[Resenha] Todas as Suas (Im)Perfeições

Todas as Suas (Im)Perfeições
Título Original: All Your Perfects
Autor(a): Colleen Hoover 
Editora: Galera Record         Páginas: 304
Lançamento: 2019               ISBN: 9788501117687
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Uma história de amor perfeita é suficiente para manter vivo o casamento entre duas pessoas imperfeitas? Quando a dança começa, a sincronia é perfeita, os passos seguem o ritmo, as mãos não se soltam, os olhos jamais se deixam. Mas a música pode acabar a qualquer momento... É possível valsar no silêncio? Quinn e Graham se conhecem no pior dia de suas vidas; ela chega mais cedo de uma viagem para surpreender o noivo, ele testemunha a traição da namorada. E é assim que ambos acabam no corredor de um prédio, trocando confidências, biscoitos da sorte e palavras de conforto. Fim da dança... se o destino não tivesse outros planos para os dois. Meses mais tarde, os acordes tocam para o casal mais uma vez e eles se reencontram. Graham está convencido de que são almas gêmeas. Quinn jamais se sentiu dessa forma antes. A intensidade do sentimento os assusta, mas, ainda assim, eles mergulham de cabeça. O casamento é tudo o que sonhavam, a parceria perfeita. Mesmo nos momentos difíceis, sabem que podem contar com o outro. Nenhum deles desiste do amor que sentem. Até que a primeira nota dissonante abala a sinfonia do casal. Quinn parece estar disposta a trocar tudo o que é pela única coisa que não consegue ser: mãe. A luta do casal por um filho arrisca os alicerces da relação. Quinn não pode engravidar. Graham não é um candidato para adoção por conta de um erro do passado. O impasse os deixa parados no salão, no silêncio. A orquestra está em suspenso. Os dois parecem surdos para a música do amor de ambos. Será que é possível voltar a ouvir? A dançar? Ou será que vão descobrir a mais triste verdade de todas... que, às vezes, apenas amar não é o bastante?
Colleen Hoover é uma autora que escreve histórias muito boas e seus livros sempre me deixam emocionada. Já chorei lendo vários e os guardo com carinho. No entanto, Todas as Suas (Im)Perfeições foi um livro que relutei muito para ler.

O motivo tem a ver comigo e não com as críticas que li da obra, afinal ele é muito elogiado e isso seria fator decisivo para me convencer, mas há um elemento nesta história que me afastou de começo, já que não é algo que faça sentido para mim.

Só que eu decidi ler, arrisquei por confiar na Coho e não me arrependi. Esta história é linda e muito envolvente.

Quinn e Graham se conheceram em uma situação estranha, ambos flagrando seus respectivos pares os traindo e, apesar do clima péssimo, algo amigável surgiu entre eles. Passado alguns meses, um reencontro lhes mostra que há uma atração inegável ali e não demora para que ambos se aproximem e se vejam como almas gêmeas.

Nasce uma relação cúmplice, respeitosa e de muitas afinidades. Não há quem não veja que aqueles dois são perfeitos juntos (exceto a mãe dela, mas isso não é de surpreender) e a gente acredita em um conto de fadas em andamento, até que a impossibilidade de Quinn ser mãe traz uma sombra para os dias ensolarados do casal.

Coho vai nos mostrando a história de Quinn e Graham alternando os capítulos entre passado e presente e assim vamos vendo como se apaixonaram e como o casamento ruiu. Nem dá para acreditar que todo aquele amor não foi suficiente anos depois para manter a felicidade de ambos, mais especificamente a dela.

De cara, os capítulos do passado narrando o inicio do relacionamento me cativaram mais e eu estava totalmente encantada pelos dois, feliz demais de ver algo tão lindo. Por isso os capítulos dos dias atuais só foram me fazendo ficar triste e sentir muita pena.

Eu sei que muitas mulheres sonham com a maternidade, mas eu não vejo isso na minha vida e nem almejo algo assim para mim. Desta forma, este era o motivo que estava me deixado receosa em fazer a leitura, pois acreditava que fosse perder completamente a paciência com uma história de uma mulher que só queria ter filhos.

Não vou dizer que entendo Quinn ou mesmo que acho que a forma que ela tratou Graham foi legal, na verdade eu acho que ela não merecia todo aquele amor dele depois de agir como agiu. Eu não consigo ver sentido em jogar fora algo tão valioso como o que eles dividiam, da forma como ela jogou e ainda agir como se ele, em partes, fosse culpado.

Eu entendo que o gosto do fracasso pode deixar a pessoa amarga e foi olhando por este lado que tentei entender Quinn. Não que eu ache que ela era um fracasso por não poder ser mãe, acho que isso não é fator que determine sucesso de nenhuma mulher, mas como ela via assim, encarei com seus olhos.

