[Resenha] O Colecionador de Memórias

O Colecionador de Memórias
Título Original: The Marble Collector
Autor(a): Cecelia Ahern
Editora: Novo Conceito        Páginas: 272
Lançamento: 2018               ISBN: 9788581638874
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Quando Sabrina Boggs tropeça em uma misteriosa coleção de bolinhas de gude que pertencia ao seu pai, percebe que não sabe nada sobre o homem com quem cresceu. É uma coleção valiosa e incomum – incomum se ela pensar no homem que sempre conheceu. No entanto, há algo real lá dentro, muito verdadeiro sobre seu pai, ou sobre a criança que ele fora. Sabrina só tem vinte e quatro horas para descobrir os segredos do homem que ela pensava conhecer. Um dia para exumar memórias, histórias e pessoas que não sabia existirem. Um dia que a mudará para sempre. Fazendo uma busca pelas memórias de seu pai, Sabrina persegue uma busca de identidade; os segredos que ela trará à tona irão mudar tudo o que dava por certo em sua vida. Mas se seu pai não é o homem que ela achou que fosse, quem é a própria Sabrina?

É engraçado como podemos conviver com uma pessoa há anos e mesmo assim não conhecê-la direito. Acho que por mais que a gente divida nossa vida com alguém, sempre há limites intransponíveis, lugares só nossos que não estamos dispostos a revelar.  Pode ser que um dia alguém os descubra, como pode ser também que fiquem só conosco. Pais e filhos, marido e mulher, amigos, irmãos e irmãs. Por mais que nos conheçam e vive versa, não conhecem totalmente e, quando certos segredos surgem, podem ter um resultado inesperado.

O Colecionador de Memórias, de Cecelia Ahern, é um dos lançamentos da Novo Conceito de 2018 e foi aquele livro que peguei para ler sem ter conferido a sinopse. Eu gosto demais da autora e mergulho confiante em suas histórias. Li em poucas horas e mais uma vez me encantei com uma trama de pessoas reais, algo que poderia ter sido protagonizada por qualquer um de nós.

Sabrina Boggs é uma jovem mãe e esposa que chegou em determinado momento da vida que acredita que teve seus sonhos realizados e não sabe mais pelo que lutar. Ela vive de rotina e por ser uma pessoa extremamente fechada em seus sentimentos, vem tendo problemas com o marido que acha que há algo errado com eles. Na verdade o que está errado é com ela, que precisa de algo para lhe dar objetivos. Quando Sabrina recebe em sua casa algumas caixas com os objetos do pai, descobre uma imensa coleção de bolinhas de gude que pertence à ele, no entanto nunca soube desse amor do pai e ao tentar entender isso se vê descobrindo um homem que ela nunca conheceu. Quem era seu pai? Quem era sua família? Quem era ela?

Ahern dá a sua protagonista um objetivo que é o de encontrar a história das bolinhas de gude com seu pai. Não é apenas uma mera coleção de objetos, é uma coleção de memórias. Cada uma daquelas esferas coloridas e únicas marcou um momento importante da vida de um garoto que vinha de uma família de inúmeros irmãos e teve experiências doces e outras dramáticas enquanto crescia. Anos mais tarde, o garoto virou um jovem que se casou com uma bela mulher e acabou negando neste trajeto suas paixões e origem. O casamento não durou, as mentiras os sufocaram e Fergus Boggs viveu em eternos altos e baixos. Teve amores, desamores e decepções. Aos quase sessenta sofreu o impacto de anos de estresse e acabou quase sem memória em uma casa de repouso, cuidado carinhosamente pela filha Sabrina.

A jovem sai refazendo o caminho das caixas que recebeu e chegando nas pessoas que tocaram nelas e como de alguma forma fizeram parte da vida do seu pai. Ela vai descobrindo que ele tinha uma vida muito além dela e da mãe, que na verdade Fergus se desdobrava em mil para fazer muitas coisas e que ela nunca o conheceu de verdade. 

