[Resenha] Beemote

Beemote
Título Original: Behemoth (Leviathan #2)
Autor(a): Scott Westerfeld
Editora: Galera Record      Páginas: 432
Lançamento: 2013      ISBN:9788501097521

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Uma arma secreta guardada a sete chaves, o beemote e a mais feroz criatura da Marinha Real. Sua poderosa mandíbula traz o Armagedom para as embarcações inimigas e promete dar um novo rumo ao conflito entre darwinistas ingleses e mekanistas alemães que varre a Europa após o assassinato do arquiduque Ferdinando. A missão do monstro subaquático o aguarda no Bósforo, aos pés de um Constantinopla sob a influência dos alemães e as portas de uma guerra civil. Mas para ser bem sucedida, a participação da baleia-zepelin Leviatã é imprescindível. A bordo da aeronave Aleksander e Deryn Sharp continuam a colaborar um com o outro, mesmo defendendo lados opostos e escondendo segredos. Deryn, é na verdade, uma menina se passando por um aviador das forças britânicas, enquanto Alek é o herdeiro legítimo do Império Austro-Hungaro. No entanto, é cada vez mais difícil para ambos conciliarem seus sentimentos pessoais das obrigações patrióticas e acabam se separando de uma forma dramática. Em território inimigo, Deryn luta para manter intacto o segredo de sua sexualidade, e Alek conquista aliados inusitados na luta para conquistar seu direito de nascença.

Chega finalmente Beemote, o segundo livro da trilogia, steampunk,  Leviatã, de Scott Westerfeld, publicada no Brasil pela Editora Galera Record. Eu conheci o trabalho do autor ao ler o livro anterior, e acabei a leitura dizendo UAU! Isso mesmo, foi o melhor livro do gênero steampunk que li até hoje. Então eu estava roendo as unhas por Beemote e  com muito medo não ser arrebatada como fui em  Leviatã (resenha aqui, confira).

No primeiro livro, conhecemos Alek, o herdeiro do trono Austro-Húngaro, que após o assassinato dos pais foi obrigado a fugir de sua terra natal para sobreviver, ele tem muitos inimigos e é de interesse de muita gente que ele jamais chegue ao trono. Alek representa o mundo mekanista, o mundo das máquinas fabulosas. De outro lado temos Deryn, a menina que vestiu-se de menino para entrar na força aérea britânica,  e fez mais sucesso lá que qualquer outra pessoa do sexo masculino, mas o problema é que se for descoberta, pode ser condenada a morte. Seu segredo precisa ser mantido, o que esta ficando mais complicado a cada dia, já que ao conhecer Alek seu coração passou a bater mais forte. Deryn é puro orgulho darwinista, o mundo dos animais criados pela teoria de Darwin. Juntos pela sobrevivência, mesmo estando de lados opostos de uma guerra, estes dois viveram as maiores aventuras, que continuam agora em Beemote.

Beemote segue de onde acabou o livro anterior, assim temos  nossos protagonistas em plena fuga  a bordo do Leviatã, tentando chegar em Constantinopla em busca de aliados e do fim da Primeira Grande Guerra Mundial. Mas o capitão do Leviatã resolve fazer de Alek e seus homens prisioneiros, o que ocasiona a fuga do menino. Alek acaba nas ruas daquela cidade, sem saber por onde começar, mas um encontro providencial com revolucionários locais proporciona a força necessária para lutar naquela guerra e chegar mais perto do trono.

Enquanto isso, Deryn continua fingindo ser um garoto, mas a cada dia mais pessoas descobrem a farsa, e ela sente-se sob forte pressão. A partida de Alek é um impacto sem igual, e quando sai do Leviatã em uma missão secreta, aproveita para vagar pela cidade em busca do rapaz, logo eles estão juntos novamente, cheios de estratégia para mais uma briga.

O livro é narrado em terceira pessoa, e vai passeando por vários cenários para nos dar a dimensão exata da situação atual da guerra. Ainda conta com ilustrações lindas, que ajudam o leitor a ver o mundo mekanista e darwinista. No primeiro livro eu demorei para engrenar na leitura por não estar familiarizada com todos os conceitos e termos criados pelo autor para compor este universo, mas em Beemote eu me senti em casa, foi mesmo um reencontro com velhos conhecidos, e logo de cara eu já estava no clima da trama.

