O Herói Improvável da Sala 13B
Título Original: The Unlikely Hero of Room 13B
Autor(a): Teresa Toten
Editora: Bertrand Páginas: 320
Lançamento: 2016 ISBN: 9788528620603
Um livro repleto de momentos de profunda emoção e outros de inesperado humor, que explora as complexidades de viver com TOC e oferece perspectivas de esperança, felicidade e cura Adam Spencer Ross, 14 anos, precisa lidar todos os dias com os problemas que resultam do divórcio dos pais e das necessidades de um meio-irmão amoroso, mas totalmente carente. Acrescente os desafios de seu TOC e é praticamente impossível imaginar que um dia ele se apaixonará. Mas, quando conhece Robyn Plummer no Grupo de Apoio a Jovens com TOC, ele fica perdida e desesperadamente atraído por ela. Robyn tem uma voz hipnótica, olhos azuis da cor do céu revolto e uma beleza estonteante que faz o corpo de Adam doer. Adam está determinado a ser o Batman para sua Robyn, mas será possível ter uma relação “normal” quando sua vida está longe de ser isso?
O Herói
Improvável da Sala 13B, de Teresa
Toten, publicado pela Bertrand
Brasil, é uma história sobre TOC, mas também é sobre se
apaixonar pela primeira vez. É sobre contrariar uma pessoa que amamos pelo seu
próprio bem. É sobre confortar alguém, quando nós também precisamos ser
confortados. É sobre superação e generosidade.
Este foi um livro que mexeu comigo. Sei que
em alguns momentos a autora poderia ter explorado melhor alguns dramas e menos o
romance, mas ainda assim a história num todo foi forte e me deixou angustiada
várias vezes.
Adam Spencer
Ross sofre de transtorno obsessivo
compulsivo, mais conhecido como TOC e frequenta um grupo de apoio onde há outros
jovens que têm diversos tipos de problemas além deste, desde hipocondria até
bulimia. Para ele são apenas reuniões sem muita novidade até o dia que chega uma
nova paciente, Robyn Plummer, e Adam se apaixona.
Determinado a conquistar Robyn ele resolve
se curar. Quer ser o herói daquela menina linda, que para ele precisa de muito
apoio. Neste processo os dois se aproximam, tornam-se grandes amigos e ela vai
melhorando gradativamente enquanto ele… bem... a cada dia Adam fica pior.
O transtorno de Adam é algo difícil de
aceitar, não que eu tenha preconceito ou acredite que ele esteja exagerando, mas
é que observando cada um dos aspectos da vida do garoto eu acho que a família
colocava pressão demais sobre ele, de forma que o gatilho para tanta emoção
reprimida e tantos segredos para guardar explodiram na forma do TOC. A cada vez
que a mãe (que é totalmente problemática) o faz jurar que não contará para
ninguém sobre sua mania de perseguição e de acumular coisas, você vê que ele
adquire novas dificuldades para lidar com o que o cerca, especialmente cruzar
portas.
Que doloroso foi vê-lo com seus rituais para conseguir entrar em
diversos locais, mas meu coração doeu demais quando Adam não conseguiu entrar na
própria casa e sentiu se humilhado ao bater na porta da vizinha e pedir para
usar o telefone e chamar o pai.
E se não bastasse a mãe que me revoltou,
temos um pai ausente e sem noção de nada. Caramba! Como ele não via que a
ex-mulher não tinha condições de criar o filho? E ainda temos o “Docinho”,
meio-irmão caçula de Adam com sérios problemas de ansiedade que todo mundo
achava que deveria ser o centro das atenções e por isso sempre que ele tinha uma
crise o Adam era obrigado a ficar de babá do moleque. Sério gente? Esta
família egoísta me deixou muito brava.
E o Adam é tão generoso e gentil. Não
apenas com a mãe, o irmão e a Robyn, mas com cada um dos membros do seu grupo.
Ele era aquela pessoa para ser salva, mas acabou ajudando os outros muitas
vezes, por isso foi, sim, um herói improvável em todos os sentidos.
