[Resenha] A Longa Marcha

A Longa Marcha
Título Original: The Long Walk
Autor(a): Richard Bachman
Editora: Suma                        Páginas: 288
Lançamento: 2023                 Suspense, Distopia
Tradução:  Regiane Winarski
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Contrariando a vontade da mãe, o jovem Ray Garraty está prestes a participar da famosa prova de resistência conhecida como A Longa Marcha, que presenteia o vencedor com “O Prêmio” ― qualquer coisa que ele desejar, pelo resto da vida. No percurso anual que reúne milhares de espectadores, cem garotos devem caminhar por rodovias e estradas dos Estados Unidos acima de uma velocidade mínima estabelecida. Para se manter na disputa, eles não podem diminuir o ritmo nem parar. Cada infração às regras do jogo lhes confere uma advertência. Ao acumular mais de três penalidades, o competidor é eliminado ― de forma “permanente”. E não há linha de chegada: o último a continuar de pé vence.

A Longa Marcha é o primeiro livro de King que leio escrito sob o pseudônimo de Richard Bachman e independente do nome que conste na capa, King consegue criar uma história que assusta de alguma forma e deixa o seu leitor fiel angustiado. 

O que senti de diferente nesse livro, comparado aos que ele assina como Stephen King, foram os detalhes. A história desta obra é mais ativa do que descritiva e você vai ter que entender o cenário, a realidade e a mecânica das coisas conforme vai lendo. 

A história é ambientada em um mundo distópico, onde cem jovens são colocados em uma prova de resistência conhecida como Longa Marcha. Eles vão caminhando por várias cidades americanas sem parar, sem poder diminuir o ritmo e quem ousar tomar uma dessas atitudes, é fuzilado pelo exército que os escolta em todo o trajeto. Aquele que chegar no final será o vencedor e receberá um grande prêmio. 

Ray Garraty é o protagonista e um dos participantes e seguimos com ele nessa caminhada. De começo não entendemos bem como tudo funciona, mas conforme a marcha avança e vamos conhecendo Ray e os competidores, as respostas das perguntas chegam para o leitor. 

Claro que ser executado por si só é chocante, mas mais chocante que isso é ver o estado físico e mental de cada um daqueles garotos se deteriorando. É angustiante ver como cada um deles começa firme e forte e vai desabando. A execução deles nem choca tanto quanto o estado que eles ficam antes deste momento. Lembrem que não é permitido para por nada, então imaginem passar dia e noite caminhando sem trégua, comendo enquanto anda, se aliviando, adoecendo, surtando, fazendo amizades, desabafando e tentando entender a vida... É uma tortura.

E King ou Bachman, como você preferir, mostra a verdade nua e crua desse trajeto, mexendo com os nervos dos competidores e com os nossos. 

É um livro que prende fácil. Você segue querendo saber quem vai sobreviver e o que vai acontecer no trajeto. Quer conhecer mais dos personagens e o que os motivou a ir marchar. Em cada página o ser humano surpreende o leitor, seja pela plateia ensandecida que vibra com uma competição absurda que tira vidas, seja com cada competidor indo além de suas forças para seguir em frente. É uma prova de fogo e de vida.

Um alerta para evitar surpresas e incômodos. O livro foi escrito em 1979 e em alguns momentos King pesa a mão na forma como os rapazes falam das mulheres. Não é algo que toma a história toda, são comentários aqui e ali, mas existem. Os caras enxergam as mulheres de maneira meio que vulgar e como existindo apenas para seu prazer, para sexo. 

Acredito que hoje em dia o autor pensaria duas vezes antes de colocar um mulher nesta posição sem voz, vide Holly que li faz pouco tempo e sua protagonista é a estrela do show e muito respeitada. Atribuo este aspecto de A Longa Marcha ao tempo que foi escrito o livro, em uma época de pensamentos retrógrados. É o único ponto da história que não envelheceu bem, mas nem por isso a faz ser menos interessante de ler. Faz parte do cenário da época. 

King é um homem de ideias insanas, fico aqui imaginando se ele sonha essas histórias malucas ou se as cria em pleno juízo e acordado. Seja como for, outro livro com história envolvente e que me prendeu até o final. Quero ler outras histórias de Richard Bachman.



7 comentários:

  1. Eu ainda não tive a oportunidade de ler nenhum livro do King, mas já assisti algumas adaptações de suas obras e lembro como eu ficava completamente apavorada.
    Não sei dizer se era o filme que dava medo ou ideia que dava medo e eu imaginava as coisas piores do que eram
    Espero que em algum momento tenha a oportunidade de ler

    beijos

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  2. Eu nunca li um livro do King, acredita? Mas esse me chamou atenção, pois eu já fiquei agoniada só de pensar em cem jovens caminhando, literalmente, sem parar até a linha de chegada, =s.
    Bjks!

    Mundinho da Hanna
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  3. Oi Cida! Nossa eu estou bem atrasada nas minhas leituras do King, mas é bom saber que o livro envelheceu mal, assim já vou com minhas expectativas alinhadas rsrsrs

    Bjs, Mi

    https://nanossaestante.com.br/

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  4. Oieee Cida, tudo bem?
    Te falar que não sabia que este livro era do King?! Depois desta sua resenha já quero ler para ver a diferença na escrita dele, pois amo demais todos seus livros.
    Beijinhos, Tham
    4 You Books Mania

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  5. Oi
    só de ler a resenha já me da agonia, de pensar nos personagens correndo sem parar, nem para dormir por dias, deve ser angustiante, mas fiquei curiosa para ler.

    https://momentocrivelli.blogspot.com/

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  6. Oi Cida, tudo bem?
    Toda a ideia de caminhar sem parar, parece ser assustadora, mas ainda assim fiquei curiosa para saber o desfecho da trama. Que bom que curtiu a leitura!!


    *bye*
    Marla
    https://loucaporromances.blogspot.com/

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  7. Oi Cida, se sua resenha descrevendo a história já me prendeu, imagina o livro. Fiquei curiosa tanto para saber como alguém consegue vencer essa caminhada. O engraçado é que ela parece um paralelo de nossa própria vida, pois, aconteça o que acontecer, coisas boas ou ruins, temos que continuar caminhando, com dias de 24 horas, temos paradas em tempos específicos para descansar, mas mesmo assim as horas não param de passar. A marcha do tempo é constante nos conduzindo a um fim. Acho que esse livro vai pra minha lista de leitura! Hahaha

    Até breve;
    Helaina (Escritora || Blogueira)
    https://hipercriativa.blogspot.com (Livros, filmes e séries)
    https://universo-invisivel.blogspot.com (Contos, crônicas e afins)

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