[Resenha] Custe O Que Custar

Custe O Que Custar

Título Original: Run Away

Autor(a): Harlan Coben  

Editora: Arqueiro                 Páginas: 336 

Lançamento: 2020               ISBN:  9786555650297

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Até onde você iria para salvar a sua filha? Simon Greene tinha uma família perfeita. Até perder a filha mais velha para as drogas. Depois de receber todo o apoio necessário na luta contra o vício, Paige desapareceu com o namorado abusivo, sem deixar vestígio. Um dia, ele a reencontra no Central Park, em Nova York, tocando violão por uns trocados. Ela parece outra pessoa: está fora de si, assustada e claramente em perigo. Quando Simon vai falar com ela e lhe implorar que volte para casa, Paige foge mais uma vez. Então ele faz o que qualquer pai faria: vai atrás dela e acaba entrando em um mundo sombrio e perigoso em que gangues de rua ditam as leis, drogas são a moeda corrente e assassinatos são acontecimentos corriqueiros. Enquanto tenta resgatar a filha, Simon se vê enredado em uma trama de mentiras que abre uma porta sombria para o passado. Em pouco tempo fica claro que não é só a vida de Paige que está em risco, mas a dele próprio também.

Custe o Que Custar, de Harlan Coben, acabou de chegar por aqui e já corri para ler. Quem me conhece sabe o quanto sou fã do autor e como gosto de perder o sono lendo suas histórias.

Nesta nova obra, inédita no Brasil, Harlan nos apresenta Simon Greene, um homem de negócios de sucesso e pai de família que viu sua filha mais velha mergulhar em um relacionamento abusivo e se perder no mundo das drogas. Simon não aceita perder Paige. Mesmo quando ela foge de casa e desaparece na cidade, ele vai em busca de pistas, acreditando que ainda pode salvar a jovem.

Ele, após muitas tentativas, a encontra tocando música no Central Park por uns trocados. Finalmente a achou, mas não demora para perdê-la novamente e de quebra se ver envolvido um um mundo violento, de assassinatos e muito segredos. Na busca por Paige, Simon pode perder a própria vida.

Paralelo a busca deste pai, temos uma detetive particular procurando um jovem desaparecido e também uma dupla de assassinos matando pessoas em todos os estados americanos, pessoas estas que em um primeiro momento parecem não ter nenhuma ligação aparente. É uma história que começa com mistérios e segue assim até as últimas páginas.

Quem conhece o trabalho do autor, já está familiarizado com esta estrutura de suas tramas. Ele tende a criar vários núcleos de personagens nas histórias e cada um tem focos que parecem distantes dos demais, mas conforme avançamos na leituras, os personagens acabam se cruzando e percebemos que todos estão de alguma forma ligados. Nada ali está acontecendo ao acaso, há um fator em comum entre cada acontecimento e nós leitores ficamos roendo as unhas de curiosidade tentando adivinhar o elo de ligação.

A narrativa é ágil, sem enrolação e uma avalanche de acontecimentos marcantes nos é apresentada. Não se surpreenda ao terminar cada capítulo com uma revelação bomba. Este artifício nos leva a querer ler mais um capítulo e logo outro e mais outro, por fim a leitura flui fácil e se torna bem envolvente.

Não posso detalhar muito o que acontece especificamente com cada grupo de personagens para não tirar o prazer da descoberta de quem for ler, mas posso dizer que a maior parte da história gira em torno de Simon e a busca pelo paradeiro da filha. Nesta busca é que a maior parte das ligações surgem e assim vamos conseguindo montar um cenário maior, ainda que os personagens permaneçam cegos.

O autor ainda se vale de personagens de outra obras para ajudar nesta nova narrativa, como uma advogada que aparece muito nos livros de Bolitar e o protagonista de Até o Fim. São breves participações, que são um toque nostálgico para quem leu muitas obras do autor. Se você não leu, sem problemas, não atrapalha o entendimento.

O suspense é ótimo e intrigante, mas senti falta de um carisma maior nos personagens. Em geral sempre sou cativada por alguns dos personagens de Coben, mas desta vez nenhum deles me ganhou.

O que fez a leitura interessante, ao menos para mim, foi a forte abordagem de temas atuais e relevantes e como afetam a vida das pessoas. Há um grande enfoque em relações familiares e como mesmo morando sob o mesmo teto não conhecemos totalmente uma pessoa, o problema das drogas e o absurdo do fanatismo religioso. Estes pontos nos fazem pensar e levantam questionamentos inteligentes sobre o impacto disso na vida das pessoas.

Eu gostei bastante da obra, ainda que tenha este detalhe sobre como não me liguei aos personagens, no geral me empolgou bastante. Não deixem de ler.