[Resenha] A Corrente

A Corrente
Título Original: The Chain
Autor(a): Adrian McKinty
Editora: Record                    Páginas: 378
Lançamento: 2019               ISBN:9788501117656
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Vítima. Sobrevivente. Sequestrador. Criminoso. Você vai se tornar cada um deles. O dia começa como qualquer outro. Rachel Klein deixa no ponto de ônibus a filha de 13 anos, Kylie, e segue sua rotina. Mas o telefonema de um número desconhecido muda tudo. Do outro lado, uma voz de mulher avisa que Kylie está no banco de trás de seu carro, e que Rachel só verá a filha de novo se pagar um resgate ― e sequestrar outra criança. Assim como Rachel, a mulher no telefone é mãe, também teve o filho sequestrado e, se Rachel não fizer exatamente o que ela manda, o menino morre, e Kylie também. Agora Rachel faz parte da Corrente, um esquema aterrorizante que transforma os pais das vítimas em criminosos ― e, ao mesmo tempo, deixa alguém muito rico. A Corrente é implacável, apavorante e totalmente anônima. As regras são simples: entregar o valor exigido, escolher outra vítima e cometer um ato abominável do qual, apenas vinte e quatro horas antes, você se julgaria incapaz. Rachel é uma mulher comum, mas, nos dias que se seguem, será levada a extremos que ultrapassam todos os limites do aceitável. Ela será obrigada a fazer escolhas morais inconcebíveis e executar ordens terríveis. Os cérebros por trás da Corrente sabem que os pais farão qualquer coisa pelos filhos. Mas o que eles não sabem é que talvez tenham se deparado com uma oponente à altura. Rachel é inteligente, determinada e... uma sobrevivente.
A Corrente, de Adrian McKinty, é aquele livro que você começa a ler e não consegue largar. A trama gira em torno de um grupo que se autodenomina a Corrente e que obriga as pessoas a realizarem sequestros.

Rachel Klein é uma mulher recém divorciada, que está prestes a assumir um trabalho como professora depois de ter passado por um desgastante tratamento de câncer. No entanto, parece que a doença voltou. Justamente quando ela está a caminho do hospital para uma consulta com sua oncologista, Rachel recebe uma ligação de um número desconhecido afirmando que sua filha foi sequestrada.

Para ter a filha de volta, além de pagar a soma de vinte cinco mil dólares, ela terá que sequestrar o filho de outra pessoa e esta pessoa sequestrar outra criança, só assim sua filha Kylie ficará livre. Segundo os algozes, não é pelo dinheiro, é pela Corrente. A ordem a ser seguida, não importa qual seja o custo, é manter a Corrente em funcionamento. Não quebre a Corrente ou todos morrem.

É dessa premissa que a história se desenrola. Na primeira parte da obra vamos vendo o desespero de Rachel para recuperar a filha, desde o momento que se vê tendo que conseguir empréstimos para pagar a quantia exigida, até o momento que ela migra de vítima para sequestradora e tem que escolher uma criança para levar. Ela pensa em contatar o ex marido para ajudar, mas a Corrente a ameaça, diz que ele não tem perfil para esse tipo de situação e, com muito custo, Rachel consegue que eles a autorizem chamar o cunhado Pete como suporte.

Rachel se transforma a olhos vistos. De começo ela alega não ter força para seguir adiante, mas vemos  que o desespero e o amor pela filha são as forças que a conduzem nesse caminho de sobrevivência e violência. Rachel vira outra pessoa na luta para trazer Kylie de volta.

A trama é intensa e cheia de momentos de muita agonia e desespero. Você sente uma revolta enorme pelo que a Corrente obriga uma pessoa a fazer e se tornar. Mães, pais, tios até então pacatos viram até mesmo assassinos nesta jornada e chegam ao ponto de não mais sentir remorso e sim alívio por suas ações salvarem aqueles que amam. A Corrente torna as pessoas as piores versões de si mesmas e lucra com isso tanto financeiramente, como com o terror psicológico que mostra claramente ter prazer em causar. E você se pergunta…

Quem está por trás desta organização impiedosa? Quem é tão cruel?

Além de querer saber se Rachel vai conseguir salvar a filha, nós queremos saber mais sobre a Corrente. Quem a criou, onde se esconde, como surgiu… Você quer saber detalhes desta organização e apenas na segunda parte da obra é que o autor começa a dar indícios de sua formação e quem são seus membros.

A narrativa passa a se alternar entre passado e presente, até que ambas as épocas se choquem e virem uma só. Neste tempo Rachel vai tomando uma atitudes bem surpreendentes e eu não esperava que ela fosse capaz de fazer o que fez. Eu no lugar dela teria ficado quieta, mas admiro a coragem que teve para enfrentar o pior.

