[Resenha] 813

813
Título Original: 813 (Arsène Lupin #4)
Autor(a): Maurice Leblanc
Editora: Zahar                        Páginas: 480
Lançamento: 2022                 Aventura, Mistério
Tradução: Jorge Bastos
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Com a Europa à beira da guerra, o ladrão de casaca vive sua aventura mais dramática em 813. Da coleção que inspira a série original da Netflix, "Lupin". O que significa o número 813 na caixa secreta de Rudolf Kesselbach, o bilionário e ambicioso rei do diamante sul-africano que acaba de ser assassinado em Paris? Surpreendido em seus planos de mestre por um inimigo invisível, cruel e particularmente perturbador, Arsène Lupin se vê encurralado e responsabilizado por três mortes. Numa implacável corrida contra o tempo, ele precisa decifrar enigmas que podem levar a Europa à conflagração de um conflito e envolvem seu arquirrival Herlock Sholmes, o kaiser alemão e o número misterioso. Com eventos situados pouco antes da Primeira Guerra Mundial e cheio de reviravoltas e revelações inesperadas, 813 é composto por duas histórias interligadas e revela um Lupin mais complexo e sombrio que o charmoso gênio do crime que conhecemos.

E lá vou eu seguindo com a leitura das aventuras de Arsène Lupin, desta vez com o volume quatro, 813. Até agora este foi o livro mais longo que li e com o tom mais sombrio.

Eu havia começado a ler 813 antes de A Agulha Oca e senti ao encontrar Lupin, que algo estava fora do lugar. O famoso ladrão de casaca, sempre tão cheio de sarcasmo, estava bem sombrio e um tanto cruel. Resolvi olhar melhor a ordem das história e percebi que deveria ler A Agulha antes para entender melhor essa transformação. 

Em A Agulha Oca, Lupin sofreu uma grande perda, posso até dizer que no jogo entre ele e Sholmes, finalmente o detetive inglês marcou ponto e isso se reflete no Lupin que reencontramos agora, quatro anos após os acontecimentos do livro anterior. 

Não que as histórias sejam sobre a mesma aventura, você consegue ler de maneira independente sem problemas. Contudo, para entender Lupin, aconselho seguir a ordem cronológica de suas aventuras.

Desta vez o ladrão, até então considerado morto, volta em busca de desvendar o segredo do projeto de um magnata de diamantes. No entanto, durante a emboscada ao magnata, o homem morre e a polícia acredita que pode ter sido Lupin o assassino. 

Isso não demora para mudar, Lupin dá golpes, mas não é assassino e logo tanto ele quanto a polícia estão atrás do verdadeiro criminoso. 

A jornada, apesar de Lupin não ser mais tão comediante e sim um tanto depressivo e melancólico, consegue ainda divertir o leitor, especialmente quando vemos as ótimas interações de Lupin com a polícia. Ele é astuto, ardiloso, sem papas na língua e faz os homens da lei de marionetes. Todos dançam conforme sua música.

Sendo ele um rei dos disfarces, ninguém sabe qual novo personagem vai representar e neste livro ele se superou, interpretando o que eu diria ser o mais ousado deles. Eu amei isso, foi uma bela reviravolta em uma trama cheia delas. Não vou contar quem ele fingiu ser, mas posso afirmar que foi brilhante. 

De todas a aventuras que li até agora, esta com certeza é a que mais tem uma abordagem politica e Lupin está bem envolvido neste cenário. Há também muitas reviravoltas e inclusive nosso ladrão será surpreendido por um novo inimigo, um quase tão esperto quanto aquele que ele enfrentou em A Rolha de Cristal

No entanto, diferente do que aconteceu neste outro livro, desta vez não achei que Lupin estava em sua melhor forma e ele foi, sim, enganado. Na verdade, se deixou enganar. A fragilidade de seu emocional, o esgotamento nervoso vindo de uma grande perda e sua vida nas sombras, cobrou seu preço e não sei se o grande ladrão de casaca voltará a ser o mesmo outra vez. 

813 é uma obra diferente das anteriores, de clima mais pesado, com um Lupín transtornado, com vislumbres de sua antiga forma, mas ainda extremamente abalado pelo que já sofreu. O final o leva para um lugar distante, dizendo que deseja um novo começo, mas não acredito que ele vá se manter longe da França e dos grandes golpes. É esperar para ver. 

Uma história intrigante do começo ao fim, com uma trama complexa de segredos políticos, assassinatos e corações partidos. 


 


8 comentários:

  1. Oi!
    Ando vendo mais comentários sobre a série de livros Arsène Lupin ultimamente, mas ainda não tinha lido que ele era um protagonista um tanto divertido e fiquei curiosa para conferir o primeiro volume!

    Beijão
    https://deiumjeito.blogspot.com/

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  2. Oie, pela evolução do personagem imaginei que teria um clima pesado em alguns momentos, e que bom que tem uma boa história. Sou doida pra conhecer o personagem.

    Bjs

    Imersão Literária

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  3. Já tenho os livros de Lupin e quero muito começar a lê-los, a série me deixou muito intrigada.

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  4. Ainda não consegui ler, mas desde já preciso dizer que adorei essa pegada do personagem estar balançado e parecendo procurar um novo começo. Acho que é isso mesmo, em uma série de livros, é preciso que o personagem mude, que amadureça ou seja afligido por seu estilo de vida.

    beijos

    https://duquesaazarada.blogspot.com

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  5. Oi Cida, tudo bem?
    Acho bacana quando os personagens evoluem ao longo da série, se tornando mais humanos e reais. Parece que isso aconteceu nesse caso, mas uma pena que tenha sido pra um lado mais "triste".
    Beijos,

    Priih
    Infinitas Vidas

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  6. É sempre uma surpresa ver um personagem que a gente acompanha já há algum tempo meio "diferente". Eu ainda não me decidi se vou me aventurar pelas histórias de Lupin, mas adoro ver tuas considerações dos livros e eu acho que esse seria um que se tornaria favorito
    https://www.balaiodebabados.com.br/

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  7. Que interessante. Eu gosto da narrativa mas nunca li nenhum livro. Interessante a evolução do personagem e me deixa curiosa para conhecer.

    www.vivendosentimentos.com.br

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  8. Oi Cida, tudo bem?
    Arsène Lupin, parece ser um personagem bem interessante. Tenho vontade de conhecer suas aventuras.

    *bye*
    Marla
    https://loucaporromances.blogspot.com/

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