[Resenha] Pistas Submersas

Pistas Submersas
Título Original: Felsteg (Doggerland #1)
Autor(a): Maria Adolfsson
Editora: Faro                        Páginas: 368
Lançamento: 2020               ISBN: 978-8595811027
  ||Skoob||  ||Goodreads|| 
Bem-vindo ao mundo único de Doggerland! Uma nação formada por grande extensão de terras, hoje, a maior parte submersas, das quais restaram apenas três ilhas, localizada em algum lugar entre o Reino Unido e os países nórdicos. É lá que Maria Adolfsson cria o cenário perfeito para uma história arrebatadora. Na manhã seguinte ao grande festival das ilhas de Doggerland, norte da Escandinávia, a detetive Karen Hornby acorda em um quarto de hotel com uma ressaca gigantesca, mas não maior que os arrependimentos da noite anterior. Na mesma manhã, uma mulher foi encontrada morta, quase desfigurada, em outra parte da ilha. As notícias daquele crime abalam a comunidade. Karen é encarregada do caso, algo complexo pelo fato de a vítima ser ex-esposa de seu chefe. O homem com quem Karen acordou no quarto de hotel... Ela era o seu álibi. Mas não podia contar a ninguém. Karen começa a seguir as pistas, que vão desenrolando um novelo de segredos há muito tempo enterrados. Talvez aquele evento tenha origem na década de 1970... Talvez o seu desfecho esteja relacionado a um telefonema estranho, naquela primavera. Ainda assim, Karen não encontra um motivo para o assassinato. Mas, enquanto investiga a história das ilhas, descobre que as camadas de mistérios daquelas terras submersas são mais profundas do que se imagina.
Pistas Submersas é o primeiro volume da série Doggerland, de Maria Adolfsson, publicada no Brasil pela Faro Editorial. A série é protagonizada pela detetive Karen Eiken Hornby e cada volume traz um caso policial distinto.

Em uma manhã após o Festival de Ostras da ilha de Doggerland, a detetive Karen Hornby acorda de ressaca e ao lado do último homem o qual imaginava tendo um envolvimento, Jounas Smeed, seu chefe. No trabalho ele e outros policiais homens tratam ela e outras mulheres sem o devido respeito, insinuando que são mais capazes apenas por serem homens. Ela engole vários desaforos e vai seguindo na dela, mas não sabe se isso vai ser fácil depois de ter dormido com o chefe.

Ela sai de fininho do quarto de hotel, desejando apenas chegar em casa e dormir muito, mas seus planos são frustrados quando recebe uma ligação a convocando para trabalhar. Uma mulher nas redondezas foi assassinada e ela vai chefiar a investigação. Não Jounas e sim Karen vai liderar o pessoal, já que a vítima é a mulher dele e ele imediatamente se torna um suspeito.

Karen começa a investigar o crime, tentando não misturar o que aconteceu entre elas e Smeed com a situação atual. Não é fácil, ela acaba tendo dificuldade de encará-lo tanto pela noite juntos, como por estar ocupando o lugar dele no trabalho.

A investigação segue de maneira lenta, Karen começa juntando pistas nos dias atuais e tentando provar que o chefe não é culpado. Ela acredita que ele não tenha feito tal atrocidade e nesta jornada acaba se deparando com a história da própria Doggerland, que possui segredos que datam desde de meados da década de setenta em uma comunidade hippie, até os dias atuais.

Karen sente que a morte da vítima não foi apenas ocasionada por um assalto como seus superiores querem que seja, ela acredita que há mais oculto no ato de violência, que isso está interligado com o passado. No entanto ninguém dá crédito as suas teorias e a estrada que Karen trilha na investigação é solitária.

Neste meio tempo vamos tendo a oportunidade de conhecer melhor esta policial dedicada e vemos que sua vida é marcada por uma grande tragédia, embora o que de fato aconteceu não seja revelado de cara, tornando mais um dos mistérios da trama.

Eu gostei bastante de Karen e senti muita raiva ao ver a forma como os machistas da policia a tratavam. Não sei de onde ela arrumava força para não dar um soco na cara convencida e prepotente de cada um deles, em especial do chefe dela.

