[Resenha] A Cirurgiã

A Cirurgiã
Título Original: The Surgeon
Autor(a): Leslie Wolfe
Editora: Faro                                   Páginas: 224
Lançamento: 2024                          Drama 
Tradução: Nathália Rondan
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Cirurgiã renomada, esposa amorosa e... assassina? Antes de seu mundo desabar, a doutora Anne Wiley tinha uma vida perfeita. A carreira de sucesso que sempre almejou conquistar, uma bela casa onde poderia descansar confortavelmente após um longo dia de trabalho e um marido extremamente dedicado e cuidadoso, cujo sorriso sempre a manteve segura. Até aquele momento, ela nunca tinha perdido um paciente. Mas também nunca havia operado alguém que odiava. No minuto seguinte em que declarou o óbito, toda a equipe médica na sala de operações a observou em silêncio, confusos e preocupados. O olhar de Anne transmitia medo, o coração batia acelerado e as mãos tremiam e suavam dentro das luvas. Seus doze anos de experiência são colocados sob suspeita quando é descoberto quem era o paciente que faleceu em suas mãos. Empenhada em acusar a doutora de assassinato, a promotora criminal Paula Fuselier começa a investigar. No entanto, tanto Anne quanto a promotora têm algo muito particular em comum – um relacionamento com Derreck, marido de Anne, que é candidato a prefeito, e qualquer escândalo pode prejudicar sua carreira na vida pública. Um suspense psicológico totalmente envolvente que fará você correr pelas páginas até o final.

Anne é uma bem sucedida cirurgiã, com zero perda de pacientes em seus quase quinze anos de carreira, até que chega o dia que este zero vira um. Ela fez tudo como sempre, mas no término da cirurgia, o coração do paciente não voltou a bater. 

Anne nunca olhava o rosto do paciente durante a cirurgia, mas naquele dia ela olhou. Acostumada a ver o homem, Caleb, sempre de barba e boné, se surpreendeu ao vê-lo de rosto limpo e cabeça descoberta. Então ela viu a marca de nascença dele e não pela primeira vez. A doutora levou um susto e desistiu da ressuscitação, deixando sua equipe sem palavras e surpresa. Desistiu naquela hora do paciente e ali deu um novo passo em sua carreira, um passo sem volta. O que teria levado Anne a arriscar tudo com essa atitude?

A Cirurgiã, de Leslie Wolfe, é um thriller que traz um grande dilema moral. Teria ou não a doutora razão para agir como agiu? E se ela tinha uma razão muito forte para desistir da vida de um paciente, como se ele merecesse ser punido, ela tinha o direito de aplicar essa punição?

A autora segue da fatídica cirurgia e desenvolve a partir deste momento a história, contando sobre a vida da doutora dentro e fora do hospital, mostra sua mãe viúva de um grande cirurgião (Anne seguiu os passos do pai), o marido que está concorrendo a um importante cargo político e como a decisão dela impactou em sua vida. Vamos aos poucos sabendo sobre presente e passado dessa mulher e, justamente no passado, é que reside o motivo de Anne ter feito o que fez. Isso não é um spoiler, pois o que se esconde atrás dessa morte vai além da compreensão da própria médica. 

Ela desistiu do paciente? Sim! Mas antes disso a cirurgia já havia dado errado e ela não entende a razão. Ali há segredos muito grandes, além de sua própria motivação, que vamos ter que desvendar. E para completar, um promotora de justiça descobre a falha de Anne e está determinada a destruir a médica. Não apenas por justiça, mas por muitos outros motivos. 

Prestem atenção em cada detalhe da história! Todos ali, por mais  que pareçam frágeis, doces ou gentis, são pessoas implacáveis que fazem qualquer coisa, seja por vingança ou por vantagem pessoal. São pessoas frias e posso dizer que não fui cativada por nenhuma delas. Gente assustadora!

Eu achei que seria algo simples, mas a cada página virada a história ficou mais complexa. Não esperava pelo resultado final, seja no tocante a falha na cirurgia, no tocante a promotora e seus segredos ou sobre o desfecho reservado para Anne. 

Não posso dizer que ela agiu errado em sua decisão, mas também não posso dizer que foi certo. Ela tinha sim um ótimo motivo e a lei nunca seria aplicada ali, mesmo com provas. Então ela tentou ser a justiça, a vingadora, a executora. Quem poderia julgar Anne?

Uma história intrigante e que nos faz pensar sobre certo errado. 



Um comentário:

  1. Um mistério muito instigante. Fiquei curiosa com esse thriller. Faz algum tempo que não leio um, já estou com saudades. Obrigado pela dica.

    www.vivendosentimentos.com.br

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