[Resenha] Prazeres Violentos

Prazeres Violentos

Título Original: These Violent Delights (These Violent Delights #1)

Autor(a): Chloe Gong 

Editora: Alta Novel               Páginas: 464 

Lançamento: 2022               Romance, releitura, fantasia

Tradução: Rafael Surgek

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A releitura da clássica história de Romeo e Julieta, de Shakespeare, contada de uma forma sem igual. Uma rixa de sangue entre duas gangues deixa as ruas vermelhas, e a cidade segue indefesa nas garras do caos. No centro de tudo está Juliette Cai, de 18 anos, uma ex-melindrosa que voltou a assumir seu papel de orgulhosa herdeira da Gangue Escarlate – uma rede de criminosos muito acima da lei. Seus únicos rivais no poder são os Flores Brancas, que lutaram contra os Escarlates por gerações. E por trás de cada movimento está seu herdeiro, Roma Montagov, o primeiro amor de Juliette ... e a primeira traição. Mas quando gangsters de ambos os lados dão sinais de instabilidade, dilacerando os próprios pescoços, as pessas começam a murmurar. Sobre uma epidemia, um surto. Sobre um monstro nas sombras. À medida que as mortes aumentam, Juliette e Roma precisam deixar suas armas - e seus rancores - de lado e trabalhar juntos. Afinal, se não puderem impedir essa catástrofe, não sobrará cidade alguma para dominarem. O romance "Enemie to lovers" recorde de vendas nos EUA. O melhor livro Young Adult escolhido pela Buzzfeed em 2020. O mais pedido pelos fãs.

Prazeres Violentos, de Chloe Gong, é o primeiro volume de uma série de mesmo nome que me surpreendeu ao misturar bem romance, mistério e muita intriga.

Eu li mais motivada pela abordagem romântica e trágica, visto a obra ser uma releitura de Romeu e Julieta e acabei gostando mais pelo lado do mistério e intriga do que do romance em si.

Juliette Cai é uma herdeira da máfia de Shangai, a Gangue Escarlate. Ela tem 18 anos, mas sangue e violência fazem parte de sua vida e estão em suas mãos desde que se entende por gente. Ela é uma garota linha dura, que mata com as próprias mãos quando necessário a assusta todos aqueles que a conhecem. Bem não todos, Roma Montagov não a teme.

Roma é herdeiro de outra facção de mafiosos da cidade, os Rosas Brancas, e eternos rivais da Gangue Escarlate. 

Roma e Juliette são inimigos jurados, mas isso não impediu que um dia se apaixonassem. Infelizmente a guerra entre facções falou mais alto e Roma manchou o romance deles com sangue quando assassinou pessoas que Juliette protegia. Hoje os amantes agem com polidez quando se encontram, com ameaças veladas e mascarando o que está em seus corações.

Roma é visto pelo o pai com desprezo por ter amado Juliette. Já ela tem a confiança e orgulho do pai. Ambos sempre acreditaram que cedo ou tarde iam se matar, até que uma estranha doença aparece na cidade e começa a exterminar membros dos dois grupos. 

Não há diferença se você é um Rosa Branca ou um Escalarte, se for contaminado vai morrer. Resta agora aos dois herdeiros se unirem se quiserem salvar seu povo.

Um romance proibido assim é sempre interessante, mas já adianto que o mistério que envolve a doença e a força da personagem Juliette ofuscam totalmente o lado romântico da história. 

A ambientação da história, em meados de 1926, é o primeiro aspecto que chama atenção. A autora nos leva para Shangai e mostra uma cidade cheia de mistério e intriga que pede para ser explorada. Me senti em cada local que ela descreveu, com medo da escuridão do cais, encantada por um bar noturno e apavorada em meio de revoltas que estouravam a cada minuto. É tudo muito vivo e palpável, proporcionando uma verdadeira viagem ao leitor.

A seguir vem o clima sombrio que envolve a tal doença, que não sabemos de fato se é uma doença, uma maldição, feitiçaria ou sei lá o que. O fato é que conforme as mortes são apresentadas, a forma como ocorrem e o que as cerca, são aspectos de gelar o sangue e de acelerar o coração. 

Eu adorei ver a história começando com essa matança pois já conseguiu me prender de cara e me fazer desejar saber tudo sobre a tal praga que havia aparecido.

E se não bastasse uma boa ambientação e um bom mistério, temos uma protagonista muito badass, que rouba a cena com sua força, destemor, emponderamento, coragem e um coração de ouro. Não é por ser uma herdeira da máfia que Juliette é cruel, ainda que seja com alguns. Ela é uma pessoa que ama e luta pelo que acredita, é muito poderosa em um cenário e época que mulheres sempre são submissas.

Eu adorei essa protagonista sem frescura, sem melindres e que abalou aquela cidade do alto de seus saltos sem perder a compostura. Ela lutou, matou, investigou e se manteve firme. Só acho que acabou confiando demais em certas pessoas e estou aguardando no próximo volume que ela vá ser traída por alguém em quem confiou e não é de Roma que estou falando.

O fato é que querem a cadeira dela como herdeira dos Escarlates e sua força gera inveja demais nos que a cercam.

Sobre ela e Roma, ambos dançam todo o tempo ao redor do que sentem, mas nunca perdem o foco no que importa, que é descobrir o que está matando as pessoas de maneira tão brutal. 

Eles são uma delícia de ver trabalhando juntos, pois ambos são inteligentes e batalhadores. E não estão sozinhos nesta empreitada. Roma tem dois amigos que adorei e queria um livro só deles. Juliette tem uma prima muito esperta. Todos são personagens cheios de camadas, que vamos conhecendo aos poucos.

Achei a resolução do mistério bem inteligente, mas acredito que este desafio não acabou ali para Roma e Juliette. Para mim a ameaça foi apenas pausada, mas vai vir com força maior. Além disso os dois estão em vias de perder o posto de herdeiros e ainda vão ter que decidir se enfrentam o mundo para viver seu amor proibido.

Eu curti demais e estou ansiosa para ler a continuação. É uma história cheia de ação, de emoção e diferente de tudo que li. Recomendo . 

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