[Resenha] Red Hill

Red Hill

Título Original: Red Hill (Red Hill #1)

Autor(a): Jamie McGuire 

Editora: Verus                      Páginas: 350

Lançamento: 2015               ISBN:  9788576863380

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Para Scarlet, cuidar de suas duas filhas sozinha significa que lutar pelo amanhã é uma batalha diária. Nathan tem uma mulher, mas não se lembra o que é estar apaixonado; a única coisa que faz a volta para casa valer a pena é sua filha Zoe. A maior preocupação de Miranda é saber se seu carro tem espaço suficiente para sua irmã e seus amigos irem viajar no fim de semana, escapando das provas finais da faculdade. Quando a notícia de uma epidemia mortal se espalha, essas pessoas comuns se deparam com situações extraordinárias e, de repente, seus destinos se misturam. Percebendo que não conseguiriam fugir do perigo, Scarlet, Nathan, e Miranda procuram desesperadamente por abrigo no mesmo rancho isolado, o Red Hill. Emoções estão a flor da pele quando novos e velhos relacionamentos são testados diante do terrível inimigo – um inimigo que já não se lembra mais o que é ser humano. O que acontece quando aquele por quem você morreria, se transforma naquele que pode lhe destruir?

Red Hill, de Jamie McGuire, publicado no Brasil pela Verus Editora, é um livro que trata de uma infestação zumbi, e embora eu ache o tema muito interessante -  apesar de morrer de medo -, esta não foi a principal razão que me motivou a começar a leitura, o que me levou até a obra foi a autora, afinal depois de amar a saga de Travis Maddox e ser totalmente cativada pela escrita de Jamie, eu estava muito curiosa com uma nova história tão diferente da anterior, queria conferir a versatilidade da autora.

E logo no prólogo de Red Hill eu fui fisgada, a frase que o encerra foi suficiente para que eu agarrasse o livro e o devorasse, eu estava cortando o cabelo e deixei o pessoal do salão cheio de empolgação, conforme fui lendo e contando a galera queria mais, acredito que naquele dia a livraria que fica lá perto faturou bem. Será que mereço comissão?

Eu sei que o mundo acabou em uma sexta-feira. Esse foi o último dia em que vi minhas filhas.

Voltando a história, temos aqui pessoas vivendo mais um dia tranquilo, não dando muita importância para a notícia que está sendo divulgada no momento, que é sobre um cientista e sua experiência de reanimar cadáveres, algo mórbido a assustador, que acabou tendo um resultado inesperado. Quando Scarlet deixou as filhas na escola e seguiu rumo ao trabalho no hospital, foi surpreendida por uma paciente com um infecção nunca antes vista, a jovem havia sido mordida por um bêbado e estava morrendo, não era raiva, era uma nova doença, que em questão de horas já havia dominado cada estado americano. O país entrou em estado de emergência ao ver seus mortos levantarem e devorarem os vivos, transformando –os em zumbis. O caos estava instaurado e todo mundo começou correr para salvar a vida.

Scarlet larga tudo e vai em busca da filhas, imaginando que um rancho isolado, o Red Hill, seja o único local seguro para ficar. Paralelo ao drama de Scarlet, temos a jovem Miranda e seus amigos, que têm sua viagem de final de semana transformada em fuga e ainda há um outro personagem que divide acena com as duas, Nathan, que precisa salvar sua pequena filha da infestação.

O livro é narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista de Scarlet, Miranda e Nathan, cada um vivendo seus dramas e tentando sobreviver, são pessoas que em uma situação normal não dividiriam o mesmo teto, mas com a invasão zumbi acabam tendo suas vidas entrelaçadas.

Embora Red Hill seja o destino final, eles demoram bastante para chegar lá e nesse meio tempo enfrentam os novos seres e testemunham muitas mortes. Nesta primeira parte há muitos personagens e fiquei um pouco confusa, mas logo consegui me situar melhor e acompanhar a situação, não nego que a autora poderia ter enxugado um pouco e trabalhado com menos pessoas, mas se o montante foi no intuito de retratar a devastação, cumpriu seu papel, sobraram poucos para chegar no rancho. A razão de Miranda e Scarlet chegarem lá foi bem óbvia, mas no caso de Nathan a revelação não foi imediata.

Jamie McGuire tem uma escrita envolvente e que prende fácil, mais uma vez me surpreendeu com a forma com que torna seus personagens tão vivos e reais, ou você os ama ou os odeia, ficar  indiferente é impossível. Mesclando passado e presente, cada um foi apresentado em detalhes, eles são imperfeitos e isso é o que lhes dá credibilidade, meus preferidos foram Nathan e Joey, o primeiro pela dedicação para com a filha Zoey e o segundo por todo conflito vivido. Não curti Miranda no começo, muito mimada, mas depois mudei de ideia, já Scarlet que começou bem, terminou ganhando todo meu ódio com suas atitudes egoístas.

Embora a epidemia zumbi seja um tema de grande relevância, Jamie optou por explorar mais o lado humano, então fãs de The Walking Dead não esperem ler este livro e encontrar uma catástrofe explorada tão profundamente, a crise está lá, mas é o que acontece com cada um e suas reações que é abordado profundamente.

Fiquei surpresa com a facilidade com que a epidemia foi aceita, todos correndo, mas lidando como se fosse algo esperado, citando inclusive a experiência adquirida com filmes e agindo como se estivessem protagonizando um, foi estranho e ao mesmo tempo de assustar. Será que depois de conferir tantas produções sangrentas, agiríamos assim? Será que no final esta realidade está tão próxima de todos nós? Foram tantas perguntas além destas que surgiram na minha mente e foi fácil enxergar como o amanhã é tão incerto. Eu nem imagino se teria toda a garra desta turma para seguir adiante, mas acredito que não me entregaria tão fácil.

Curti muito a leitura e me coloquei no lugar dos personagens em várias situações, foi ótimo ter esta conexão com a história, as reviravoltas foram empolgantes e só não curti o lado romântico e partes do desfecho. O lado romântico não me convenceu, pois o relacionamento que surgiu foi muito repentino e com uma intensidade que não ocorreria do dia para noite, atração sim, mas amor, não mesmo. E o desfecho levou embora pessoas muito bacanas, personagens promissores e que dariam um tempero a mais na trama quando seus dilemas fossem resolvidos, mas em contrapartida, o que veio depois foi interessante,  abriu portas para algo ainda mais intrigante. Recomendo, especialmente se você quer ler sobre zumbis mas não quer algo tão assustador logo de cara. Jamie mandou bem mais uma vez!

Se o último ano havia me ensinado algo, era que o fim só levava a uma coisa: um novo começo.

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