[Resenha] Juntos Somos Eternos

Juntos Somos Eternos
Título Original: The Serpent King
Autor(a): Jeff Zentner 
Editora: Seguinte               Páginas: 344
Lançamento: 2018             ISBN:9788555340765
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Jeff Zentner, autor de Dias de Despedida, traz outra história comovente sobre família, amizade e amor, com uma visão emocionante e ao mesmo tempo bem-humorada sobre a dura realidade de crescer em um ambiente conservador. Dill não é um garoto popular na escola — e não é culpa dele. Depois de seu pai se envolver em um escândalo, o garoto se tornou alvo de piadas dos colegas e passou a ser evitado pela maioria das pessoas na cidadezinha onde mora. Felizmente, ele pode contar com seus melhores amigos, Travis e Lydia, que se sentem tão excluídos ali quanto ele. Assim que os três começam o último ano do ensino médio, mudar de vida parece um sonho cada vez mais distante para Dill. Enquanto Travis está feliz em continuar no interior e Lydia pretende fazer faculdade em uma cidade grande, Dill carrega o peso das dívidas que seu pai deixou para trás. Só que o futuro nem sempre segue nossos planos — e a vida de Dill, Travis e Lydia está prestes a mudar para sempre.
O primeiro livro de Jeff Zentner lançado no Brasil foi Dias de Despedida e conseguiu emocionar muita gente por aí com sua história sobre perda, luto, culpa, perdão e recomeços. Eu havia lido e gostei. Assim,  quando o autor esteve na Flipop em São Paulo, não perdi a chance de conhecê-lo. O Jeff é um fofo, um cara bem humorado. Arrasou na entrevista quando já chegou falando com a galera em português. Isso, aí! Esse lindo já morou alguns anos no Brasil e conhece bem nosso país, cultura e povo.

Durante a entrevista o livro The Serpent King foi bastante citado e fiquei ansiosa para conferir a história, contando os dias para a Seguinte lançar. Então foi publicado aqui como Juntos Somos Eternos.

Se você leu o outro livro do autor vai mais ou menos saber o que te espera nesta trama e se não leu vai pensar que tem em mãos mais um drama adolescente passado no último ano do ensino médio. De fato é isso que a história apresenta, mas sem clichês e sem superficialidade. Jeff gosta de contar histórias profundas, com personagens complexos e vidas complicadas.

A trama gira em torno de um trio de amigos. Dill, Lydia e Travis são jovens não bem aceitos pelos grupinhos na escola, mas se completam e se satisfazem sem serem os populares. Na verdade, nem ligam para se encaixar. Eles se encaixam em seus próprios mundos e se bastam. O pessoal na escola até tenta praticar bullying com eles, mas é perda de tempo.

No entanto, ainda que isso não os incomode, há fatos na vida de cada um que os transtorna e causa tristeza e preocupação. Dill foi criado dentro de uma seita religiosa excêntrica, com pais fanáticos e viu seu mundo virar de ponta cabeça quando o pai foi preso com pornografia infantil. Agora as pessoas na cidade olham para ele e a mãe com desconfiança. O jovem só vê no futuro visitas que odeia fazer ao pai na prisão, um trabalho mediano e nada de faculdade, afinal precisa ajudar a pagar as dívidas dos pais.

Travis é uma menino grande e de botar medo, mas não passa de num grande urso fofo que ama ler livros de fantasia e se esquecer da realidade nestes mundos de sonhos. Filho de um pai violento, ele tenta ao máximo não chamar a atenção daquele que lhe colocou no mundo, para assim evitar agressões tanto físicas como verbais.

E Lydia é a única que tem uma família estruturada e planeja deixar a cidade pequena na qual vivem para cursar faculdade. Ela tem pais amorosos, escreve um blog de estilo que tem uma legião de fãs e faz de tudo para inspirar nos amigos a vontade de fazer faculdade e deixar aquele lugar para trás. Na verdade seu alvo é Dill e com isso, com esses confrontos entre ambos, é que a trama se desenrola mostrando as ansiedades de três jovens com o futuro que os aguarda.

Eu imaginava que a história não seria simples como apenas escolher uma faculdade e partir. Sabia que o autor iria despir as camadas que envolviam seus personagens e explorar suas vidas a fundo. Desde as primeiras páginas fica claro que Dill, Travis e Lydia são pessoas interessantes, que vamos querer conhecê-los para valer e entender o que os motiva e aflige. Não é uma história apelativa, ao contrário, os fatos se apresentam de maneira sucinta, objetiva e com naturalidade. Você acredita e se vê torcendo para que coisas boas aconteçam.

Cada um dá uma contribuição especial para a história, mas acho que Dill é de longe o que mais vai nos preocupar e afligir. Ele é um garoto perdido, ferido pela vergonha dos erros do pai e pela excentricidade que o cercou desde o berço e fez ser um garoto esquisito, de uma família esquisita para todos de fora. Só que ele é normal, nada estranho, mas não consegue se livrar do esterótipo e do medo de ter herdado a loucura vinda da família do pai. É bem triste vê-lo afundar no medo e na falta de esperança.

No entanto, os amigos estão ali por ele e vice versa. Esta história é sobre os três e a bela amizade que os une. Foi bem comovente ver cada interação, cada gesto de carinho e amor de um pelo outro, até mesmo quando discutiam, dava para notar que era algo de bem para ajudar o outro.

A história não tem um ritmo acelerado, mas não é cansativa. Seguimos com os personagens em uma jornada evolutiva e de amadurecimento. Os três jovens que estão na primeira página não são os mesmos da última, ao final estão mais fortes e decididos. Mas, até chegarem neste ponto, vão passar por desafios que fazem o leitor sofrer junto e até mesmo algo que foi muito, mas muito trágico, uma perda dolorosa.

