizam sessões espiritas em troca de dinheiro. Na maioria das vezes são pura farsa, mas em outras não. 

As irmãs buscam independência financeira para sobreviver, mas na cidade atual que vão se apresentar, acabam tendo que enfrentar o passado do qual fugiram. Além disso, terão que desvendar o que de fato matou a mãe e lutar contra alguém que está eliminando outras médiuns como elas. Não há chance de ignorar tudo isso quando sua própria vida está em jogo. 

Eu admito que até a Faro anunciar esse livro, eu nunca tinha ouvido falar dele. Achei a premissa interessante por ter aquela pegada sobrenatural e um sobrenatural diferente dos que já li.

Eu me surpreendi positivamente com a história, pois acreditava que a autora focaria apenas no dom das irmãs e em como ela usariam essa ligação com espíritos para desvendar crimes e desaparecimentos que as cercavam. No entanto, Amanda Glaze foi além, inserindo na trama uma crítica social sobre a forma como as mulheres em certa época eram totalmente dominadas pelos desejos dos homens, não tendo liberdade para decidir sobre suas vidas, seus caminhos e sendo consideradas loucas quando resolviam se impor. Eram privadas de sua liberdade, jogadas em sanatórios para tratamentos que na verdade eram tortura pura e cruel. 

A autora soube aliar bem este aspecto histórico com sua trama fictícia e o resultado é uma história mais consistente e empolgante de duas irmãs lutando para serem livres e felizes em um tempo que ser mulher era um desafio diário. O mistério no qual as duas se envolvem, em especial Edie, também empolga e posso dizer que a leitura me prendeu fácil do começo ao fim. 

Gostei bastante da ambientação (o lado sobrenatural é muito bem construído e fundamentado), do clima sombrio da história e especialmente da relação das irmãs entre elas e com as outras moças que faziam parte do grupo de teatro. 

Há também um cheirinho de romance no ar que acontece entre Edie e um repórter que não acredita no dom dela, mas que acaba ajudando a moça na sua luta e mostra que no meio de tantos homens injustos, há ainda aqueles que são dignos de confiança. Esse relacionamento suaviza as partes mais tensas da história. 

Em relação ao mistério que as irmãs precisam desvendar, posso dizer que achei ótimo e foi bem resolvido no desfecho. Eu gostei da forma que foi conduzido e como levou o leitor até um bom clímax na história. Eu até acertei uma parte, mas nem tudo eu consegui desvendar. 

Acho que o livro daria um ótimo filme e também não acharia nada ruim uma sequencia mostrando novas aventuras de Edie e Violet. As duas foram inspiradas em pessoas reais, parte da família da autora. Recomendo!

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