A obra em si mostra que o ser humano é capaz de ultrapassar muitos limites quando ameaçado, seja ele próprio ou alguém que ama. Neste caso, a Corrente foi bem inteligente ao explorar o amor de pais pelos filhos, pois os pais não medem esforços para proteger suas proles.

A história é bem envolvente, é rápida de ler e tem um desfecho bem satisfatório. Não acaba do nada, o autor se preocupa em mostrar o depois e as consequências que vieram com os atos da Corrente e dos que a seguiram.

No entanto, não me senti ligada diretamente a nenhum dos personagens, não são aquelas pessoas que esbanjam muito carisma. Acho que não há como os mesmos serem adoráveis vivendo o que estão vivendo. Na verdade, por mais que você entenda pelo que estão passando, fica difícil gostar de alguém que mata e sequestra pessoas.  A frieza que eles vão adquirindo conforme avançam nas exigências da Corrente é de gelar o nosso sangue e causar um certo distanciamento.

A obra teve seus direitos adquiridos para o cinema e com certeza vai dar um bom filme, no estilo daqueles antigos thrillers que o personagem central correr contra o tempo na esperança de salvar a vida de alguém e você não sabe se no final algo vai dar certo.

O Grupo Editorial Record fez uma campanha bem legal sobre este livro, nos enviando primeiro um desafio para receber a obra. Na campanha, nosso livro havia sido sequestrado e deveríamos postar uma foto como pagamento do resgate com a hashtag #nãoquebreacorrente. Achei essa ação muito divertida e me deixou ansiosa para conferir a história, eu fiquei muito empolgada com essa premissa bizarra e assim o livro chegou já mergulhei na leitura. Gostei do que li e recomendo.






10 comentários:

  1. Oi Cida!
    Vi a ação pelo instagram, me pareceu bem legal mesmo!
    Já quis ler esse livro logo de cara né, adoro thrillers e essa premissa é super curiosa!
    Bjs
    http://acolecionadoradehistorias.blogspot.com

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  2. Oi Cida, estou com o meu livro em mãos, fiquei feliz que tem um bom desfecho! E tb gostei da campanha!

    Bjs, Mi

    O que tem na nossa estante

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  3. Oi Cida!

    A sua é a primeira resenha que leio desse livro e confesso que a premissa em si não me chamou a atenção. Além disso, também acho que me sentiria mal com a frieza dos personagens e isso com certeza ia atrapalhar a minha conexão com eles e com a história como um todo.

    Beijos;***
    Ariane Reis | Blog My Dear Library.

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  4. Oi, Cida!
    Toda vez que vejo esse título, só lembro da música do Fleetwood Mac. Enfim... parece uma história interessante e estou bem curiosa sobre como vai funcionar
    Beijos
    Balaio de Babados
    Sorteio de aniversário Balaio de Babados e O que tem na nossa estante. Participe!

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  5. Olá, Cida.
    Eu gostei bastante do livro. Não consegui ver o que Rachel e as outras pessoas fizeram como errado porque só quem passa por algo parecido que vai saber como reagir na hora. Por mais que a gente diga eu tenho um limite a gente só sabe mesmo quando está vivendo aquilo.

    Prefácio

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  6. Oi Cida,

    Eu não li o livro ainda, mas depois do VIB quero ver se leio ele, pois a trama parece ser muito interessante, além da campanha que deixou todo mundo curioso mesmo.

    Bjs e uma boa semana!
    Diário dos Livros
    Conheça o Instagram

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  7. Oi Cida, tudo bem?
    Lendo sua resenha eu imaginei a trama virando um filme, fico feliz que isso vá acontecer! Assim como você mencionou, só quem vive no limite em uma situação desesperadora sabe até onde consegue ir pra se salvar ou salvar quem ama. Deve ser punk passar por algo assim!
    Beijos,

    Priih
    Infinitas Vidas

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  8. Oi Cida,
    Estou de olho nesse livro desde a Bienal, rs.
    Hoje, fui a uma livraria só que estava tão caro que adiei um pouco a compra, mas não desisti dele.
    Beijos
    http://estante-da-ale.blogspot.com/

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  9. Eu gosto de histórias nesse estilo, tanto em livros quanto filmes. É realmente chocante vermos o ponto ao qual o ser humano pode chegar ao ser colocado sob pressão, tendo os que ama ameaçados. Gostei muito da sua resenha. Não sei se teria achado totalmente errado o que os seguidores da Corrente fizeram porque no desespero, infelizmente fazemos coisas sem pensar com medo e por causa de estarmos sendo pressionados mesmo. Fiquei bem interessada no livro. Anotado! ;)

    Abraço,
    Parágrafo Cult

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  10. Estava muito curiosa sobre alguma opinião, mas por tudo que você comentou, principalmente que a corrente é um grupo que faz com que tudo desenrole fica ainda mais instigante.
    - Clara
    http://clareei.blogspot.com

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