Acho que tal acontecimento foi o único ponto na história que não me agradou, entendo o motivo do autor ter feito isso, mas eu queria que não tivesse feito. Nada indicava tal direção e do nada levamos um soco na cara.  Eu chorei um bocado nessa hora, mas também me coloquei na pele de cada personagem e fiz de suas reflexões as minhas.

A história é tão envolvente, que nos permite sentir esta empatia e se aproximar de Dill, Travis e Lydia naturalmente. É muito bom ter esta conexão enquanto lemos, deixa a história mais viva e realista e torna o livro inesquecível.

Juntos Somos Eternos é um livro que mexe com as emoções do leitor. Nos faz sorrir e chorar, mas ao final consegue deixar-nos com a sensação de que apesar de tudo, ainda é possível ser feliz, ter esperança e buscar algo melhor. O meu favorito do Jeff. 




15 comentários:

  1. Oi Cida, tudo bem? Eu gosto bastante da temática amizade, mas como sou uma romântica incurável sinto falta de uma pitada desse gênero em histórias que se focam somente na amizade, mas achei a premissa legal.
    Beijos, Adri
    Espiral de Livros

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  2. Oi Cida, tudo bem? Eu gosto bastante da temática amizade, mas como sou uma romântica incurável sinto falta de uma pitada desse gênero em histórias que se focam somente na amizade, mas achei a premissa legal.
    Beijos, Adri
    Espiral de Livros

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  3. Oie,
    Essa capa e esse título sempre me atraíram. Sou apaixonada por qualquer livro que tenha uma boa amizade, e todos os fatos que você apontou na sua resenha me dão a certeza de que eu vou AMAR essa história assim que eu puder adquirir a minha cópia. Tenho um fraco por narrativas tratando assuntos mais pesados e livros feitos pra chorar haha
    Beijos,
    https://ofantasmaliterario.blogspot.com/

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  4. Oiii Cida

    Acredita que só agora me liguei que esse é o The Serpent King! Menina, esse livro tava sendo mega elogiado lá no Goodreads, mas não havia associado essa capa em português com o original.
    Eu acho que os livros desse autor no geral não são livros de ritmo muito frenético, mas sempre mais pausados, ainda assim como vc bem disse envolvem o leitor de tal maneira na trama que nunca ficam cansativos. Quero ler algo dele e vou começar por esse.

    Beijos, Alice

    www.derepentenoultimolivro.com

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  5. Oi Cida, tudo bem?
    Amei a dica! Dias de Despedida está na minha wishlist e agora fiquei interessada nesse também. Amo autores que sabem desenvolver bem seus personagens!
    Beijos,

    Priih
    Infinitas Vidas

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  6. Oi, Cida! Tudo bom?
    Depois desse livro eu leio até a lista de compras do Jeff, meu deus como eu CHOREI LARGADA com essa história. Achei tão triste e sensível e marcante, aquele tipo de trama com personagens que poderiam muito bem ser reais. Amei cada segundo e não queria que acabasse.

    Beijos,
    Denise Flaibam.
    www.queriaestarlendo.com.br

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  7. Oi Cida,
    Não conhecia esse livro, mas essa não seria uma leitura que eu escolheria para ler no momento, mas vou colocá-lo na minha lista de futuras leituras.
    Beijinhos
    Renata
    Escuta Essa

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  8. Oi Cida!
    Eu nao li nada do autor e confesso que o outro livro dele nao me interessou, mas esse eu tenho curiosidade. A sinopse em si ja passa que e um livro pra se acabar de sofrer e sorrir. Espero ter a oportunidade de ler esse ano. E favoritar assim como voce.

    Abraços
    David
    http://territoriogeeknerd.blogspot.com/

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  9. Oi Cida, tudo bem?
    Que capa linda, acho que leria o livro só por essa capa!
    Blog Entrelinhas

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  10. Olá, Cida.
    Esse é o tipo de livro que se eu não lesse alguma resenha dele eu não me interessaria em ler. A capa não é do meu gosto e o gênero também não. Mas pela resenha eu acho que leria ele, não agora, mas vou anotar aqui para uma futura leitura.

    Prefácio

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  11. Oi Cida,

    Não conhecia o livro, mas gostei da premissa.
    Vou colocar esse e o outro na listinha de leitura para ver o que acho da história e da escrita do autor.
    Bjs e um bom fim de semana!
    Diário dos Livros
    Siga o Instagram

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  12. Oi Cida,
    Ainda não li 'Dias de Despedida', mas está na minha lista.
    Quero conferir as duas obras, amo me emocionar lendo.
    beijos
    http://estante-da-ale.blogspot.com/

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  13. Oi, Cida!
    Nunca li nada do autor e, na minha fase atual, esse tipo de trama não me chama atenção. Mas a dica está super anotada.
    Beijos
    Balaio de Babados

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  14. Oi Cida! Eu não conhecia o livro, mas os personagens parece profundos, bem desenvolvidos, uma historia bacana, carregada de emoção. Acho que vou curtir!

    Bjs, Mi

    O que tem na nossa estante

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  15. Oi, Cida

    O autor é um fofo, já o vi falando português e ele arrasa mesmo.
    Quanto ao livro, que bom que você curtiu apesar da pequena ressalva. Acho bacana a amizade deles ser tão importante e desenvolvida no livro, só acho que não leria porque acho a história muito juvenil, não estou nessa vibe.

    Beijos
    - Tami
    https://www.meuepilogo.com

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