Gostei de Quinn? Não totalmente, eu gostei da garota do antes, aquela otimista que casou com Graham. A Quinn do depois só me deixou triste. Já o Graham, apesar de um acontecimento especifico, não foi uma pessoa que veio a me decepcionar e todo o momento foi ele que me prendeu no livro, que me fez sentir os sentimentos saindo das páginas e me emocionando com suas atitudes.

Coho sabe como tirar do papel as emoções e fazê-las envolver o leitor. Eu fui absorvida pelo que estava acontecendo na trama e a cada página fiquei mais ansiosa para saber onde esta história iria terminar. Há pequenos enigmas que vão surgindo, incluindo uma caixa de madeira fechada, que atiçam a curiosidade e precisam fazer sentido.

É uma história bonita sobre amor, mas acima de tudo sobre fazer este amor sobreviver ano após ano e entender que nem sempre isso basta para manter duas pessoas juntas. O casamento de Quinn e Graham mostra que ainda que ambos se amassem, eles precisavam de mais para ficarem juntos. Precisavam não cair na mesmice, ser amigos mais do que amantes e nunca deixar de compartilhar um com o outro, sejam os bons ou os maus momentos. A partir do momento que ambos se fecharam com suas dores, deixaram de ser companheiros e isso só os jogou em uma solidão compartilhada e dolorosa, gerando rancor dia após dia.

A jornada de ambos é sofrida, mas ao final eu achei que teve um desfecho coerente e realista. Coho poderia ter optado por um caminho fácil e simples, mas ao escolher o que escolheu deu para a história algo mais convincente e, na minha opinião, melhor.

Enfim, eu gostei de Todas as Suas (Im)Perfeições e fico feliz de ter lido. O tema que achei que me incomodaria foi tratado de forma natural, não de maneira impositiva e tido como  verdade absoluta e universal. Foi apresentado como elegância, respeito e não generalizado. Aquela era a verdade de Quinn, mas não significa que é a sua ou a minha e gostei de ler tendo em mãos apenas um drama e não algo que quisesse forçar um ideal em mim. Recomendo! 



10 comentários:

  1. oLÁ...
    Entendo perfeitamente quando os ideais dos personagens não são os mesmos que o nosso... Houve uma vez que cheguei a abandonar um livro, pois, a leitura estava me machucando um pouco :(
    A CoHo é uma das minhas autoras favoritas e este está na espera pra ser lido, acho que posso ter uma experiencia diferente da sua, pois temos visões diferente em relação a maternidade... Mas, amei conferir seus pontos de vista em relação a leitura.
    Bjo

    http://coisasdediane.blogspot.com/

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  2. já ouvi falar mt nessa autora e sempre tive mt curiosidade com os livros dela, legal saber que o livro traz essa história escrita de uma forma mais inteligente e menos óbvia pelo oq vc descreveu

    www.tofucolorido.com.br
    www.facebook.com/blogtofucolorido

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  3. Oi, Cida!
    Eu já suspeitava que o Graham iria fazer aquilo, mas ainda não sei como me sinto. Tento entender a parte dele, mas também de onde eles vieram, foi sacanagem ele fazer também
    Beijos
    Balaio de Babados

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  4. Oi, Cida

    Que bom que você gostou. Realmente ela tratou um tema delicado de uma maneira bem lúcida. Como você disse, aquela era a verdade da Quinn e não de todas as mulheres. Como eu quero muito ser mãe, senti empatia por ela, mas também tive algumas ressalvas quanto ao seu comportamento egoísta algumas vezes.

    Beijos
    - Tami
    https://www.meuepilogo.com

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  5. Oi Cida, eu nunca li nada da autora, e sua resenha me disse que talvez eu não vá gostar tanto assim para o primeiro contato sabe, tenho quase que as mesmas opiniões que você, sobre a maternidade e outros assuntos abordados, mas, adorei a sua resenha!!

    Beijos Mila

    Daily of Books Mila

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  6. Oi Cida, eu gostei bastante da obra! Os personagens são bem complexos, mexe com as nossas emoções mesmo! É uma obra madura e foi mesmo uma boa leitura!

    Bjs, Mi


    O que tem na nossa estante

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  7. Oi Cida!
    Eu nao tenho muito interesse nas obras da Colleeen. Alem de ser um tipo de trama que nao me chama atenção, acho dramatico demais. Nao conseguiria levar a leitura.

    Abraços
    Emerson
    http://territoriogeeknerd.blogspot.com/

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  8. Oie,
    Ainda não conhecia, parece ser bem interessante, valeu pela dica
    Blog Entrelinhas

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  9. Olá, Cida.
    Eu não tenho vontade de ser mãe, por isso fica dificil me colocar no lugar dela. Mas ainda assim achei ela egoísta demais por todo amor que ele dedicou a ela. Ela agia como se fosse a unica sofrendo esquecendo que ele sofria por ele e por ela também. Mas gostei da história como um todo.

    Prefácio

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  10. Oi Cida.
    Muito bom quando terminamos uma leitura com esse sentimento de termos feito bem em realizar a leitura.
    Bjus

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