[Resenha] Ascensão

Ascensão
Título Original: Elevation
Autor(a): Stephen King 
Editora: Suma                      Páginas: 128 
Lançamento: 2019               ISBN: 9788556510891
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Uma história fascinante, curiosa e comovente sobre um homem cujo misterioso problema ajuda os habitantes de Castle Rock a superar as diferenças e se tornar uma comunidade. Scott Carey tem muito em que pensar ― o projeto enorme que pegou no trabalho; o casal lésbico que mora na casa ao lado e o cachorro delas, que insiste em fazer as necessidades no seu quintal; e a súbita e inexplicável perda de peso das últimas semanas. Apesar de não querer ser estudado e examinado, Scott decide compartilhar a questão com seu velho amigo, o dr. Bob Ellis. Afinal, apesar dos números decrescentes na balança, sua aparência continua a mesma ― além disso, seu peso não varia quando está nu ou usando roupas pesadas, quando está de mãos vazias ou carrega algo no colo. Não importa o que ele faça ou coma, Scott está cada vez mais leve ― embora não mais magro ―, e conforme seu peso se aproxima de zero, ele sabe que logo nada vai prendê-lo ao chão. Scott não quer se preocupar com o que vem pela frente; ele ainda tem tempo para resolver todas as suas questões antes do Dia Zero, e por que não começar pelas mais difíceis? Por exemplo, encarando o preconceito que suas vizinhas têm sofrido da comunidade ― e dele ― e fazendo o possível para ajudar. Amizades improváveis, a maratona anual da cidade e a misteriosa condição de Scott são a fórmula para grandes transformações. Incrivelmente alegre e profundamente triste, Ascensão é um verdadeiro antídoto para nossa cultura intolerante.
É curtinho, mas com uma grande história.

Ascensão, de Stephen King foi lançado no final de 2019 no Brasil pela Suma, com tradução de Regiane Winarski. O livro é um dos menores do autor que li, tem menos de 140 páginas, mas tem muito conteúdo e uma história bem emocionante.

Não esperem algo comum, estamos falando de King e com ele nada é comum. Ele começa a narrativa apresentando o carismático Scott Carey conversando com seu amigo e médico aposentado Bob Ellis. Scott está tendo uma perda de peso significativa e curiosa, já que na aparência continua o mesmo e na balança está em contagem regressiva para o zero. Bob acha que Scott está delirando, ainda abalado por um divórcio recente, mas acaba observando melhor e vê que o amigo está de fato sumindo.

Poderia ser uma história esquisita sobre o homem de Castle Rock que está perdendo peso e vai virar uma excentricidade cientifica. No entanto, Scott se recusa a buscar tratamento e acabar virando uma cobaia de laboratório. Ele não teme o que está acontecendo e nem fica alienado em busca de cura.

Scott aceita que vai chegar o dia zero, seja lá o que este dia traga para sua vida e que vai então deixar de existir. Com isso em mente, ele resolve viver a vida da melhor maneira possível, trabalhando com afinco no maior projeto que já assumiu na carreira profissional, se relacionado mais amistosamente com as pessoas e sendo uma pessoa melhor.

Ele começa encarando suas duas vizinhas lésbicas, que são rejeitadas pela cidade. Scott tenta uma aproximação, luta de verdade por uma amizade. Acaba indo mais longe do que pretendia com isso, encara medos, fala o que pensa quando antes não tinha coragem e até entra em uma maratona que todos acreditam que vá perder ou infartar enquanto corre.

A perda de peso libera o personagens de antigos medos, preconceitos e receios. É como se a cada vez que o peso diminuísse, ele deixasse para trás correntes que o prendiam e impediam de ser como queria. Scott se transforma como pessoa e muda tudo ao seu redor, luta contra a intolerância e mostra para Castle Rock que todos merecem ser ouvidos e ter um espaço.

A história comove por ir fundo em dramas muito reais, especialmente aqueles vindos do preconceito e da intolerância. A história não é apenas sobre a estranha perda de peso de um homem, isso serve apenas como gatilho para as inúmeras mudanças que Scott consegue promover antes de zerar.

King nos presenteia com incríveis momentos de superação, de amizade, de bondade e de risos e até mesmo lágrimas. Nunca imaginei chorar com um livro do mestre, mas ele vai tão fundo nas relações dos personagens que não é possível se segurar;

Há muito bom humor na obra, diálogos inteligentes, situações atípicas e momentos comoventes. Acima de tudo há um personagem carismático, que vai nos divertir com suas ousadias. 

Scott é a estrela do livro e sua ausência de quilos não é impedimento para fazê-lo ser um personagem de peso na trama. 

Ascensão nos leva a refletir sobre escolhas, atitudes e como nos relacionamos com as pessoas e com nós mesmos. É um livro brilhante, com uma história que empolga do começo ao fim. King não tem medo de criar tramas incomuns para encantar o leitor fiel. Leiam! 

10 comentários:

  1. Oi, Cida! Esse livro é bem diferente do estilo comum do King ou é impressão minha?! Confesso que não conheço tantas obras do autor, mas as resenhas que leio são sempre de livros de terror - que eu curto bastante! Gostei dessa tema diferente, da possibilidade de gerar reflexões...

    Beijos, Entre Aspas

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  2. Chocada que esse livro é recente. Pela quantidade de página, eu achei que era lá entre as décadas de 70 e 90 kkkkkk
    Os últimos lançamentos do King não me foram boas experiências, mas vou tentar esse aí.
    Beijos
    Balaio de Babados
    Participe do #SorteiodaAmizade no twitter; três livros, um ganhador

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  3. Olá,
    Acho legal pegar um pouco no drama, seria inédito chorar num livro dele pra mim tb.

    até mais,
    Canto Cultzíneo

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  4. Olá, Cida.
    Eu não sou tão fã do autor e por isso não sei se leria. Mas achei a premissa do livro muito interessante. Até porque o que vai acontecer ao zerar fica em segundo plano na história pelo que deu para perceber.

    Prefácio

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  5. Oi Cida, King tem sempre umas premissas interessantes, não li ainda, mas é mais um do mestre para a lista de leituras!

    Bjs, Mi

    O que tem na nossa estante

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  6. Oi Cida,

    Achei a história do livro interessante e pelo fato de ser poucas paginas acredito que seria legal para eu começar a ler os livros do autor.
    Dica anotada.

    Bjs
    https://diarioelivros.blogspot.com/

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  7. Oi, Cida

    Nossa, não sabia que era um livro tão curtinho. Eu nem sabia sobre o que era o livro e fiquei surpresa com esse lance da perda de peso misteriosa que está fazendo ele sumir. Rs
    É no mínimo interessante e acho que vale a leitura, afinal, é uma história pequenininha.

    Beijos
    - Tami
    https://www.meuepilogo.com

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  8. Oi, Cida!
    Acredita que até hoje não li nenhum livro do King? Em parte por ter medo, mas também porque a maioria é enorme hahaha. Mas gostei de conhecer esse!
    Os Delírios Literários de Lex

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  9. Ei Cida, tudo bem?
    Me surpreendeu muito ver um livro do King com apenas 140 páginas haahaha ele geralmente não economiza nas palavras. Enfim, não conhecia o livro mas fiquei bem interessado principalmente por perceber que ele consegue se aprofundar nos sentimentos e emoções do personagem, acho isso essencial para um livro me tocar!

    Boa dica :)

    www.estupefaca.com.br

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  10. Confesso que não me interessei muito pelo livro até ler sua resenha, mas o que você descreveu, principalmente a parte das histórias dramáticas reais parecem muito legais para ler.

    Gravado na Memória

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