Sobre o caso em questão, a investigação não é acelerada e a autora apresenta as pistas pouco a pouco ao leitor. Praticamente somos como a Karen, não temos outra visão que não a dela e a descoberta da verdade acaba sendo ao lado dela e não antes. Eu pelo menos não deduzi o que estava por trás do assassinato  e nem adivinhei o culpado. São quase quatrocentas páginas de bastante informação para condensar e parece mesmo que somos parte da investigação.

Não imaginei aquele desfecho, foi uma boa surpresa. Apesar de muitos fatos terem sido apresentados, no final eles foram unidos. A autora foi coerente na explicação final, não deixando nada ao acaso. Eu adianto que queria que outra pessoa fosse o assassino e não pensem que o culpado foi uma escolha ruim, ao contrário foi genial, o comentário anterior sou eu sendo má.

Karen é uma protagonista forte, que sabe empolgar o leitor e estou ansiosa para novos casos ao lado dela. Espero que a autora mantenha esta narrativa imersiva, que me deixou com a impressão de ser parte do que estava acontecendo, me envolvendo em cada acontecimento e deixando tudo mais vibrante e emocionante. É gostoso mergulhar assim em uma história e Pistas Submersas me deu uma viagem especial para as frias terras de Doggerland.

Doggerland é um local sinistro e curioso. Adolfsson cria para a história uma atmosfera única, excêntrica e misteriosa. Acredito que exista muito ainda a ser explorado nestas terras. Que venham mais livros!



11 comentários:

  1. Olá, Cida.
    Eu amei esse livro. Apesar do tamanho não achei ele cansativo. E eu gosto desse tipo de investigação mais parada onde o autor vai soltando as pistas aos poucos. Também nem desconfiei do final e fiquei com cara de besta porque se pensar as pistas estavam lá e a gente que não viu hehe.

    Prefácio

    ResponderExcluir
  2. Oi Cida, eu ainda estou lendo e de maneira muito lenta, infelizmente. Até o momento estou achando as investigações muito detalhes e estou curiosa pra saber o final!

    Bjs, Mi

    O que tem na nossa estante

    ResponderExcluir
  3. Oi Cida,
    Desde a resenha da Sil do blog Prefácio, estou empolgada por esse livro.
    Só não o comprei ainda, porque está caro, mas estou de olho nas promoções, sei que vou devorar a obra.
    Beijos
    http://estante-da-ale.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  4. uau, eu amo livros com personagens fortes, que não se deixam abalar. Já quero conhecer esse! ❤

    https://www.kailagarcia.com

    ResponderExcluir
  5. gostei de conhecer esse thriller ainda mais sabendo que os fatos se amarram bem no final, coisa que nao acontece em muitos dos livros né rs

    www.tofucolorido.com.br
    www.facebook.com/blogtofucolorido

    ResponderExcluir
  6. Oi Cida,

    Não conhecia o livro, mas só pela premissa já fiquei curiosa com a obra.
    Com certeza vou querer ler, agora é só esperar uma promoção aparecer para adquirir rs.
    Bjs
    https://diarioelivros.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  7. Oi Cida!
    Poxa ainda bem que se empolgou. Sinceramente apesar dos pontos positivos ainda sim nao consigo me animar quanto a leitura mesmo adorando personagens femininas fortes como a Karen.

    Abraços
    Emerson
    http://territoriogeeknerd.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  8. Já tinha visto outras pessoas lendo e recebendo esse livro, mas não sabia nada sobre o enredo. Achei bem diferente e estou muito tentando ler mais romances policiais e afins, então esse já vai automaticamente para a minha lista.
    Beijos
    Três de Dezembro

    ResponderExcluir
  9. Já sei que vou me identificar com a Karen por trabalhar com machistas. Pode ter certeza que tiro a mesma força que ela pra não sair socando meio mundo kkkk
    Beijos
    Balaio de Babados

    ResponderExcluir
  10. Personagens machistas sempre me dão raiva e gosto muito quanto as personagens colocam eles em seus lugares. O livro parece uma ótima leitura, ainda não conhecia, mas pretendo ler um dia.

    Beijos

    Imersão Literária

    ResponderExcluir
  11. Oi Cida, tudo bem?
    Adorei a dica, especialmente por saber que o final é competente em unir os fatos e também consegue surpreender. Tenho sentido falta disso no gênero.
    Beijos,

    Priih
    Infinitas Vidas

    ResponderExcluir

Obrigada por seu comentário.

Sua participação é muito importante.

Um grande beijo!