[Resenha] A Viajante do Tempo

A Viajante do Tempo

Título Original: Outlander (Outlander #1)

Autor(a): Diana Gabaldon

Editora: Saída de Emergência            Páginas: 800

Lançamento: 2014                                  ISBN: 9788567296227

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Em 1945, no final da Segunda Guerra Mundial, a enfermeira Claire Randall volta para os braços do marido, com quem desfruta uma segunda lua de mel em Inverness, nas Ilhas Britânicas. Durante a viagem, ela é atraída para um antigo círculo de pedras, no qual testemunha rituais misteriosos. Dias depois, quando resolve retornar ao local, algo inexplicável acontece: de repente se vê no ano de 1743, numa Escócia violenta e dominada por clãs guerreiros. Tão logo percebe que foi arrastada para o passado por forças que não compreende, Claire precisa enfrentar intrigas e perigos que podem ameaçar a sua vida e partir o seu coração. Ao conhecer Jamie, um jovem guerreiro escocês, sente-se cada vez mais dividida entre a fidelidade ao marido e o desejo. Será ela capaz de resistir a uma paixão arrebatadora e regressar ao presente?

E se o seu futuro fosse o passado?

A Viajante do Tempo, primeiro livro da série Outlander de Diana Gabaldon, nos apresenta à Claire Randall, uma mulher inteligente e corajosa, que após servir como enfermeira na Segunda Guerra Mundial, foi ao encontro do marido com a intenção de retomar seu casamento. Ela e Frank passaram um longo tempo separados e nesse reencontro resolveram viajar e conhecer mais sobre os ancestrais dele. Em Inverness eles não desfrutaram somente um do outro, mas também da cultura e das lendas locais, Claire literalmente se deixou levar pela magia e num determinado dia, ao visitar um círculo de pedras, foi transportada para outra época, ela não precisava mais ouvir sobre o passado, ela estava lá.

Esta história foi adaptada para as telas e virou um famoso seriado de TV, vi apenas o primeiro episódio e posso dizer que estava sendo bem fiel ao livro, não sei se continuou desta forma, só achei que a Claire e o Frank do livro pareciam mais jovens e com um humor mais evidente, pretendo voltar à assistir agora que li o primeiro volume, estava com medo de spoilers, mas este sentimento deu espaço para a enorme vontade de rever esta aventura.

A narrativa em primeira pessoa , na voz de Claire, é como um diário, de maneira minuciosa ela nos conta sobre cada um de seus momentos, desde a segunda lua de mel com o marido, até seus dias no passado, na verdade o livro é praticamente todo nesta época. Eu achei o texto delicioso e envolvente, mesmo sendo um livro enorme e que não pude ler em poucos dias, não me descontei da trama em momento algum, mesmo intercalado com outras leituras, sua essência permanecia comigo, a ligação com a história e os personagens é grande, a autora ganhou minha admiração por conseguir me manter cativa de tal forma, tive medo de ser uma leitura cansativa, mas não foi, seguir a jornada da protagonista diariamente foi uma experiência intensa.

Nesta história temos um belo romance, incerto e duvidoso, mas inevitável, Claire tem seu coração dividido, há um certo escocês no passado que aquece seu coração, Jamie é um jovem que exala charme, beleza, bondade e honestidade, vive metido em grandes lutas, mas é alguém que você poderia confiar sua vida. A relação dos dois surge do cuidado mútuo e se firma com base em amizade e confiança, mas há uma dúvida na mente dela, de entregar-se ou tentar voltar para o marido. Os caminhos destes dois foram áridos, e por tudo que passaram, torci para que ficassem juntos, mesmo que ela fosse casada eu não via como pudesse estar errado, afinal não havia muita chance de retorno.

Os personagens são muito bem caracterizados, mesmo que a brutalidade dos antigos escoceses seja assustadora e machista, é o que dá credibilidade para a história, pode ser que você ache um absurdo ver como as mulheres eram tratadas, no entanto se a abordagem fosse diferente não convenceria, bem sabemos que nossos direitos vieram com o passar dos séculos.

Claire foi uma excelente protagonista, equilibrada e sensata, não surtou diante de sua situação, foi fria o bastante para seguir adiante, claro que chorou algumas vezes, mas logo se restabeleceu e adaptou-se, foi útil e corajosa. Eu destaco como sua melhor qualidade a língua afiada, adorava suas respostas e debates, é ótimo ver mulheres fortes e determinadas nas histórias, especialmente quando isso desafia costumes que precisam ser extintos.

Não vou falar de todos, mas Jamie merece ser citado, destaquei suas qualidades anteriormente e assumo que fiquei apaixonada pelo rapaz, especialmente pelo toque de inocência que a autora colocou em sua personalidade.

A história é longa e tem como pano de fundo o iminente levante jacobita,  Diana Gabaldon não teve pressa em desenvolver os acontecimento, o livro é dividido em várias partes e em cada uma a vida de Claire entra em nova fase, ela amadurece a cada capítulo e ao aprender sobre aquele tempo, nos ensina também.  Fechei o livro encantada, não vejo a hora de ler sua sequencia, preciso reencontrar Claire e Jamie e saber o que o destino reserva para ambos, espero que menos sofrimento, pois Jamie passou por momentos sofridos aqui. Foi um livro que sempre desejei ler e minhas expectativas foram plenamente atendidas.

Será que ela vai voltar? Vai rever o marido? E se Jamie conseguisse vir para o presente? Tantas perguntas, não faço ideia do que Gabaldon nos reserva.

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