Às vezes é preciso fazer uma longa viagem para descobrir aquilo que está perto de você. O gato Nana está viajando pelo Japão. Ele não sabe muito bem para onde está indo ou por que, mas ele está sentado no banco da van prata de Satoru, seu dono. Lado a lado, eles cruzam o país para visitar velhos amigos. O fazendeiro durão que acredita que gatos só servem para caçar ratos, o simpático casal dono de uma pousada que aceita animais, e o marido abandonado pela esposa que ama animais. Mas qual é o motivo dessa viagem? E por que todos estão tão interessados em Nana e Satoru? Ninguém sabe muito bem o que está acontecendo e Satoru não diz nada, mas quando Nana descobrir o motivo da viagem, seu pequeno coração passará por uma das mais difíceis provas de suas sete vidas. Narrado em vozes alternadas, esse romance emocionante e divertido nos mostra um jovem de grande coração e um narrador-gato muito esperto, numa amizade que desafia as fronteiras de um país e da própria vida.
Desde que descobri escritores asiáticos, estou sempre em busca de mais obras japonesas, coreanas e chinesas. Quando vi que Relatos de um Gato Viajante trazia um gato como narrador principal, soube que precisava ler — afinal, também sou apaixonada por gatos. A Companhia das Letras gentilmente disponibilizou o e-book e, assim, mergulhei nessa história tão encantadora, doce e emocionante.
Nana é um gato de rua que dorme em cima de um carro e é alimentado pelo gentil Satoru. Um dia, ao ser atropelado, é justamente o rapaz quem o socorre e, ao final do período de recuperação, decide adotá-lo.
Durante cinco anos, os dois se tornam companheiros inseparáveis. Porém, um dia, Satoru embarca em sua van e parte em viagem pelo Japão em busca de alguém para adotar Nana. Nessa viagem, além de cruzarmos cidades e belas paisagens do país, também conhecemos os amigos que Satoru fez ao longo da vida e podemos conhecer sua trajetória desde a infância.
A vida de Satoru teve tragédias, mas isso não o tornou um rapaz amargo ou sofredor. Pelo contrário: ele sempre foi gentil, bom amigo e procurou ver o melhor lado de cada acontecimento. Sim, ele sofreu, mas soube encontrar a felicidade onde podia.
Nana faz parte dessa felicidade. Pelos relatos do gato — cheios de espirituosidade, bom humor e uma relutância divertida em admitir o quanto ama o dono — percebemos o laço profundo entre os dois e como conseguem se comunicar, mesmo sendo de espécies diferentes. A conversa entre eles é de coração para coração, e justamente por isso a decisão de Satoru de doar Nana soa tão surpreendente e intrigante para o leitor.
O começo da história é divertido e leve, mas, à medida que a narrativa revela a trajetória de Satoru, somos conduzidos a momentos que apertam o coração — alguns bem tristes, mas também outros belíssimos, em que amizades e boas relações preenchem a narrativa. Sentimentos agridoce nos invadem. É uma história que reflete a vida real, mostrando que nem tudo são flores e amores, mas que, em sua essência, uma vida bem vivida é sempre um tesouro.
Esse livro celebra a vida. Cada recordação do passado e as semente que Satoru plantou no coração das pessoas resultam em uma colheita magnífica no presente. E, quando enfim entendemos o motivo de Satoru querer doar Nana, nosso coração é estilhaçado. Eu fiquei impactada e terminei a leitura em lágrimas — algo que não me acontecia há muito tempo com nenhum outro livro.
Que história maravilhosa, envolvente e tocante! Quem ama animais de estimação vai se pegar imaginando se seu pet também pensa sobre você como Nana. E quem ainda não tem um bichinho, vai ser contagiado pela vontade de ter um ao seu lado. Eu amei do começo ao fim, e recomendo a todos que não abrem mão de uma boa história de amor — nesse caso, entre um humano e seu gato.
Mais uma sugestão que vou levar!
ResponderExcluirBjxxx,
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Oi!
ResponderExcluirJá tinha ouvido falar bem por cima desse livro e parece uma leitura bem aconchegante, vira e volta também gosto de embarcar em leituras de autores asiáticos.
Beijão
https://deiumjeito.blogspot.com/
Eu chorei tanto quando terminei a leitura desse livro! Como você disse que é muito tocante. Satoru é uma pessoa iluminada e Nana é um gatinho muito querido também.
ResponderExcluirOi Cida, desde que descobri os autores asiática esse tipo de narrativa agridoce sobre a vida e as relações humanas chamou minha atenção. Ainda não conhecia esse livro, mas pelo tanto que você gostou, fiquei curiosa para me aventurar.
ResponderExcluirTenha uma boa semana!
Helaina (Escritora || Blogueira)
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