[Resenha] Escândalo de Cetim

Escândalo de Cetim

Título Original: Scandal Wears Satin (The Dressmakers #2)

Autor(a): Loretta Chase

Editora: Arqueiro                 Páginas: 272

Lançamento: 2016               ISBN:9788580416398 

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Irmã do meio entre as três proprietárias de um refinado ateliê de Londres, Sophia Noirot tem um talento inato para desenhar chapéus luxuosos e um dom notável para planos infalíveis. A loura de olhos azuis e jeito inocente é na verdade uma raposa, capaz de vender areia a beduínos. Assim, quando a ingênua lady Clara Fairfax, a cliente mais importante da Maison Noirot, é seduzida por um lorde mal-intencionado diante de toda a alta sociedade londrina, Sophia é a pessoa mais indicada para reverter a situação. Nessa tarefa, ela terá o auxílio do irmão cabeça-dura de lady Clara, o conde de Longmore. Alto, musculoso e sem um pingo de sutileza, Longmore não poderia ser mais diferente de Sophia. Se a jovem modista ilude as damas para conseguir vesti-las, ele as seduz com o intuito de despi-las. Unidos para salvar lady Clara da desonra, esses charmosos trapaceiros podem dar início a uma escandalosa história de amor... se sobreviverem um ao outro. Em Escândalo de Cetim, segundo livro da série As Modistas, Loretta Chase nos presenteia com um dos casais mais deliciosos já descritos. Além de terem uma inegável química, Sophia e Longmore são divertidos como o rodopiar de uma valsa e sensuais como um corpete bem desenhado.

Escândalo de Cetim é o segundo volume da série As Modistas, de Loretta Chase, publicada no Brasil pela Editora Arqueiro.

Nesta série temos um trio de talentosas mulheres que sonha em vestir a sociedade londrina com os mais belos vestidos já vistos. Nossas modistas, também conhecidas como a loira, a ruiva e a morena ou ainda as três bruxas ou as três messalinas francesas,  são na verdade as irmãs Noirot.

Marcelline, Sophia e Leonie descendem de uma linhagem que mistura vigaristas e aristocratas, pode-se até dizer aristocratas vigaristas, e tentam a todo custo se desvincular dos antepassados. Deixaram a França rumo a Inglaterra para vencer no mundo da moda e nesta empreitada maluca Marcelline até ganhou o coração de um duque (Sedução da Seda). Agora temos Sophia, um conde na jogada e cheiro de romance no ar.

Sophia não possui o talento para criar vestidos de Marcelline, nem tampouco a cabeça para números de Leonie. Ela é boa em criar chapéus, se disfarçar e escrever. A jovem trabalha durante o dia na loja com as outras e a noite vira um personagem e invade as mais badalas festas em busca de boas fofocas para um jornal local. Ela até acredita que passa despercebida, mas há um jovem que a notou e a cada dia esta mais fascinado por ela. Harry, conde de Longmore, adoraria descobrir a mulher por trás de tantos disfarces.

Eu adoro os livros de Chase e suas mocinhas são sempre as melhores. Nada afetadas e debutantes em busca de marido. As garotas aqui são independentes, trabalham fora e sabem se defender. Não esperam por um príncipe encantado, mas por um amor que valha a pena e, acima de tudo, que as respeite a aceite como são, donas de personalidade indomável.

As irmãs não deixam a desejar nesse quesito e embora Marcelline tenha uma presença mais marcante que Sophia, nossa protagonista atual se revela uma mulher criativa, bem humorada, ousada e otimista. E ela vai usar todas essas qualidades para ajudar uma amiga que caiu em desgraça por pura inocência. Clara Fairfax é a melhor cliente da loja e adivinha irmã de quem? De Longmore, é claro!

E a missão “salvar Clara de um casamento desastroso” é o que permite Longmore ficar perto da mulher que o fascina. E ele que esbanja charme e um temperamento explosivo, mexe com Sophia de um jeito meigo, cativante e doce. Assim o romance que vai surgindo de uma convivência inusitada, se torna mais sólido a cada página e nos faz acreditar que toda panela tem sua tampa.

A relação deles é bem fácil em partes, embora as diferenças de classe assombrem a moça e ela seja teimosa o bastante para se deixar abalar por um homem. O maior problema de trama não é entre eles -  o que achei bem diferente -, é mesmo a questão de Clara.

A autora trabalha  ao mesmo tempo duas jornadas - a do casal e de Clara –, e ouso dizer que a irmã de Longmore vem marcando presença desde o volume anterior e  minha curiosidade sobre seu destino só aumenta. Ela acaba roubando a cena muitas vezes e ganhando mais destaque que Sophia.

É uma história leve, divertida e cheia de momentos comoventes. Não apenas o casal mexe com nossas emoções, a relação de ambos com suas respectivas famílias é linda e a forma com todos os personagens têm espaço garantido na trama só contribui para que a história não seja apenas um romance e sim algo bem mais empolgante. Além disso ressalta como não era fácil uma mulher ser dona do próprio nariz em meados de 1835.

É difícil não gostar dos personagens e em cada volume temos uma criança traquinas para garantir risadas. Os adultos também são bem peraltas e, ver as loucuras que Sophia e Longmore mergulham, nos fazem vibrar. O casal é fofo. Ele é o romântico da dupla. Tão lindo!

A série continua empolgante. No próximo volume – Volúpia de Veludo - teremos a terceira Noirot em cena e estou curiosa para saber como a mocinha dos números vai perder o prumo e errar as contas. E Clara vem por último em Romance Entre Rendas.

Vigaristas, fofocas, golpes, disfarces, planos mirabolantes, lindos vestidos, mães rabujentas, mocinhas destemidas, mocinhos deliciosamente irresistíveis e muita confusão. A Inglaterra nunca mais foi a mesma depois da chegada das Noirot. Não deixem de ler.

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