Outro Dia
Título Original: Another Day (Every Day #2)
Autor(a): David Levithan
Editora: Galera Record Páginas: 322
Lançamento: 2016 ISBN: 9788501106834
Um dos mais inovadores autores de livros jovem adulto e o primeiro a emplacar uma trama gay na lista do New York Times, David Levithan retoma a sua mais emblemática trama em "Outro Dia". Aqui, a já celebrada — com várias resenhas elogiosas — história de "Todo Dia" é mostrada sob o ponto de vista de Rhiannon. A jovem, presa em um relacionamento abusivo, conhece A, por quem se apaixona. Só que A, acorda todo dia em um corpo diferente. Não importa o lugar, o gênero ou a personalidade, A precisa se adaptar ao novo corpo, mesmo que só por um dia. Mas embarcar nessa paixão também traz desafios para Rhiannon. Todos eles mostrados aqui.
David
Levithan é um autor que sabe mexer com as emoções dos
leitores, seus livros conseguem nos fazer pensar sobre diversas questões
humanas e sociais. Nunca usa de falso moralismo ou agressividade para inserir
críticas em suas obras. Aborda com louvor aqueles temas que incomodam.
Sempre ressalta que o ser humano e o amor são valorosos demais para serem
desperdiçados por puro preconceito.
Em 2013 li uma de suas obras mais
fabulosas, o intenso e singular Todo Dia. Amei! Agora em 2016 a
Galera Record lançou Outro Dia, onde temos a mesma história do livro
anterior contada de um ponto de vista diferente.
Rhiannon vive um relacionamento abusivo. Tudo o
que faz e pensa é para deixar o namorado Justin feliz. Ela sonha com um rapaz romântico e
entregue, que ache a companhia dela suficiente para motivar um
futuro a dois. Entretanto, o garoto machista e problemático, só pensa em si e
usa a garota somente quando precisa satisfazer seus desejos ou falar o que o
incomoda. A namorada não é uma pessoa para amar, é apenas uma válvula de
escape.
Em um dia, que poderia ser apenas outro
dia, ele age de maneira surpreendente, tirando Rhiannon da escola para um
passeio na praia. Naquelas poucas horas Justin foi o namorado que ela sempre
sonhou e a felicidade encheu seu coração. Contudo, no dia seguinte ele não
parecia dar muita importância para os momentos românticos que viveram. Logo
Rhiannon descobriu que não foi seu namorado que foi para praia com ela e
sim A.
Quem é A? Uma pessoa que todas as
manhãs acorda em um corpo diferente e vive por um dia a vida da pessoa que o
hospeda. Não é uma garoto. Não é uma garota. É apenas A e sua essência
livre de estereótipos e preconceitos.
A só deseja um outro dia com
Rhiannon e para isso precisa não só fazê-la entender como vive, mas também
provar que o amor é diferente daquilo que ela acredita sentir por Justin.
Todo Dia e Outro Dia
apresentam uma mesma história por dois pontos de vista – A e Rhiannon -, mas em
cada livro podemos absorver algo diferente, embora a mensagem central nunca se
perca. Eu acredito que a ordem de leitura seja indiferente, pois ambos mesmo se
completando têm sua individualidade preservada.
Todo Dia é mais intenso,
pois A é um personagem que lida com uma existência única e
incomparável. Acompanhar seus pensamentos é uma viagem profunda dentro de nossa
própria existência e maneira de ver o mundo. Ele nos faz ver além de um véu e
nos obriga a sentir a essência.
Outro Dia é mais ameno, mas nem por isso
mexe menos com a gente, a diferença é que é mais fácil entender os sentimentos
de Rhiannon por ela ser uma pessoa comum lidando com algo extraordinário. É
difícil imaginar-se sendo A, mas é tão simples se colocar no lugar de
Rhiannon.
Os dois são personagens que sempre me fazem
ter sentimentos conflitantes. Amo e odeio sua atitudes. Sofro com eles e abomino
seus gestos egoístas, o que me faz admirar sempre mais o talento de Levithan
para colocar emoção em cada uma das palavras escritas e nos atingir.
É interessante ver como estes dois
personagens estão certos em suas argumentações, mas também errados na maneira
como querem que o outro se comporte. Eu acho que o encontro de Rhiannon e
A foi um marco na vida de ambos, mas ajudou muito mais ela do que ele.
Isso se dá pelo fato de a garota começar a enxergar o namorado e o
relacionamento de maneira diferente devido ao amor que A lhe dedica.
Pela primeira vez ela pensou na felicidade dela, não na de Justin quando fez
escolhas.
Nunca desejei que Rhiannon e A
ficassem juntos, vejo- o apenas como o despertar da garota, alguém necessário
para que ela abrisse os olhos e ao fazer isso abrir os olhos do leitor também.
O amor está intrínseco na trama e é
apresentado de maneira perspicaz ao questionar suas sinceridade. A não
entende como Rhiannon não o aceita nas diferentes versões que se apresenta.
Como A acorda cada dia em um
corpo, pode ser um garoto ou uma garota e mais ainda, nem sempre muito
atraente. Mas o que realmente deve ser considerado atraente? A aparência
externa ou o interior da pessoa? Você ama alguém pela beleza física ou interior?
É isso que A quer que Rhiannon entenda e o faça entender, pois
independente da embalagem, ele ainda a ama e faria tudo por ela. Então como
ela não consegue amá-lo da mesma forma?
É um assunto extremamente complicado para
lidar e não sou hipócrita de dizer que conseguiria viver algo assim, desta forma
não consegui condenar Rhiannon quando afastava A. Eu não aprovei sua
submissão a Justin, mas o comportamento com A foi aceitável.
