
Em um mundo destruído, Chito e Yuuri atravessam as ruínas a bordo de sua fiel motocicleta, buscando comida, combustível e, acima de tudo, motivos para continuar. Entre pequenos momentos de alegria e a dureza da sobrevivência, elas descobrem que mesmo na escuridão pode haver luz, desde que estejam juntas.
As Viajantes do Fim (Shoujo Shuumatsu Ryokou), de Tsukumizu, chega ao Brasil em edição dupla — reunindo dois volumes da edição original japonesa — e marca a estreia da Baú Editora. A obra será publicada completa em três volumes por aqui.
Nesta obra, que ganhou uma adaptação em anime com doze episódios em 2017, acompanhamos duas garotas viajando por um mundo destruído e gelado a bordo de uma moto Kettenkrad. Chi e Yuu não poderiam ser mais diferentes: enquanto uma é focada, cuidadosa e sempre se prepara para qualquer eventualidade, a outra vive o momento, é distraída e adora pregar peças.
As duas se completam de uma forma especial e têm uma amizade cativante e divertida. Não sei se se uniram por necessidade ou por escolha do coração. Gosto de pensar que foi a segunda opção, já que essa amizade é, claramente, o bem mais valioso que elas têm
Assim como não é claro de onde vem essa ligação entre elas, também não é revelado, neste primeiro volume, o motivo de o mundo estar destruído. As cidades são pura sucata e, com exceção de duas pessoas que as garotas encontram pelo caminho, não há mais nenhum ser humano à vista. Pelas conversas entre Chi e Yuu — que tentam compreender aqueles que vieram antes e as escolhas que fizeram — não parece ter sido um desastre apocalíptico, mas sim uma guerra provocada pelo próprio homem. As perguntas que elas levantam, tão interessantes, acabam se tornando também as nossas.
Inicialmente, o motivo de estarem sempre em viagem, sem se estabelecerem em um só lugar, não é revelado — mas, aos poucos, entendemos que essa movimentação constante tem um propósito: encontrar comida e água.
É um universo curioso que, assim como as personagens, se revela as poucos. Viajamos junto com Chi e Yuu e vivemos com elas essa grande aventura. É instigante e empolgante desvendar esse mundo e tentar entender sua formação. Não há como não pensar em estar ali um dia, quando o homem for tão longe, que destruirá a realidade que vivemos.
Reflexiva, envolvente, com uma pitada de humor e muito carisma, essa história me conquistou com facilidade e desenvolvi um carinho enorme pelas garotas. A sensação de liberdade e desapego que a leitura transmite me fez refletir sobre o que realmente importa e o que vale a pena manter. Eu amei e recomendo!
O mangá foi cuidadosamente editado e conta com uma sobrecapa reversível, trazendo as artes dos dois volumes da edição original japonesa. Esse cuidado da Baú Editora foi admirável — não estamos perdendo nada. Estou ansiosa para conferir o próximo volume!
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