[Resenha] Não Fale Com Estranhos

Detalhe Final

Título Original: The Stranger

Autor(a): Harlan Coben

Editora: Arqueiro                 Páginas: 304

Lançamento: 2016               ISBN: 9788580415711 

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O estranho aparece do nada e, com poucas palavras, destrói o mundo de Adam Price. Sua identidade é desconhecida. Suas motivações são obscuras. Mas suas revelações são dolorosamente incontestáveis. Adam levava uma vida dos sonhos ao lado da esposa, Corinne, e dos dois filhos. Quando o estranho o aborda para contar um segredo estarrecedor sobre sua esposa, ele percebe a fragilidade do sonho que construiu: teria sido tudo uma grande mentira?  Assombrado pela dúvida, Adam decide confrontar Corinne, e a imagem de perfeição que criou em torno dela começa a ruir. Ao investigar a história por conta própria, acaba se envolvendo num universo sombrio repleto de mentiras, chantagens e assassinatos. Intrigante e perturbador, Não Fale Com Estranhos é mais que um suspense de tirar o fôlego. É uma reflexão sobre o bem e o mal, o amor e o ódio, o certo e o errado, os segredos, as mentiras e suas consequências devastadoras.

Mentira tem perna curta? Com certeza e nesse livro mentiras não faltam. Então vamos para outra pergunta… É melhor saber toda a verdade e sua paz acabar de forma irreversível ou viver na ignorância e aparentemente feliz?

Olha, eu sempre fui a favor da mais pura verdade, mas depois de conferir esta história fiquei incerta sobre isso, pois cada personagem que desvendou uma mentira teve sua vida totalmente destruída.

Harlan Coben chega com Não Fale Com Estranhos para nos desestabilizar. O meu divo tem o dom de criar enredos que a princípio parecem algo sem nenhum sentido. Não sem sentido literalmente, mas com situações que você fica surpreso e nem desconfia como pode levar à algo mais grave. Mas conforme vamos nos aprofundado em suas tramas, não só passamos a noite em claro, como nos surpreendemos com os brilhantes desdobramentos da história.

E mentira é o tema em alta nesta trama. Harlan apresenta um personagem sem nome e de intenções obscuras que aborda pessoas na rua, no bar e em qualquer outro local de fácil acesso para revelar um segredo sobre a esposa, o marido, os filhos e afins, alguém bem próximo desta “vítima”. Daí em diante a dúvida prevalece e o bichinho da desconfiança toma o controle.

Adam Price ficou sabendo que a esposa Corinne fingiu estar grávida. Qual motivo? Uma pergunta que ele teve respondida e desejou sinceramente nunca tê-la feito. A verdade não era a melhor solução, pelo visto uma mentira era mais confortável.

Adam foi o primeiro de muitos abordados pelo estranho e daquele dia em diante entrou numa espiral descendente. Sua vida perfeitamente construída foi por água abaixo e a esposa confrontada com o segredo fugiu. Ele mergulha numa investigação por respostas e pelo paradeiro de Corinne. O que vem a cada passo desse caminho é perigoso e sombrio.

Entre os demais que falam com o estranho, acredito que o caso de maior relevância após o de Adam é o de Heidi que descobre algo sobre a filha. Embora Adam e Heidi não se conheçam suas histórias vão se conectar e graças a isso trazer uma policial para a jogada. Esta policial será essencial para Adam e para o desvendar de inúmeros mistérios.

Qual razão para uma falsa gravidez? Quem anda matando pessoas depois que Adam começou a fazer perguntas? Onde está Corinne? Corinne estava encrencada ou era uma mentirosa nata? Quem é o estranho?

Harlan não é chamado de mestre das noites em claro à toa. Ele sabe criar tramas intrigantes, inovadoras e com personagens bem reais. Você se coloca na pele de cada um  e se pega imaginando qual seria sua atitude numa situação tão controversa quanto a apresentada. Tenta de verdade tomar uma decisão, não que isso vá mudar a história, mas você vai se esforçar para faze a escolha certa.

Diversas vidas são apresentadas ao leitor e a vontade de entender a conexão entre elas é um dos motivos que faz você ler sem parar até a última página. Eu amo os livros de Harlan e este aqui não me decepcionou. É muito bom ler uma história que te faça sentir vontade de agir, de tomar parte na história. De maneira engenhosa e hábil o autor nos torna um detetive, nos intriga e faz com que nossa imaginação alce vôo na tentativa de juntar peças.

Caramba! Literalmente olho por olho. A escolha do autor para o desfecho não foi nada ortodoxa, mas nem assim menos justa. Foi algo meio primitivo que mostrou que, por mais evoluído que o homem seja, o desejo de proteger a família é mais instinto do que razão. Condenar? Sim? Não? Talvez? Eu aceitei de boa a escolha, embora acredite que os verdadeiros culpados tenham tido um destino bem fácil. Há segredos que são melhores adormecidos. Leiam Harlan Coben.

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