Desta vez não fiquei tão surpresa com tudo que é apresentado em questão de invenções darwinistas e mekanistas, o que me pegou desprevenida foi a complexidade estrategista de toda a narrativa, pois estamos em pleno cenário de guerra, onde política e alianças são mais fortes que tanques e bombas. Mais uma vez fiquei fascinada pela consistência do enredo, é um texto com muita informação e você precisa prestar atenção para absorver tudo e ter um melhor aproveitamento da leitura. No entanto, esta inteligência e criatividade é o que mais me fascina, diverte e ensina, me deixando maravilhada com um mundo novo e fascinante. Nem por isso é uma leitura parada, pelo contrário, flui que é uma beleza e eu que AMO histórias com as grandes guerras como pano de fundo, viajo literalmente.

Sabem o que achei muito legal? O autor não ficou retomando fatos do livro anterior, ele seguiu em frente. Eu particularmente não gosto quando leio uma série e a história é recontada, tenho a impressão de estar fazendo uma releitura e perdendo tempo. Ele soube conduzir a trama sem te deixar perdido, você sabe bem onde está.

Quanto aos personagens, chegaram mais alguns, que amei muito, como a revolucionária Lilit e o monstrinho Bovril,  mas o foco central  sempre fica em Alek e Deryn, que a cada dia aprendem melhor como lidar com sua sobrevivência. Em Leviatã eles precisavam ser desvendados, agora chegou a hora de serem entendidos. Mas não pensem que os segredos deixaram de existir, apenas estão mais bem escondidos.  Garanto que você vai encontrar aqui um amadurecimento completo de cada um, vindo da luta, vindo da vida.

Esta série me conquistou definitivamente, eu criei um carinho enorme por cada elemento que a compõe, até sentia um arrepio quando o Leviatã aparecia. Não dá para imaginar o que virá a cada página virada, então é surpresa atrás de surpresa. Como no livro anterior, temos uma missão que é resolvida aqui, mas ficam os assuntos mais importantes para serem definidos. Alek chegará ao trono? Quem vencerá a guerra? Deryn será descoberta? Teremos um romance finalmente?

Se você curte o gênero steampunk vai amar, se ainda não conhece,  esta é melhor chance de embarcar nesta jornada. Espero que Goliath não demore para chegar por aqui, afinal o encerramento desta saga promete.

Scott utiliza como base fatos reais, mas no final esclarece onde manteve-se fiel e onde precisou fazer mudanças que ficassem de acordo com a sua trama.


Trilogia Leviatã
Beemote #2
Goliath #3

21 comentários:

  1. Oie,
    não li o primeiro da série ainda, então fica difícil saber se iria gostar do segundo rsrsrsrs

    bjos

    http://blog.vanessasueroz.com.br

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  2. Flor, eu não li a resenha porque quis evitar spoilers do livro anterior, que ainda não li. Mas dei uma olhada na nota, 5 estrelas! Pelo visto a qualidade não caiu!

    Um beijo
    http://escolhasliterarias.blogspot.com.br/

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  3. Eu tinha ficado muito interessada no Leviatã e agora fiquei com mais vontade de ler essa trilogia, eu acho que ainda não conheço esse gênero. Gostei bastante dos pontos que você ressaltou e fiquei bem curiosa para saber as respostas das questões que vocês destacou no final. Parece ser um ótimo livro.
    Abraços, Raquel
    Viajando com Livros.

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  4. Não conhecia essa série, e pela sua resenha me interessei demais.
    Creio que ainda não li nada de steampunk, é uma boa pedida começar por esse.

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  5. Oie
    Adorei a resenha <3
    Ainda não o primeiro, mas sua resenha me deixou curiosa e com muita vontade de ler.

    Beijocas
    http://cupcakedeletras.blogspot.com.br/

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  6. Oi Cida, gosto do gênero Steampunk, o único livro que li adorei, ainda não tive oportunidade de ler o 1, que conhecia lendo sua resenha, espero um dia conseguir ler os livros, já tá na lista de desajados, só falta comprar!!
    Adoro livros que nos deixa assim, como vc descreveu! é o máximo!!
    Tem livros que vc tem que parar e pensar nele, para depois engatar em outro!!
    Parabéns pela resenha!

    beijos Mila
    Tem resenha no Daily
    http://dailyofbooks.blogspot.com.br/

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  7. Olá!
    Eu já conhecia os livros dessa série mas nunca tinha parado pra ler nenhuma resenha. Confesso que não é muito o meu estilo de leitura, mas agora que conheci um pouquinho mais, acho que posso gostar... de vez em quando é bom sair um pouco da nossa zona de conforto né?
    Gostei bastante das informações que você deu sobre a história, pela resenha já dá pra perceber que é o tipo de livro que prende a gente pela riqueza de detalhes e fatos.