O romance com a Robyn ganha destaque mais
do que o problema dele com a mãe e acho que aqui a autora poderia ter conduzido
a história de maneira diferente, já que a questão da mãe era muito séria e
merecia mais destaque. O desfecho para este assunto foi bem simples também. Mas
embora neste aspecto eu tenha sentido falta de algo, posso afirmar que no
quesito mostrar o agravamento da doença de Adam, a autora foi fundo. É pesado,
apelando para nossa compaixão. Senti uma agonia imensa com cada episódio dele e
dei paradas estratégicas na leitura, mesclando com outro livro, para depois
retomar. Era como se fosse eu sufocando no medo dele. Gente, foi uma sensação
complicada. Fazia tempo que não sentia tanta pena de um personagem.
Então, pela primeira vez desde que aquele homem era um menino, Adam Spencer Ross se sentou bem na beira de sua cama, naquele quarto muito claro, e chorou.
A narrativa é fluida, porém dramática e por
isso algumas vezes a história é dinâmica e em outras tem um ritmo mais lento.
Em determinados momentos tive a sensação de
ter aqui uma visão pouco confiável e acreditei que havia algo ali que não estava
sendo mostrado como era e sim de maneira distorcida com o intuito de nos
enganar, mas uma coisa foi óbvia, estávamos em contagem regressiva para Adam
surtar.
Eu não sei como é o tratamento de uma
pessoa com TOC. Mas será que a pessoa fica tão por conta própria como Adam
ficou? Dosando os remédios sozinho, vivendo de maneira totalmente
independente? Não sei. Acredito que a família dele era ausente e
descuidada, pelo menos pra mim que tenho uma mãe super presente e cuidadosa, que
se preocupa muito e ainda acha que nós aqui em casa não crescemos totalmente, é
triste ver alguém tão solitário.
Em suma, O
Herói Improvável da Sala 13B é sobre crescer, ter coragem para
enfrentar dificuldades e medos e, acima de tudo, para mostrar como transtornos
psicológicos não podem ser tratados com leviandade, são problemas sérios cada
vez mais frequentes entre os jovens e também entre os adultos, que precisam ser
tratados, não ignorados ou vistos como frescura.
Ainda temos pessoas que consideram que
depressão não é doença, assim como TOC e afins, mas são e devem
ser tratados como tal. Que esta leitura sirva para alertar os pais sobre dar
atenção aos comportamentos estranhos dos filhos e, para os filhos, que vejam que
podem e devem pedir ajuda. Não guardem o mundo dentro de si.
a trama parece ser bem legal e que desperta vários sentimentos, né Cida? fiquei bem curiosa!
ResponderExcluirhttp://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/
Amei o enredo e já quero ler, vou colocar na lista de livros
ResponderExcluirUrgentes, fiquei muito curiosa.
Bjs!
Refúgio da Ju
Oi, Cida
ResponderExcluirEssa é a terceira resenha que leio desse livro e você é a primeira a elogiá-lo em sua maior parte. As outras se concentraram nessas partes que foram menos exploradas e que, na opinião delas, eram mais importantes. Então sua resenha me fez olhar com mais carinho para o livro. E que família, hein? Coitado dele! =/
Beijo
- Tamires
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Nossa! Fazia tempo que uma resenha mudava tão completamente minha visão sobre um livro em apenas um paragrafo. Passei longe desse livro, não fazia ideia sobre as coisas sobre as quais ele falava. Agora tenho a impressão que preciso ler esse livro, essa temática me atrai por viver essa vida de professora sempre cercada por adolescentes vivendo histórias difíceis como a do Adam e precisando de um apoio moral que as vezes, honestamente, não sei como dar.
ResponderExcluirPandora
O que tem na nossa estante
Olá, Cida.
ResponderExcluirEu li algumas resenhas desse livro e parece que o pessoal não gostou muito. Eu já li dois livros que falam sobre TOC e infelizmente não gostei tanto assim. Me interessei por esse, mas já estou odiando essa mãe dele antes de começar a ler hehe.
Blog Prefácio
Nossa, não dava nada pelo livro... Estou chocada!!
ResponderExcluirAmei esse drama todo! Muito amor!!
Resenha maravilhosa!!
Bjks
Lelê
Oie Cida =)
ResponderExcluirAcredito que o que faltou para esse livro dar super certo, foi a autora não ter se aprofundado mais nas questões familiares e ter dado mais atenção ao romance.
Senti falta de uma maior desenvolvimento em especial da relação do Adam com a mãe dele. O livro é leve e super bem escrito, mas realmente ao final fiquei sentindo que ficou faltando alguma coisa.
Beijos;***
Ane Reis.
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