[Resenha] Ecos

Echo

Título Original: Echo

Autor(a): Pam Muñoz Ryan

Editora: Darkside                 Páginas: 360

Lançamento: 2017               ISBN:9788594540409

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Ecos, da premiada escritora norte-americana Pam Muñoz Ryan, é uma fábula como há muito não se via – ou se ouvia. Um conto de fadas dark, que resgata o melhor da tradição dos irmãos Grimm, combinado com delicados momentos do século XX, como as duas grandes guerras e a Depressão econômica que assolou os Estados Unidos nos anos 1930. O resultado é uma fantasia histórica repleta de perigos e beleza, emoldurada pelo poder da música. A aventura começa cinquenta anos antes da Primeira Guerra Mundial — “a guerra para acabar com todas as guerras” —, quando o pequeno Otto se perde na Floresta Negra e encontra as três irmãs encantadas, prisioneiras de uma velha bruxa, que conhecia apenas das páginas de um livro, e acreditava ser apenas uma lenda. Como em um passe de mágica, as irmãs ajudam o garoto a encontrar o caminho de casa. E Otto promete libertá-las, levando o espírito das três dentro de uma inusitada gaita de boca. Ao longo dos anos, o instrumento chega à mão de novos donos: um menino que vê o sonho de se tornar músico interrompido pela ascensão do nazismo; um jovem pianista prodígio que vive num orfanato e luta para não ser separado do irmão caçula; uma filha de imigrantes mexicanos que cuidam de uma casa de japoneses enviados a um campo de concentração dentro dos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial. Personagens com dramas diferentes, mas um amor transformador pela música. Cada um à sua maneira, eles são afetados pela magia das três irmãs. Assim como os leitores do livro em todos os países em que ECOS foi lançado. Prepare-se para também ser arrebatado e enfeitiçado por essa fábula harmônica.

Ecos, de Pam Muñoz Ryan, é um livro com uma história contada de maneira diferente. E é exatamente por isso que surpreende o leitor. 

Eu tinha o livro aqui em casa faz um tempo e quando escolhi os livros dos meu projeto de leituras de 2020, achei que seria o momento ideal para ler uma obra que sempre é muito elogiada. Eu não esperava encontrar o que encontrei.

Ecos não é uma história única, ainda que de fato seja. Ficou confuso, não é? Então deixa eu tentar explicar. A obra começa com uma história que é puro contos de fadas e depois este conto se conecta com um garoto na vida real. Desta forma duas histórias se tornam uma e trazem um desafio, desafio este que nas páginas seguintes não é mencionado e algo novo começa.

A autora então nos leva para a Alemanha nazista e como Hitler estava mudando o modo de pensar e viver dos alemães. Neste cenário conhecemos um garotinho que ama música do fundo do coração e tem uma visão desta arte sem igual. No entanto, a situação atual de seu país se infiltra em sua vida e ele e a família precisam se proteger para sobreviver. No momento crucial desta jornada, viramos a página e… Uma outra história se apresenta.

Desta vez vamos para os EUA e conhecemos dois irmãos apaixonados por música, que sonham poder usar esta arte para escapar de dura vida de órfãos. Os dois passam por momentos complicados e quando parece surgir uma luz no fim do túnel, ou não… Na hora de revelar a verdade, outra história começa.

E ainda nos EUA conhecemos uma jovem que se vê tendo que abrir mãos de seus sonhos para seguir a família na busca de uma vida melhor. Ela acaba se deparando com muito preconceito no caminho, injustiças e o medo de perder quem ama na guerra que se desenrola no mundo. Na música ela busca conforto, mas parece que algo ruim vai bater em sua porta. Será?

Eu não quis falar muito sobre cada história, mas o fato é que são com pessoas diferentes, em locais diferentes e acontecem em intervalos de anos entre uma e outra. O que há em comum entre todas é a música e uma gaita.

Admito que não estava entendendo bem esta mecânica de pular de uma história para outra e de fato o momento que a autora resolveu fazer isso é muito curioso, pois é sempre no ponto crucial de cada uma, nos levando a tirar certas conclusões. 

Eu segui lendo, curiosa demais com o que ia encontrar no final e como tudo isso ia se ligar. Meu coração estava apertado, pois todas as histórias são muito tristes e trágicas, e não saber o que aconteceu com cada personagem é uma tortura.

E então vem a mágica. Pam Muñoz Ryan costura a colcha de retalhos e apresenta um cenário de tirar o fôlego, de fazer algumas lágrimas rolarem. A engenhosidade que ela teve para concluir a obra e unir todas estas jornadas foi bem executada e me fez ver que nada do que eu imaginei estava correto, que algo melhor me aguardava no final.

Não dá para contar nada especifico sobre cada personagem e jornada, só digo que é uma aventura ler e descobrir. Acho que vocês deveriam experimentar esta leitura um tanto diferente e muito especial. Recomendo! 

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