    Beijos :*
    http://viciosemtres.blogspot.com.br/

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    1. É uma leitura bem diferente, pois o cenário que mescla real com imaginário dá uma sensação de surreal no leitor, e eu acho uma viagem única. Experimente.

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  8. Olha como não conhecia o primeiro volume fiquei perdida com tanta informação! parece uma narrativa bem construída mesmo! *-* Essa coisa de misturar fatos reais com a ficção costuma da super certo ^^

    Acabei de ver ali na sua barra lateral que voce já resenhou "A desconstrução de Mara Dyer" e avaliou com 5 estrelas! OMG! Mais um que está na minha lista!

    (desconstruindoaspalavras.blogspot.com.br)

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  9. eu li a primeira resenha aqui no blog, achei o livro interessante, mas não sei se o leria, por causa do tema!
    http://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/

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  10. Oi Cida...
    Olhei muito essa série, mas ela não me cativou a ponto de eu comprá-la, então ainda não li, mas amoo a escrita do Scott.. talvez futuramente eu leia..Adorei sua resenha....

    Beijão

    TeLa
    http://www.penseiraliteraria.com.br/

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  11. Oi,
    Eu só dei uma olhadinha na resenha, porque ainda não li o primeiro volume. Na verdade, eu morro de vontade de ler, principalmente por ser do Scott. Li a série Feios, que é uma das milhas distopias favoritas, e só vejo as pessoas falarem bem dele.
    Beijos,
    Yasmin
    deitadosnagrama.blogspot.com.br

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    1. Ele é um escritor que consegue viajar por vários estilos, eu não li Feios, mas vontade não falta.

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  12. Eu ainda não li “Leviatã”, mas e muito bom saber que o “Beemote” continua no mesmo nível do livro anterior. Como nunca li nada do gênero não sei o que esperar dessa série, mas espero no futuro lê-la e gostar dela como você.

    *bye*

    http://loucaporromances.blogspot.com.br/

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  13. Já vi varias resenhas do primeiro livro que ficou bem famoso em alguns blogs, e teve muitas criticas positivas, e o pessoal gostou bastante, eu já cheguei a ler uma resenha do primeiro e gostei bastante do enredo, e depois de ler essa resenha eu achei que esse segundo foi ainda melhor, espero realmente que supere minhas expectativas, pois a capa é muito linda!

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  14. Eu também amo livros que tenham guerras como plano de fundo. Eu não conhecia esse mas pela resenha eu fiquei com muita vontade de ler esse, ou melhor, começar a ler a série. Espero ficar tão surpresa quanto você quando eu ler.

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  15. Eu li sua resenha do livro anterior, Leviatã, e fiquei muito interessada na trilogia. O segundo livro parece ser muito bom, mas eu fico meio apreensiva pois não gostei da série Feios dele. Mas eu prometo dar uma outra oportunidade para o autor e vou começar por essa trilogia.
    Parabéns pela resenha.

    Jéssica - Leitora Sempre
    www.leitorasempre.com

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  16. Eu adoro livros do gênero steampunk, são alguns que nunca vou me cansar de ler. Beemote faz o meu gênero, esse mundo de mistérios e descobertas... eu amo! <3
    Eu leria o livro!

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  17. Olá Cida tudo bem, bem interessante esse gênero Steampunk até então só tinha assistido a filmes, mas livro nunca tive indicação boa para que eu pudesse ler, esse me chamou muita a atenção pelos detalhes e história, E a Capa é bem chamativa tbm me agradou muito!
    bjkas
    Dani Casquet- Livros, a Janela da Imaginação

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  18. Nossa Cida, nunca li nada do gênero. Até então só tinha escutado falar dos livros de Alma?, mas sempre morri de vontade de conferir. Na verdade, até gosto quando o autor retoma um pouco o livro anterior, levando em consideração que as sequências geralmente são publicadas sempre no mínimo 1 ano depois.. mas claro que também não podem se prender a isso né?! hehe Ótima resenha. Beijos, Mi

    www.recantodami.com

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