É uma história inovadora, ousada e cheia de sensibilidade, mas
não esperem por explicações sobre A, pois este personagem existe para
flertar como nossos conceitos e colocá-los abaixo. O final é um caminho cheio de
possibilidades. Pode ser um fim para A e Rhiannon, mas se o autor quiser retomar
suas histórias novamente, há para onde seguir. Incomparável.
Quando estamos em busca da morte, quase sempre estamos, na verdade, em busca do amor.
Sempre ouço coisas boas sobre o autor e estava doida pra ler Todo dia, e agora, quero ler também este. Acho interessante a abordagem dele, sabe. Ultimamente os livros estão meio que romantizando os relacionamentos abusivos... e a versão dele é mais real. Tá na lista, e adorei a sua resenha, Cida!
ResponderExcluirBeijos!
Fabi Carvalhais
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Gostei da resenha... diferente isso de -A ser uma pessoa todo dia! (Talvez seja até a explicação de quem é -A de Pretty Little Liars kkkkkk)
ResponderExcluirBrincadeiras à parte, adorei a resenha =D
Rhiannon só me lembra a música do Fleetwood Mac hahahaha
ResponderExcluirEu sou meio traumatizada com o Levithan desde o livro dele com o Green. Por isso, não sei se leria outro livro dele.
Beijos
Balaio de Babados
Oie,
ResponderExcluirsempre vejo coisas boas sobre o livro, mas ainda não tinha me interessado, agora com a sua resenha fiquei com curiosa;
bjos
http://blog.vanessasueroz.com.br
Que legal! Não conhecia esse livro, sempre tive muita vontade de ler Todo Dia pois muitas pessoas já me recomendaram, e agora, ter a história em outro ponto de vista deve ser bem interessante, me deixa com mais vontade ainda de conhecer as obras de David Levithan.
ResponderExcluirGostei muito da resenha, dá pra sentir como o livro mexe com o leitor e eu gosto muito disso.
Obrigada pelo carinho. Beijos :*
Claris - Plasticodelic
Claro que eu quero ler!!!!! Só de saber que tem mais um pouquinho de A, já me faz ficar maluca. Lerei com certeza!!
ResponderExcluirBjksssssss
Lelê
oi Cida a proposta é realmente interessante, gosto de livros que tragam um outro personagem importante para uma história como narradores
ResponderExcluirmas ainda preciso ler todo o dia pra poder compreender tudo
http://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/
Oi...
ResponderExcluirAmei a resenha, estou muito curiosa para ler esse livro, ja tinha lido outras resenhas a respeito e ja estava encantada.
A me parece ser um personagem muito misterioso, não vejo a hora de saber mais a respeito dele.
Espero que nossas mocinha perceba que o relacionamento que ela tem não é normal, e que abuso não é só quando o cara bate.
bom dia.
Olá, Cida.
ResponderExcluirTodo dia foi um livros mais diferentes e especiais que li na minha vida. A abordagem do autor foi fantástica. No mundo em que vivemos que a aparência da pessoa geralmente é tudo, ele nos mostra que a pessoa não é o corpo e sim o que está por dentro. E enquanto li ficava pensando a todo instante em como estaria a garota nessa situação, então esse é um livro que me interessa muito.
Blog Prefácio
Oi Cida!!
ResponderExcluirAcho que o David Levithan é um autor super querido, porque todo mundo fala super bem dele, com carinho e respeito. Eu não li nada dele, mas gosto de histórias ousadas, então ele está sim na minha lista de leituras!
Bjs, Mi
O que tem na nossa estante
Ooi! Eu nunca li nada desse autor, mas sempre este foi o livro que me chamou menos atenção (Todo Dia, no caso). Não conhecia muito bem a premissa e a história e agora fiquei mega curiosa para ler ambos os livros. Amei a resenha.
ResponderExcluirBeijos
Sil - Estilhaçando Livros
Oi Cida, sua linda, tudo bem?
ResponderExcluirNossa seu texto ficou super sensível e cheio de emoção. Não tinha parado para pensar sobre a questão da aparência, por ele poder estar dentro de qualquer corpo, nem sempre irá atraí-la. Jogada de mestre do autor, na condição do personagem ele consegue explorar o amor na sua essência. Não vejo a hora de ler os dois livros. Adorei sua resenha!!!
beijinhos.
cila.
http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/
Nunca li nada do autor, mas esse livro junto com todo dia estao na minha wishlist! Parecem ser bem profundos e tocantes, pra refletir um pouco. A capa de todo dia pra mim com aquele bege estragou tudo, parece que o livro ta velho e essa com as bolas laterais cortadas nao gostei, mas achei umas edições gringas bem diferentes e bonits e vou comprar!
ResponderExcluirOi, Cida!
ResponderExcluirTodo vez que leio alguma resenha de Todo Dia ou qualquer outro livro do autor, percebo o quão incrível ele é: mostrando sensibilidade e bom senso ao abordar as temáticas propostas nas histórias. Além disso, é notável que ele escreve de forma bem peculiar e envolvente.
Fiquei curiosa para ler Outro Dia, especialmente por mostrar outra perspectiva mas manter a mensagem principal.
Adorei a resenha!
Beijocas.
http://artesaliteraria.blogspot.com.br/
Cida!
ResponderExcluirOs livros do Leviathan deixam mesmo a gente ficar pensando, sem ter respostas claras, ao mesmo tempo que nos coloca a refletir.
“Muitas palavras não indicam necessariamente muita sabedoria.” (Tales de Mileto)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
Olá!
ResponderExcluirNão conhecia, me parece um livro mto interessante, bastante sensível tbm, gostei mto! Qro ler pra conhecer mais ...
Bjs!