A jornada é um misto de emoções para Sabrina, algumas ruins e outras boas. Ela chega mesmo a odiar o pai que ama por ter tido tantos segredos, mas ao longo do percurso percebe que nada do que ele fez foi maldade, apenas queria ser feliz e viver pelo que amava. Assim ela vai encontrando sentido para si mesma, nas atitudes do pai se encontra. E até tem a oportunidade de se aproximar de uma família que nunca teve contato, mas que fazia parte dela e ela deles.

Ahern não se fixa apenas em Sabrina durante a narrativa, nos dá um outro lado da história com um Fergus menino e também com o homem mais velho. Assim, as partes se encaixam, muitas vezes somos até privilegiados por esta visão mais ampla e sabemos de fatos antes de Sabrina e ansiamos pelo momento que ela vai chegar a tal resposta. Tanto ela como o pai são personagens profundos, cheios de sentimentos gritantes e palpáveis que nos envolvem em suas vidas e nos dão a impressão de ser de carne e osso.

Eu achei a história cativante, comovente e muito rica em emoções. Eu gosto da forma como a autora torna um dia na vida de um personagem uma vida inteira para seu leitor. É uma história que fala de muita coisa de maneira delicada e sutil e mais uma vez Cecelia Ahern tocou meu coração e me fez pensar sobre minha própria realidade. Por mais que algo nosso seja muito particular, às vezes vale a pena dividir com quem a gente ama e o mesmo se aplica a tentar conhecer mais quem nos cerca. No caso de Fergus Boggs, ele teria sido mais feliz sem tantos segredos e sua filha teria tido a chance de dividir com ele uma grande paixão e memórias. Ambos teriam sido mais próximos, mais felizes. Eu recomendo O Colecionador de Memórias. 

8 comentários:

  1. Oii,

    Eu ainda não conheço a escrita da autora, mas já li tanto opinião positiva quanto negativa. De qualquer forma, tenho alguns livros dela na minha listinha para ler e outros na estante.
    Admito que esse livro não chamou a minha atenção quando li a sinopse, mas me interesso por livros que me fazem pensar (e repensar) a minha própria vida.
    Vou deixar a dica anotada!

    Beijos
    http://espiraldelivros.blogspot.com/

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  2. Oiii Cida

    Da Cecelia eu só li uma distopia, Imperfeitos, e amei demais, tenho vontade de conferir a autora no gênero romantico, que foi o que a fez famosa. Confesso pra ti que não botava muita fé nesse romance do Colecionador de Memórias, mas a tua resenha me fez saber que já estava errando feio. Adorei saber que a história cativa e traz personagens reais, gente como a gente. Com certeza merece uma oportunidade.

    Beijos

    www.derepentenoultimolivro.com

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  3. Oi, Cida, tudo bem?

    Ao contrário de você, minhas experiências com a autora não foram muito boas, por isso agora eu penso duas vezes antes de ler algum livro dela.
    O que mais me interessa é a busca da protagonista e a relação das bolinhas com os momentos vividos pelo pai.
    Mas mesmo assim não sei se seu leria...


    Beijocas
    - Tami
    https://www.meuepilogo.com

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  4. nossa parece ser bem interessante

    bjj

    https://dosedeestrela.blogspot.com.br

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  5. Oi Cida,

    Da autora só li um livro até agora chamado O Ano em que te Conheci e gostei da escrita dela, apesar de não ser minha autora favorita, gostaria de ler mais livros que ela escreve.
    Estou com Imperfeitos para ler, mas gostei muito desse também.
    Bjs
    http://diarioelivros.blogspot.com.br

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  6. Oie Cida =)

    Gostei bastante dos últimos livros que li da Cecelia, mas ainda não tive a oportunidade de ler esse. Pela sua resenha pude perceber que a história é bem cativante e gostosa de acompanhar.

    Espero ter oportunidade ler em breve.

    Beijos;***
    Ane Reis | Blog My Dear Library.

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  7. Tenho uma amiga que é fã da autora lê todos os livros dela, assim que soube deste lançamento lembrei dela.E pela sua resenha eu acho que também vou gostar do livro.
    Bjs
    https://eternamente-princesa.blogspot.com.br/

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  8. Cida, eu adoro os livros da Cecelia e este esta na minha lista de desejados desde o anuncio do lançamento

    http://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/

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