[Resenha] O Massacre da Família Hope

O Massacre da Família Hope

Título Original: The Only One Left 

Autor(a): Riley Sager

Editora: Intrínseca              Páginas: 400 

Lançamento: 2024              Assassinato, Suspense, Mistério

Tradução: Renato Marques

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Em novo thriller, Riley Sager traz mistério instigante e repleto de reviravoltas sobre o assassinato sem solução de uma família. Em 1929, um crime bárbaro chocou o estado do Maine: a abastada família Hope foi brutalmente assassinada, restando apenas a filha mais velha, Lenora, que acabou se tornando a principal suspeita. Apesar de todos acreditarem que a garota foi a responsável pelo massacre, a polícia jamais encontrou provas disso. Daquele dia em diante, Lenora nunca mais falou sobre aquela noite e permaneceu isolada em Hope’s End, a famosa mansão onde o crime ocorreu. Décadas depois, quando a única lembrança do crime é apenas uma perturbadora cantiga infantil, Kit McDeere é designada como cuidadora de Lenora Hope, após a fuga da antiga enfermeira. Aos setenta anos e confinada a uma cadeira de rodas, Lenora perdeu a capacidade de falar, devido a uma série de derrames, e só consegue se comunicar com Kit datilografando frases em uma velha máquina de escrever. Até que, uma noite, Lenora escreve uma frase inesperada: eu quero te contar tudo.

Lenora Hope foi a única sobrevivente do massacre ocorrido em Hope’s End em 1929. A mãe e o pai dela morreram esfaqueados e a irmã pendurada em uma corda no lustre. Naquela noite os empregados estava todos de folga e ela foi vista como a principal suspeita. Provas não encontradas garantiram que ficasse livre, mas para todos ela foi e sempre será uma assassina. Lenora escolheu viver reclusa em sua casa na beira do penhasco, carregando nas costas as suspeitas de todos. 

Kit McDeere  é uma cuidadora desacreditada. Ela também carrega o mesmo peso de Lenora, ser suspeita de assassinato. E quis o destino que Kit fosse designada para cuidar da Lenora idosa, presa em uma cadeira de rodas e sem poder falar. No entanto, Lenora consegue usar uma mão e decide datilografar para Kit sua história. Será que ela era mesmo uma assassina?

Eu geralmente fujo dos hypes, mas esse livro meio que me perseguiu. Vi várias pessoas falando dele e acabei não resistindo, afinal adoro assassinatos misteriosos. A história me fisgou fácil e fui surpreendida não apenas com os segredos ao redor de tantas mortes, mas também pelo clima tenso e sombrio que chega a nos fazer acreditar que pode ser uma história de terror. A ambientação é muito boa (no Maine, vibe King?). A mansão de Hope’s End por si só é uma personagem: uma construção ruindo, na beira de um penhasco, com corredores inclinados e manchas de sangue por toda parte. 

Nada é entregue fácil, o autor cria uma trama cheia de segredos, personagens nada confiáveis (todos mentem descaradamente) e muitas reviravoltas. É gostoso ir juntando pistas para desvendar o que aconteceu e a alternância entre presente e passado deixa tudo mais instigante. O passado, cheio de tragédia, é mostrado de maneira muito duvidosa pois o narrador pode estar mentindo. Além disso, a forma como as coisas se desenrolam, cria bastante tensão, parece uma bomba prestes a explodir. 

A leitura é rápida, a vontade de ter respostar nos faz querer chegar logo no final, que vem cheio de plot twists e grandes revelações. Eu acertei alguns palpites, fui enganada na maioria dos casos e algumas coisas nem imaginei. Eu gostei bastante da história, só não foi nota máxima por causa das muitas reviravoltas. Algumas foram excelentes, mas foram tantas que senti que o autor exagerou na medida, algumas situações ficaram meio forçadas. 

Ainda assim, dado o meu grau de envolvimento e toda a tensão que senti, eu recomendo o livro, adoro histórias que despertam meu lado detetive. 

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